segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Pausa

No começo de minha vida profissional, ouvi de uma ex-professora a seguinte sentença: "tu vai ver Germano, depois tu nem vai conseguir tirar férias, e nem vai ser por falta de dinheiro, e sim por falta de tempo".
Tive muita dificultade em não rir da cara dela. Se eu mal e mal conseguia pagar minhas contas, como pensar em falta de tempo???
Como eu era ingênuo! Hoje o que eu mais queria é que meu dia tivesse 27, quiçá 30 horas. Como seria bom para o meu trabalho...
Talvez seja por isso que eu tanto valorizo meus momentos de férias. Como eu já escrevi aqui, demorei cinco anos para tirar minhas primeiras, fato que somente se repetiu uma vez nos três anos seguintes. Mas se eu tivesse ouvido minha professora, e tantas outras pessoas que me aconselharam do contrário, não ficaria tanto tempo apenas pensando no meu trabalho. Pois como disse um paciente "férias não é um dinheiro que tu gasta, pois tu volta com tanta vontade, com tanta disposição para o trabalho que logo logo recupera tudo o que foi gasto".
É por este motivo que estou saindo de férias. No momento que o Blogger publicar este texto, já estarei longe de casa, e nem adianta me ligarem pois meu celular já está desligado.
Afinal, eu mereço...

domingo, 28 de dezembro de 2008

Céu

Talvez eu seja a única pessoa do mundo que não assiste novela (onde está escrito mundo, leia-se "Brasil" e onde está escrito novela, leia-se "história fictícia apresentada em capítulos diários pela Rede Globo às 21:00"). As vezes é até um pouco chato em meios às conversas não saber o que aconteceu com a Donatela ou com o Silveirinha, mas paciência, ainda prefiro assim.

Mas nesta semana tive uma grata surpresa: contaram-me a história dum homosexual que está sendo "curado" pela Deborah Secco. Finalmente algo decente sendo mostrado.

Nos últimos anos (antes que me contestem, não é preciso assistir para conhecer os enredos) era cada vez mais comum estas novelas mostrarem "casais" homosexuais como se isto fosse a coisa mais normal do mundo, numa irresponsabilidade imensa. Imaginem o que uma criança, sem a capacidade de dicernimento, pensa sobre isso? Vai pensar que é normal e aceitável homem com homem ou mulher com mulher, que família é algo relativo, que o que importa é o amor, mimimi e mimimi.

Mas pelo amor de Deus, a que ponto chegamos? As pessoas estão expostas a esta apologia homossexual a todo o momento, o que vai ser do núcleo familiar dentre alguns anos?

Por isso fico feliz com essa história da Céu. Pode ser que nem seja assim como eu entendi e estou aqui relatando, mas o simples fato da TV, com todo o seu alcance em território nacional, mostrar alguém "voltando" ao caminho normal, já é um alento.

Acho que o mundo não está todo perdido.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal

Eu desejo a todos um Feliz e Abençoado Natal e que Deus os ilumine.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Identidade visual

A idéia era utilizar este espaço para apresentar, em primeira mão, o novo logotipo do meu consultório. Mas a edição do jornal que comumente sai às quintas-feiras apareceu aqui em casa hoje, para a minha surpresa, estampando o meu logotipo na capa. Malditos.

Também, essa é uma das épocas mais movimentadas para a minha atividade profissional: aliando o 13º com a vontade de estar com os dentes em dia para as festas de final de ano fazem com que as pessoas busquem os consultórios odontológicos como não o fazem em qualquer outro período do ano. E isto é muito bom...

E uma escala de valores, o trabalho fica a frente do Blog, como não poderia deixar de ser.

Mas para os meus quatro fiés leitores eis a minha identidade visual, que foi desenvolvida pelo meu amigo Rodrigo Mentges, da LAB web+design.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

A Terra é Azul

Hoje faz 25 anos que o Grêmio venceu o seu primeiro Título Mundial, o que lhe conferiu a honraria de ser o único time verdadeiramente internacional no estado, por muitos e muitos anos.
Com dois golaços, de Portaluppi, Grêmio pra sempre Campeão Mundial.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Não pagar pra ver

Pedágios: quem gosta de pagá-los?

Eu não gosto. Aliás, não sei de ninguém que goste. Conheço muitos que afirmam preferir pagar pedágios a trafegar por estradas esburacadas. O que até faz sentido. Mas gostar de pagar, isso não tem ninguém.

É inegável que o preço cobrado nas praças de pedágios gaúchas é exagerado. Dêem uma volta pela Argentina e o Uruguai só para comprovar. Logo, é compreensível que muita gente dê um jeito de escapar da cobrança.

Um dos desvios de pedágio mais conhecidos e utilizados é o da praça de Soledade, que pode ser observado na imagem de satélite abaixo, retirada do Wikimapia.


Bem, eu nunca tinha feito uso desta rota, mas na minha penúltima ida a Porto Alegre, como dispunha de tempo, decidi vivenciar esta experiência.

O trecho é muito ruim: muita pedra, irregular, poeira. Para aqueles que como eu costumam encher bastante os pneus quando pegam a estrada, o roteiro é um contínuo trepidar. Mas apesar dos riscos de furar um pneu e de soltar todas as peças do carro, o desvio é bastante utilizado. É raro passar por lá sem se deparar com algum motorista entrando ou saindo da estrada, dispostos a economizar os R$ 5,40 da tarifa.


Apesar de que a sensação de economizar me é bastante aprazível, confesso que não faço muita questão de repetir minha experiência. E nem é consciência pesada ou algo do gênero. Apenas acho que o risco de sofrer uma avaria no carro não compensa o valor economizado.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

domingo, 7 de dezembro de 2008

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Frohe Weihnachten

Nostalgia é manter viva as tradições. E assim o faço.

Desde meados da década de 80 eu sou o responsável pela montagem do presépio aqui em casa, tão logo se aproxima o Natal.

Bem, o nosso parâmetro é o calendário litúrgico, ou seja, o período de Natal começa no primeiro domingo do Advento, apesar de já podermos ver motivos natalinos no comércio desde o final de outubro. Mas tudo bem, eles querem vender e tal...

Voltando ao presépio: como eu já escrevi, a incumbência de montá-lo é minha, assim como da árvore de Natal, sempre ao som de músicas natalinas (boa parte delas em alemão). E sempre foi assim, com exceção apenas do ano de 1995, quando fiz meu intercâmbio na Alemanha. E sempre com alegria. Tenho excelentes recordações dos Natais da minha infância, é um dos períodos do anos que sempre me deixou muito feliz, mesmo que aparentemente não tivesse motivo para tal.

Sei que isso pode desagradar 25% dos meus quatro leitores, mas tenho muito pena dos ateus nesta época: para eles, este período não passa de uma mera troca de presentes, tal qual os exploradores faziam com os índios, num sinal de confiança e amizade. E ai de nós se não presentearmos familiares, cônjuge, colegas de trabalho, a sogra... onde já se viu...

Já pensei seriamente em não dar nenhum presente para ninguém no Natal, apenas um abraço, um soriso e um "Feliz Natal". Mas nunca tive coragem.

Ainda está em tempo, não comprei nada para ninguém. Mas o presépio eu já montei, como podem ver:


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Solidariedade

Meu último contato com o Oceano Atlântico fora em outubro de 2000, quando os formandos da Odonto-UFRGS fizeram uma excursão a Florianópolis. Depois disto, exceto por breves momentos de reencontro em viagem que eu fiz pelo Uruguai em 2006, mantive-me afastado dos mares por longos anos. Por esta razão que ao planejar minhas férias para o verão de 2008 pensei logo no litoral, de tantas belas recordações na minha infância. E como todo bom gaúcho optei por o que nosso estado oferece de melhor em matéria de praias: o litoral catarinense.

E ainda uni o útil ao agradável: além da tríade areia-mar-sol, programei um roteiro de visitas a diversas micro-cervejarias catarinenses, principalmente na região do Vale do Itajaí.

Foram férias maravilhosas: passei 10 belos dias entre paisagens deslumbrantes e boas cervejas, e tanto estas como as outras não me saem da memória.

Especialmente depois do que aconteceu na semana passada. Muitas das cidade que eu percorri foram arrasadas por chuvas, alagamentos e deslizamentos de terras. Foi muito triste ver os lugares por onde passei alagados, cobertos de terra ou destruídos.

Não há como não ficar sensibilizado. O bom é que tão logo ocorreram as tragédias, um sem número de pessoas e entidades se mobilizou para ajudar os catarinenses com aquilo que eles tanto precisam. E o Rotary International, a maior entidade voltada à prestação de serviços no mundo, não ficou de fora, conforme o vídeo abaixo.

http://br.youtube.com/watch?v=WS_KK7fanns


Por atitudes como esta que eu me orgulham em fazer parte desta entidade. Ainda mais depois que nosso clube, o Rotary Club de Cerro Largo, decidiu na reunião de hoje contribuir com R$ 1000,00 para a campanha. Os catarinas precisam.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Vendem-se ilusões

É incrível a capacidade que o futebol tem de nos iludir: durante todo o Brasileirão 2008 tive a ilusão que o meu Grêmio tinha não só chances, mas sim enormes possibilidades de conquistar o campeonato. Como pude me iludir tanto?

Desde que o torneio passou a ser disputado pelo sistema de pontos corridos, duvidei que algum dia o tricolor lutasse novamente pela taça. Todas as nossas conquistas de maior expressão vieram na base da superação, com times limitados e, na maioria das vezes, nos valendo de alguma peculiaridade do regulamento. Algo totalmente impossível num campeonato tão longo, onde 20 times jogam todos contra todos e aquele que somar mais pontos é o vencedor. Não é à toa que no primeiro ano lutamos até o final para não cairmos e no segundo ano sucumbimos. Quando voltamos, até que não fomos tão mal, mas nunca vimos a taça de perto.

Neste 2008 vimos. Inclusive imaginamos que já estávamos encostando os dedos nela.

Ilusão, mais uma mera ilusão destas que somente o futebol é capaz de criar. Um time sem ataque, com severas limitações não conseguiria se superar por intermináveis 38 rodadas. No domingo passados acordamos para a realidade, ainda atordoados, mal e mal conseguindo ver um cada vez mais distante São Paulo. Apesar de que a matemática, de modo extremamente debochado, ainda nos contempla com uma remota possibilidade de título, o Campeonato Brasileiro de 2008 acabou para nós. Restou-nos assegurar a vaga para a Libertadores 2009 nas duas derradeiras rodadas.

É bem verdade de que nossas expectativas no início do campeonato eram muito piores, porém é frustrante e dói perder o campeonato deste jeito, depois de irmos tão longe, ainda mais porque não sei quando teremos novamente uma oportunidade como esta.

O que pode ser pior do que isso? Só uma improvável derrota sãopaulina em pleno Morumbi, aliada a uma vitória nossa no Ipatingão, reacendendo em nós a chama da imortalidade (aquela mesmo que luziu exatos 3 anos atrás em Recife, neste mesmo 26 de novembro) fazendo com que cheguemos a rodada final com condições de conquistar o título.

Mas do que adiantaria? Seria tão somente mais uma ilusão que o futebol criaria em nossas mentes apaixonadas.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Direito à vida

Como já disse repetidas vezes, tenho somente 4 leitores, mas não custa nada, além de energia elétrica e tempo, utilizar este espaço para divulgar algumas idéias que eu acho interessantes. Aqui vai uma delas:

fonte: http://www.zenit.org/article-20093?l=portuguese

Organizações pró-família e pró-vida apóiam a iniciativa de C-FAM (Catholic Family and Human Rights Institute )

"MADRI, terça-feira, 18 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- Por ocasião do 60º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos no próximo dia 10 de dezembro, o «lobby» abortista propõe que o aborto seja declarado como direito humano pela ONU. Para impedir que a proposta seja aceita, a C-FAM organizou, junto a outras organizações pró-vida e pró-família, um abaixo-assinado internacional.

Em inglês já foram reunidas mais de 30 mil assinaturas. Em espanhol foram a 7 mil. Todas as assinaturas serão apresentadas na sede das Nações Unidas no dia 10 de dezembro e se espera que sejam mais de 100 mil. Elsa Yolanda Márquez Reyes, uma das promotoras, faz um convite: «Sejamos a voz dos que não têm voz».

A C-FAM, líder da campanha, é uma organização fundada em 1997 para acompanhar e promover a vida no debate sobre políticas sociais nas Nações Unidas e em outras instituições internacionais. Trata-se um instituto de pesquisa sem fins lucrativos, dedicado a restabelecer uma compreensão ajustada do direito internacional, proteger a soberania nacional e a dignidade da pessoa humana.

O abaixo-assinado, em numerosos idiomas, recorda que a Declaração Universal é a conquista de um padrão comum para todas as pessoas e todas as nações, e indica que se deve proteger o direito à vida de cada ser humano, a partir do qual cada criança tem o direito de nascer e ser educada dentro de sua família, baseada no casamento de um homem e uma mulher, sendo a família o grupo de unidade natural e fundamental da sociedade; o direito de cada criança de ser educada por seus pais implica que estes têm, por sua vez, o direito fundamental de escolher o tipo de educação que darão aos seus filhos.

Por isso, o assinante solicita a todos os governos que interpretem de maneira apropriada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, dado que: todas as pessoas têm o direito à vida, a liberdade e à segurança pessoal (artigo 3); os homens e mulheres em idade madura sem nenhuma limitação devido à sua raça, nacionalidade ou religião, têm direito a contrair matrimônio e a estabelecer uma família. (artigo 16); a família é o grupo de unidade natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção por parte da sociedade e do Estado (artigo 16); a maternidade e a infância dão direito à assistência e a cuidados especiais (artigo 25); os pais têm o direito prioritário de escolher o tipo de educação que darão aos seus filhos (artigo 26).

Para mais informação: http://www.c-fam.org/publications/id.97/default.asp "


Como disse Martin Luther King: "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Sobre os trilhos

Maldita internet! Não paro de encontrar coisas interessantes nela.


Hoje eu lia um texto no Impedimento, que me levou a outro blog sobre futebol, o Puro Futebol (que conta/contava com a colaboração do Froner do FutebolForça.com) onde vi algumas fotos da antiga estação ferroviária de Bagé, com os créditos para o site Estações Ferroviárias do Brasil.


Não sei de onde vem esse meu gosto por trens e assuntos relacionados. Somente sei que o tema me fascina. Talvez seja pelo estado de completo abandono em que foi deixada a malha ferroviária do nosso país, assim como dos países vizinhos, fruto do total descaso por parte dos governos que por décadas administraram (???) o setor. E isso já é o suficiente para acelerar o coração de um nostálgico.


Como não se emocionar com trilhos abandonados, por onde durante anos circulou a história de cidades, pessoas e indústrias? E as estações, sejam elas imponentes prédios ou singelas casinhas, quantos momentos de alegria e de tristeza não presenciaram, fosse no triste choro de mães cujos filhos iam estudar num distante internato ou num seminário, e que viam os trens partirem levando junto uma parte de suas vidas, fosse nos alegres momento de reencontro, de chegada. Locais que testemunharam tantos momentos inolvidáveis na vida das pessoas, mas que hoje estão eles próprios esquecidos pelo progresso, abandonados, depredados.


Os trens não transportavam apenas pessoas e mercadorias: levavam vidas, histórias, e também o progresso. Quantas cidades não prosperaram com a chegado dos trens, e depois que o último partiu, viram também partir o futuro? Vilas que cresceram ao redor das estações, algumas conseguindo até a emancipação, e que hoje estão tão abandonadas quanto os ramais que a atravessavam.


Por esta razão, o site foi um achado para mim, pois além de contar a história de diversas ferrovias brasileiras, é ricamente ilustrado com antigas imagens de composições, pátios, plataformas de embarque, dentre tantas outras.


Vou perder um bom tempo com isso. Mas como é bom desperdiçar nosso escasso tempo com aquilo do qual gostamos.


Mas talvez o motivo nem seja nostalgia coisa nenhuma. Acho muito mais provável que seja um trauma por não ter ganho um Ferrorama quando criança.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Não fiz a feira

Fiz uma rápida pesquisa na minha biblioteca: há livros comprados em todas Feira do Livro de Porto Alegre desde 2001. É provável que haja também de anos anteriores, pois foram os anos em que estudava na cidade, porém não tinha o hábito de registrar o local e a data da aquisição de cada um dos meus livros.

Em 2007 comprei 8, dos quais 3 ainda não li, assim com alguns adquiridos em 2006 e 2005. Tinha decidido não comprar mais nenhum enquanto não lesse o que já tinha em casa. E esse foi um dos motivos pelos quais passei em branco na edição deste ano da Feira.

Mas não tenho certeza de que fiz a coisa certa.

sábado, 15 de novembro de 2008

Vadiagem instuticionalizada.

Hoje é feriado. Por ser sábado podemos dizer se tratar de um semi-feriado, mas não deixa de ser.

Não gosto de feriado, creio que há muitos deles durante o ano. Fosse por mim, eliminaria a maioria deles, deixando apenas o Natal, a Sexta-feira Santa, o dia da pátria (no meu caso, 20 de setembro) e algum outro dia Santo, como Corpus Christi. E deu! Dia do trabalho, do município, finados, 1º de janeiro, Tiradentes, proclamação da república? Ah vão trabalhar seus vagabundos!

Um dos mais bizarros para mim é justamente o de hoje, 15 de novembro. A substituição do regime monárquico pela república não foi mais do que uma obrigação por parte dos brasileiros. Aliás, vergonhosamente a fizeram apenas 67 anos após a independência, muito tempo depois de nossos vizinhos atrasados.

É bem verdade de que o fato foi importante, mas fazer toda a cadeia produtiva do país parar somente para lembrar algo que de algum modo ou de outro acabaria acontecendo? Patrões pagando salários para funcionários que, ao invés de produzir, ficam o dia enchendo a cara, sem saber o motivo pelo qual não precisam ir trabalhar.

E tem gente que não sabe por que esse país não dá certo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Blau Berg Bier III

Justiça seja feita: fica aqui o agradecimento ao grande incentivador e co-autor da cerveja abaixo, meu amigo Everton Dewes. Sem ele a Blau Berg não existiria.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Blau Berg Bier II

Só a quem interessar possa: sinto-me muito bem. Ainda nem precisei ir ao Louvre.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Blau Berg Bier

Tenho várias desculpas para que a série Cerveja Artesanal - a saga não esteja seguindo uma ordem cronológica: trabalho, estudos, vida afetiva, antigomobilismo, futebol, minha participação no FutebolForça.com e, por que não dizer, preguiça. Os meus relatos sobre a história da bebida ainda estão na Mesopotâmia, mas minha produção... bem...



Estou escrevendo sentido o after taste da primeira Blau Berg Bier a dar o ar da graça e a ser consumida.



É óbvio, e já era esperado, que não ficou lá grandes coisas, mas confesso que me surpeendi positivamente. Ao engarrafá-la, o odor não era muito convidativo, e pus a maior parte da leva fora. Hoje, ao abrir a primeira garrafa, percebi que o (mau) odor permanecia. Tive receio em experimentá-la, mas fui em frente:



E eis a minha surpresa: a cerveja era "bebível". Já tomei muita cerveja "comercial" em pior estado. Tinha gosto de cerveja, não era uma Abadessa ou uma Schmitt, mas era cerveja. E isso me animou, pois esperava um resultado muito pior. Por se tratar da primeira leva, e devidos aos vários problemas na produção já detectados, o resultado foi bastante animador.



Só espero que amanhã me encontre em condições intestinais adequadas para levar o projeto adiante.

sábado, 8 de novembro de 2008

Engajados ou chatos

Quinta-feira teve show do R.E.M. em Porto Alegre no Zequinha Stadium. É óbvio que eu não fui, mal e mal conheço e o pouco do que eu conheço deles não me agrada . E ainda bem que eu não fui. Li no jornal que o viado do vocalista, cujo nome nem me lembro, ficou louvando a eleição do Obama.

Mas o que nós aqui ao sul do rio Uruguai temos a ver com isso, cara pálida? Eu estou pouco me lixando para as eleições americanas. Vai e comemora no hotel ou com os teus machos, e não com o pessoal que não tem nada a ver com isso.

Se tem algo que eu não suporto são os tais artista engajados. Bota racinha chata. Se eu vou a um show de música estou afim de ouvir essas músicas das quais eu gosto, e não mensagens ideológicas ou aulas de política. Não entendo como não vaiam o também absurdamente chato Bono Vox quando ele começa com suas pregações. Pô, tu é músico, se quiser ser o salvador do mundo te candidata a alguma coisa. Cala a boca e canta.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Carro velho

Para que serve um carro?

Quando Carl Benz e Gottlieb Daimler desenvolveram suas primeira carroças motorizadas, creio que pretendiam apenas facilitar a movimentação das pessoas, até então dependentes de tração animal (fosse ele racional ou não) ou das estradas de ferro.

Acontece que os primeiros automóveis, produzidos manualmente, não eram nada acessíveis à imensa maioria da população, ficando restritos a uma elite. Isso até Henry Ford desenvolver a linha de montagem.

E o povão pode ter seu Ford modelo T.

Mas os Rockfellers da vida não precisavam usar os mesmos carros de seus jardineiros. Sempre houve fábricas cujo foco era a exclusividade.

Ou seja, desde o princípio o carro sempre foi muito mais do que um mero meio de transporte: além de um indicador sócio-econômico, ele representa um símbolo de status, de identificação e até de auto-afirmação. E por que não dizer um dos motores da economia? Se esta vai bem, produzem-se e vendem-se carros aos montes. Se vai mal, as fábricas diminuem a produção, demitem funcionários, é o caos.

Mas se sempre são produzidos mais e mais carros, o que fazer com os velhos? Fundição? Ferro-velho? Reciclagem?

Bem, para alguns os automóveis também podem ser obras-de-arte ou objetos de coleção. Pode não ser algo muito prático guardar carros em uma coleção, mas cada vez mais pessoas fazem isso. A história da indústria automobilística, e por conseqüência deste período da humanidade está sendo preservada.

E escrevo isso para dizer que agora um grande amigo meu (que pediu anonimato) pode dizer, com o peito inflado pelo orgulho, que também faz parte deste grupo de excêntricos: comprou um carro antigo, mais precisamente o Ford 41 da foto.


Vai ter bastante trabalho. Mas creio que será divertido. No mínimo terei bastante assunto para escrever aqui.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Emoções nas manhãs de domingo

Minhas primeiras lembranças de corridas de Fórmula 1 são anteriores às primeiras lembranças de futebol. Recordo de estar na sala de minha casa com mais pessoas da minha família quando o austríaco Niki Lauda conquistou o título em 1984. E como somos descendentes de alemães, lembro-me de que houve um sentimento de satisfação, pois austríaco e alemão é a mesma coisa (hehehe).

Sempre gostei de acompanhar as corridas, e o faço desde então. Lia as reportagens nas Quatro Rodas, guardava os encartes no início das temporadas, assistia a todas as corridas. Será que alguém além de mim, do Reginaldo Leme e do Lemyr Martins lembram que existiram as equipes Wolf, Osella, Zakspeed, Eurobrum, Footwork, Forti Corsi e Simtek?


E como ancião na categoria, é evidente que acabei virando piquetista, e o que é pior, um piquetista xiita: vitórias do Senna eram capazes de estragar o meu humor pelo dia inteiro. As manhãs de domingo no final da década de 80 e comoço da de 90 foram extremamente deprimentes pra mim.


Mas aí veio a Williams Renault com controle de tração e, principalmente, Michael Schumacher. Podia não ser algo emocionante em termos de disputa, mas pelo menos divertia-me muito vendo o Senna sendo mero coadjuvante, sem conseguir um desempenho razoável, fazendo beicinho para poder correr somente com o melhor carro. E quando finalmente conseguira, não era capaz de fazer frente ao impetuoso alemão e sua Benetton Ford.


Como fã do Schumacher, não posso me queixar dos anos seguintes, apesar da enorme disparidade do campeonato. Passei a acompanhar a F1, mas com menos fervor. Os últimos 3 anos foram muito bons, mas não conseguiu causar em mim o mesmo entusiasmo.


Exceto no último domingo...


Não me lembro da última vez que tivesse me empolgado tanto com uma corrida de Fórmula 1. O final do Grande Prêmio do Brasil foi fantástico, vibrei muito com o Massa, e não escondi a frustração com o inespedado final.


Espero que seja o prenúncio da volta dos bons tempos da categoria.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Secreto

Não tenho nada contra os treinos secretos, tão usuais no futebol atual e que tanta crítica recebem por parte da imprensa. Afinal, como o esporte está tão nivelado uma jogada ensaiada ou uma supresa podem decidir uma partida.

A minha única objeção quanto à essa prática é o fato de ficarmos sem a possibilidade de assistirmos às belas jogados e aos gols de grandes jogadores, como é o colombiano Perea. Acredito que ele deva jogar muito nos treinos, empilhando gols e mais gols nos coletivos. Essa é a única razão dele continuar não somente sendo relacionado para os jogos do Grêmio, mas como também vinculado ao clube da Azenha.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

SEMtenário

- Lá vem mais um barco. O rio está movimentado hoje.
- Mas fica quieto! O que eu quero saber de barco? Tenho mais com o que me preocupar do que com barquinhos. E aquele merda do Adenor vai demorar muito ainda? Shirley, liga pro Adenor, diz que nós já estamos o esperando.
- Mas o que mesmo tu quer conversar com a gente?
- Tu sabe que eu não gosto de ficar repetindo as coisas. Espera o Adenor vir que eu vou contar tudo de uma só vez.
- Dr. Fernando, o Sr. Adenor já está aqui.
- Mande-o entrar.
- Bom dia senhores. Espero que a razão deste encontro suplante a oportunidade de assimilação de jogadas da qual estou abrindo mão.
- Poupe-me, Adenor, senta aí que eu tenho algo muito importante pra falar pra vocês dois. Tu também, Vitório, senta aí. É o seguinte: resolvi que vamos mudar nossos planos. Não vamos para a Libertadores no ano que vem.
- Mas doutor, é o ano do nosso centenário, o senhor mesmo semp...
- Sem mais nem menos, Vitório. Nós não vamos. Decidi e pronto.
- Eu não compreendo. Estamos vivenciando uma situação nítida e concreta de alcançarmos tal objetivo, tendo em vista o potencial humano do qual dispomos.
- O Adenor tem razão. Nós temos times para...
- Eu não quero saber. Já está decidido. Vamos abrir mão da nossa vaga para a Libertadores e nos concentrar na Sulamericana desse ano e na Recopa do ano que vem. Ganhar da LDU será tão fácil quanto daqueles mortos do Pachuca.
- Mas Fernando, nós temos condições de alcançar o G4. O nosso time é bom, somente precis...
- Vitório, não pedi tua opinião. Não quero que o time vá bem nesse campeonato. Por acaso vocês já deram uma olhada na tabela? Se chegarmos às últimas rodadas com chances de nos classificarmos, vamos ter que lutar para vencer o São Paulo e o Cruzeiro. E vocês vão querer dar o campeonato de lambuja pros gremistas. Eu não vou permitir que o meu time corra este risco. Não vou ajudar o Grêmio em hipótese alguma! O campeonato pra nós terminou, por mim podem até perder sábado pro Goiás.
- Eu não posso permitir que os meus comandados se eximam de almejar as vitórias por uma mera situação de rivalidade pueril.
- Mas tu é um mal-agradecido, Adenor. Se não fosse por mim, tu ia tá coçando o saco até hoje.
- E os empresários que bancaram os reforços? Contávamos com as cotas da Libertadores para pagarm...
- Tá, Vitório, chega. Até hoje a gente não pagou por esse terreno aqui. Prefiro ser inadimplente a ver o inimigo conquistando mais um troféu. Vai ser assim e deu. Adenor, pode voltar pro gramado. E Vitório, pede pra Shirley colocar de volta aqui atrás a minha mesa o pôster de 2006, porque 2009 terminou pra nós.

____________________________________________________

Este diálogo é fictício. Ou não...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Movimento “Quem é você que não sabe o que diz”

Atendendo ao pedido do Sr. Jorge Gitzler, presidente da ACERVA Gaúcha (Associação dos Cervejeiros Artesanais do Rio Grande do Sul), repasso aos meus 4 leitores:




COMUNICADO DE INDIGNAÇÃO


Movimento “Quem é você que não sabe o que diz”


A Cervejaria Colorado vem a público manifestar sua indignação ao comentário maldoso, pouco ético e sem fundamento emitido pelo mestre-cervejeiro da Guinness, Sr. Fergal Murrey, em relação à cerveja brasileira.



Agora que a Europa está em crise, parece que as grandes cervejarias estrangeiras começam a ter um grande interesse no nosso mercado. Semana passada esteve em São Paulo o cervejeiro da Guinness Sr. Fergal Murray “a convite” da multinacional DIAGEO, para ensinar brasileiro a beber cerveja, a deles.


Foi ao Anhanguera, que só vende cervejas artesanais brasileiras, e com uma careta qualificou a cerveja Demoiselle, da Cervejaria Colorado, como "É café, gelo e álcool". Oras bolas, Sr. Murrey! Gosto à parte, mas paladar é fundamental nesta nossa jornada de cervejeiro. Preferimos acreditar que fôlego lhe faltou neste maravilhoso tour beergastronômico pelo Brasil. Pior ainda foi que o comentário saiu publicado no Jornal da Tarde do último dia 21/10/2008, sob o título “Em busca da loira perfeita”.


Em resposta a este palpite infeliz do Sr. Fergal Murray, fazemos questão de manifestar nossa indignação e desrespeito à cerveja brasileira, que com muita luta vem criando sua própria escola, com muita garra, perseverança e dedicação das micro-cervejarias.


O referido palpite do Sr. Murrey não surtiria tanta indignação se viesse de uma observação isenta, mas o texto já desde o título dita idéias eugênicas (“Em busca da loira perfeita”, como se toda cerveja fosse loura e alguma delas perfeita), e segue num tom abertamente colonizador com o cervejeiro, pretendendo ensinar o repórter a beber, ser homem e assumir o controle. Rechaçamos com veemência esse tipo de postura.


Quem nos lê sabe que a Cervejaria Colorado é brasileira com muito orgulho, e utiliza os melhores ingredientes somados a toda criatividade de profissionais respeitados e premiados no segmento para elaborar seu portifolio. E a Colorado não faz só a Demoiselle, faz vários outros tipos de cerveja usando maltes e lúpulos, é claro, mas também ingredientes tipicamente regionais, como o mel de laranjeira, a mandioca, a rapadura e o café. Isso nos difere das estrangeiras, está fazendo com que nossas vendas aumentem a cada dia, e o mais importante, estamos agradando e construindo o paladar brasileiro para as cervejas premium. Será que é isso que aflige a produção massificada a ponto de ser recebermos comentários nada éticos como o do Sr. Murrey?


OBS. REPASSE ESTA MENSAGEM A TODOS QUE APRECIAM A CERVEJA NACIONAL E O TRABALHO DAS MICROCERVEJARIAS BRASILEIRAS.


Marcelo Carneiro da Rocha

Presidente da Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto / SP – Brasil

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Súper

Dias atrás estava passeando em Porto Alegre, visitando meu irmão, quando ele me convidou para ir ao shopping. Aceitei por educação. Não vejo graça alguma em caminhar por corredores atrolhados de gente, vendo roupas, tv’s, hamburgers e calçados. Pra mim é algo sem sentido, e sem graça também. Se quero comprar algo, vou direto a uma loja que me oferece tal produto, olho, vejo o preço e se me agradar e não for muito caro, compro. E vou embora.

Sei que sou um dos poucos que pensa assim e que não vêem o shopping como um programa de lazer, mas compreendo a atração que estas pessoas têm por um local assim, pois sinto o mesmo por um ambiente se não parecido ao menos com algumas semelhanças: supermercados, ou mais precisamente hipermercados.

Tenho um fascínio por este tipo de estabelecimento. É normal entrar numa loja, quanto maior melhor, e caminhar ao léu pelas gôndolas, ver os azeites, os vinhos, as bolachas. Paro diante da prateleira de erva-mate e olho pacote por pacote, marca por marca, assim como na do arroz, temperos, cereais...

E os queijos? Não vejo o tempo passar diante de camembers, bries, gorgonzolas, parmezões, goudas, grana padanos.

Acredito que este meu gosto seja pelo fato de que me criei freqüentando os pequenos mercados da minha cidade, e para a minha família a oportunidade de fazer compras em estabelecimentos maiores, em cidades também maiores, sempre era aproveitada. E eu me surpreendia com a variedade e quantidade de produto que encontrava nestas lojas, em oposição ao que eu tinha por aqui.

É por isso que na minha época de faculdade, caminhávamos todos os sábados em torno de 15 minutos para irmos até o Zaffari da Ipiranga, meu irmão eu, onde fazíamos nosso rancho. Na volta, percorríamos a Ipiranga carregando inúmeras sacolas plásticas. Isso quando não pegávamos o Ipiranga/PUC e íamos até o Carrefour da Bento.

Tudo mudou, e para melhor, quando o Bourbon Ipiranga foi inaugurado, a 50 metros do ap. Além de não precisarmos mais ver o hospital São Pedro e o Presídio Central da nossa sacada, tínhamos ao lado de casa um hipermercado à disposição, aberto das 8:00 à meia-noite.

Quantas tardes gastei percorrendo aqueles corredores, mesmo sem nada comprar. Era para mim tanto um lazer como uma espécie de terapia.

Na última quinta voltava Olímpico (gosto de dar uma boa caminhada pós-futebol, até o quanto minhas pernas agüentam, normalmente até o apartamento - quero ver como vou manter meu hábito quando a arena for no Humaitá) quando me deparei com o Zaffari Ipiranga, meu companheiro de tantos sábados. Resolvi entrar, como um nostálgico como eu resistiria? Percorri novamente seus corredores, mas infelizmente não tive aquela gostosa sensação de reminiscências, o que me frustrou profundamente. O mercado estava muito alterado desde a última vez que eu o visitara, provavelmente uns 9 anos atrás. Não tive aquela alegre sensação de reencontro, haviam mudado o meu mercado. Saí logo de lá, sem comprar nada, e nem comer uma mísera uva.

Por sorte, as minhas belas lembranças não podem ser alteradas, por mais estranhas que estas sejam.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Ponto Final.

O final de semana foi excelente. Além da oportunidade de reunir toda a família, do aprendizado odontológico e do fato de que a rodada do Brasileirão ter sido favorável ao meu Grêmio, ainda ganhei um presente do meu irmão. Deve ter sido por causa do Dia do Dentista, comemorado sábado, dia 25.

E foi um presente que veio bem a calhar, pois estava na minha lista de compras da Feira do Livro de Porto Alegre: A América aos nossos pés - 25 anos de uma Libertadores de verdade, escrito pelos gremistas Fernando e Eduardo "Peninha" Bueno, com os devidos autógrafos e dedicatórias.

Como já antecipei no FutebolForça.com, ele conta a saga Gremista na Libertadores da América de 1983. Apesar das "reclamações" dos outros livros que estão na cabeceira da minha cama, esperando para serem lidos, este furou a fila e foi devorado no Ouro e Prata que atravessou ao estado na madrugada de ontem.


terça-feira, 21 de outubro de 2008

A internauta siberiana.

Uma das primeiras coisas que fiz após criar este blog foi instalar um contador de acessos. Dia após dia, verificava quantos computadores tinham acessado a página na véspera, além de mim. Assim como o número, podia ver num mapa-mundi de onde eram “as visitas”. Logo nos primeiros dias, quando a média de acessos era de 1 a 2 diários, vi que havia uma bolinha vermelha num local da Sibéria, próximo à fronteira com o Cazaquistão, indicando que entre 1 e 9 pessoas daquela área viram o que eu escrevera.

Mas o que um siberiano faria vendo mais um blog genérico entre milhões de outros, de um idioma que lhe é, teoricamente, estranho?

O mais sensato seria pensar ser alguém do Google responsável por verificar se eu estava cumprindo o termo de compromisso que afirmei ter lido e com ele concordado. Ou alguma brincadeira do contador de acessos, justamente para estimular minha imaginação.

Mas isso não teria muita graça, prefiro me perder nos meus devaneios. Prefiro pensar que foi um internauta, ou melhor, umA internauta russa, que numa noite de solidão em meio ao rigoroso frio siberiano, gastava seu tempo navegando pela internet.

Fico imaginando o semblante triste de Natasha, seus belos olhos azuis ora fitando a neve acumulada na janela, ora a tela de seu computador. O rubor de seu rosto e suas longas tranças loiras refletidos no fundo branco de algum site. Sua mão delicada a guiar o mouse. O que a deixou tão triste? Por que Natasha não sorri? Como ela chegou até mim? Por que busca consolo, ou distração, num blog de alguém distante e incompreensível?

Nunca saberei as respostas. Nem se ela novamente entrou no meu blog, ou se ainda está triste. Pobre Natasha. Talvez ficasse feliz ao saber que fora uma das pioneiras a ver esta página, que ontem atingiu a marca de 1000 acessos.

É evidente que isto me alegra. Afinal, qual blogueiro não quer ser lido. Mas por outro lado, isso me preocupa imensamente. Se antes podia ser mais descompromissado, crítico e preconceituoso, hoje já tenho que me auto-censurar. Não posso mais falar mal de tal candidato a prefeito e tenho até medo de dizer que vou à missa todos os domingo, que sou contra o casamento gay e o aborto, que gosto de Bon Jovi e programas de culinária. A repercussão poderia ser muito negativa.

Estou pensando seriamente em criar um outro blog, algo como ADHD Descontrolado, com acesso estritamente restrito, onde poderia livremente expor meus pensamentos e desabafar, sem me preocupar em ofender, desagradar ou insultar ninguém. Um blog com poucos ou nenhum leitor, talvez no máximo a Natasha. Ela, de algum modo, iria me compreender.

domingo, 19 de outubro de 2008

“O que tu me diz, Germano?”

Vá ao Google e digite uma palavra, uma qualquer. Busque! Verá que existem milhares, quiçá milhões de ocorrências de tal verberte. Isto apenas levando em consideração o mundo virtual (ou até onde os tentáculos do Google alcançam, o que dá no mesmo).

Um dos principais problemas do mundo atual é o excesso de informações. Claro que também tem as guerras, a fome, a poluição, mas não quero escrever sobre isso agora. Aliás, e nem sobre o excesso de informação, isso receberá um texto inédito e exclusivo mais adiante. Estou apenas usando o tema como introdução

Não nos basta apenas termos uma noção dos tantos assuntos que surgem diariamente, temos que ter uma opinião sobre eles. O mundo exige que estejamos a par das eleições americanas, qual a situação do grupo de pessoas mantidas em cativeiro por um maluco num apartamento qualquer, quem é o atual namorado da Grazi, o desenrolar da CPI do momento no Congresso, o novo cd do Skank. E, como já escrevi, não nos basta saber do que se trata, temos que ter uma opinião formada.

E quando é algo que se relaciona com a nossa vida ou profissão, daí não nos basta apenas opinar, temos que ter fortes convicções. O mercado de trabalho nos exige tamanho preparo. Tenho que estar pronto para responder qualquer indagação sobre a nova escova da Oral B e do novo creme dental da Colgate, e não basta argumentar que pasta de dente é quase tudo a mesma coisa, e que os ângulos do cabo e das cerdas não têm tanta relevância numa boa escovação quanto o capricho de quem empunha a escova. Não basta, o paciente quer ouvir que tal escova é melhor, tal creme é melhor e pronto.

E nada pior para um profissional do que demonstrar falta de conhecimento na sua área de atuação.

Passei por esta situação embaraçosa ontem. Duas pessoas me ligaram, pedindo minha opinião, na condição de Cônsul do Grêmio, a respeito das eleições para a presidência do clube. E eu, vergonhosamente, não estava apto para responder o que me fora solicitado. Talvez por conhecer pouco a respeito dos candidatos, ou pelo fato da distância não permitir minha participação no pleito, acontece que não procurei me informar muito sobre tais eleições, apesar de diariamente receber e-mails sobre o assunto, sempre com críticas de um lado a respeito de quem apoiava o outro. E hoje vejo que isso foi um erro. Desapontei duas pessoas que se dignaram a fazer ligações de longa distância, de celular para celular, pois tinham em mente que eu poderia esclarecer suas dúvidas e fornecer-lhes uma opinião abalizada. Afinal, é o que se espera de um cônsul. Mas fui omisso. Ou pior, despreparado. E o mundo de hoje não tolera o despreparo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Ponto Final.

Mais um livro chega ao fim. Está baixa a minha média de leituras, e pior que confesso que o ócio tem papel crucial nesta estatística. Desta vez foi El Aleph, do grande Jorge Luis Borges. Bom livro, belas histórias, contadas de modo primoroso. Mas esperava mais, talvez por ter criado uma espectativa muito grande após ler Historia universal de la infamia, que assim como o outro foi lido, modéstia à parte, no original. Aliás, é o segundo livro que leio em seqüência na língua de Cervantes. Retornarei ao vernáculo no próximo.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Habemus Papam



Quero rezar uma missa na Polônia!”

Vista assim, esta frase não tem muito sentido e muito menos relevância. Mas dita por um Papa, contrariando a autoridade de uma ditadura comunista explicitamente atéia, daí a história já muda.

E como mudou. Uma das primeiras decisões tomadas por Karol Wojtila ao ser escolhido Papa foi que iria celebrar a Eucaristia em sua terra natal, que então estava do outro lado da Cortina de Ferro. Evidente que a primeira reação do Partido deve ter sido de contrariedade, mas não havia como ir contra o desejo de um povo que somente usufruiu de auto-determinação por poucas décadas nos últimos mil anos, e que utilizava a religião como instrumento de unidade, mesmo acossados pelos russos ortodoxos de um lado, e os protestantes da Prússia do outro. Não teve jeito o Papa foi à Polônia, onde foi recebido pelo primeiro-ministro Wojciech Jaruzelski (foto), o títere soviético de então.

Uma vez eu vi num documentário sobre a vida de João Paulo II uma cena onde Jaruzelski discursava diante do Papa. Suas pernas tremiam de modo nítido e constrangedor e ele ainda gaguejava. Também, apesar de ter lido e relido Marx, Engels, Trotsky, Gramsci entre outros, deve ter vindo-lhe à tona toda a formação cristã que recebera em sua casa, no seio da família. Para ele, aquela pessoa a sua frente não era mais um outro Chefe de Estado. Era o sucessor de Pedro, sobre o qual o próprio Cristo edificou a Igreja.

E a “ditadura do proletariado”, que de acordo com Marx seria o destino inevitável de todos os povos, começou a ruir. Dez anos depois o Muro da Vergonha era derrubado.

Hoje faz 30 anos que os cardeais, reunidos em Conclave no Vaticano, escolheram Karol Wojtila para suceder João Paulo I. Um dia para ser lembrado e comemorado.



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Dificuldades.

Cerveja artesanal - a saga III

Quando iniciei este blog, uma das idéias era relatar minha aventura no mundo das cervejas artesanais, não apenas no âmbito do consumo, mas também da produção.

Conforme o previsto, o projeto demorou, mas mesmo assim não segui o cronograma de textos que tinha imaginado. Já avancei bastante na parte prática, e já vou adiantando que as dificuldades são maiores do que eu imaginei.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Futebol Força.com

Finalmente os amantes do verdadeiro futebol, aquele esporte ríspido, disputado, onde os fortes, valentes e raçudos se sobressaem diante dos sem objetividade e malemolentes, finalmente essas pessoas terão um local exclusivo na internet.



Está no ar o site Futebol Força, onde este humilde signatário está incumbido de colaborar com textos que exaltarão este esporte árduo, repleto de sofrimento, dificuldades e glórias, uma perfeita metáfora da vida.

Como aquele site tenciona ser algo sério, ao contrário deste aqui, totalmente descomprometido, evitarei comentários clubistas, serei obrigado a maneirar nos meus preconceitos e ter um cuidado um pouco maior na elaboração dos textos. Analisando o que já escrevi aqui, pouca coisa se aproveitaria para o novo site. Mas tudo bem, os textos ruins, clubistas e preconceituosos continuarão a ter seu espaço aqui no ADHD Controlado.

Mas Ok, acessem, leiam, comentem, critiquem, divulguem: http://www.futebolforca.com/

Inspiração

É dura a vida de um blogueiro amador. Quem tem um blog deve concordar, as idéias brotam, milhões de temas estão aí prontos para serem blogados, mas na hora de passar tudo isso pro pc... Bate aquele desânimo.

Bem, apesar de concordar, não fui eu que escrevi isso aí. Copiei ipsi literis do blog Porão do Salvador. Mas não pude deixar de citar este texto, com os respectivos créditos ao autor, quando me lembrei de que também passo por essa dificuldade: tenho idéias brilhantes, imagino textos fantásticos, frases de impacto, trocadilhos inteligentes, metáforas incríveis, mas sempre quando estou off-line.

No sábado fui a uma festa. Devo ter “escrito” uns 4 textos, sobre 4 assuntos diferentes no transcorrer da noite. Tenho uma imaginação bastante fértil, e como já estou acompanhado, não preciso ficar caçando, então faço várias análises interessantes. E todos eram ótimos textos, ficariam muito bem aqui no blog. E não me lembro de mais nenhum deles, tirando esparsas idéias.

O escritor Charles Kiefer, patrono da edição deste ano da Feira do Livro de Porto Alegre, disse que sempre que a inspiração lhe bate a porta, encontra-o trabalhando. Isso também acontece bastante comigo, mas enquanto que o trabalho dele é justamente escrever, o meu é corrigir apinhamentos, remover tecido cariado restaurando as estruturas dentárias danificadas, extrair dentes e coisas do tipo. E acredito que não ficaria muito bem se durante um procedimento eu falasse à secretária:

“- Franciele, lembra-me depois de que eu posso escrever sobre a influência da gravata no meu humor, na minha percepção das coisas e na acidez dos meus pensamentos.”

É provável que o paciente possa se sentir incomodado e desprestigiado, podendo até pensar (equivocadamente, diga-se de passagem) que não estou lhe dando a devida atenção e desviando minha concentração em fatos alheios à sua cavidade bucal.

Por isso, meus leitores, não pensem que eu escrevo mal. No momento que eu instalar wireless no meu cérebro, alguns textos bons aparecerão por aqui.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Aguardem

Este texto é absurdamente inútil.

Inútil porque 75% dos meus leitores já sabem do que se trata.

Mas é inútil principalmente porque 50% deles não apenas sabem como também estão trabalhando diretamente no fato em questão.

Mas se eu começar a questionar a utilidade (ou sua falta) dos meus textos, chegarei a ponto de por em dúvida e utilidade do blog em si. E não quero correr este risco.

Mas vamos lá: dentre em breve iniciará uma revolução no modo como o futebol é apresentado na internet: um verdadeiro time está sendo formado para defender (palavra escolhida a dedo) com as travas e os cotovelos o verdadeiro futebol. Sem firulas e sem frescuras, mas sim em sua essência: o futebol força.

Pois como já disse o proto-historiador Eduardo "Peninha" Bueno, "futebol arte é coisa de viado".

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Oktoberfest

Há muitos nordestinos morando na região norte do Brasil: Amazonas, Pará... Por razões econômicas, muitas levas de migrantes adentraram na Floresta Amazônica em busca de uma vida melhor, seja no ciclo da Borracha, seja na época do garimpo, ou por causa da Zona Franca.

E são muitos. Os mais maldosos dizem que no norte tem índio e nordestino. Maledicência...

Mas é normal que um grupo populacional deslocado de sua origem busque preservar sua identidade. E foi o que fizeram os nordestinos do Pará: para manterem viva a lembrança do sertão, eles fundaram um CTG, onde dançam a chula, o pezinho e o vanerão. O CTG de Parauepebas é o ponto de encontro dos nordestinos que moram no Pará, onde eles podem matar a saudade de casa e lembrar dos tempos passados....



Você deve estar achando ridícula e idiota essa história, mas ela existe, somente os nomes dos personagens foram alterados. Mas eu vou revelá-la, mesmo que isso possa custar-me o ostracismo.

Na quinta-feira que vem começa na minha cidade a Oktoberfest-Missões. E não somos os únicos: Igrejinha, Santa Cruz, Santa Rosa e Blumenau, entre outras, também têm seus festejos de outubro, baseados no evento que ocorre anualmente em München, desde 1810.

Existe incongruência nisto? Bem é uma festa alemã, não é?

Não!!!

A Oktoberfest não é uma festa alemã. E quem me disse isso não foi a Wikipedia ou o Google. Quem me disse isso foi o Herr Krause, líder dos intercambistas alemães que visitaram nossa região em maio corrente. Quando mostramos-lhes o nosso parque de exposições, onde é realizada a nossa Oktoberfest, ele não escondeu sua perplexidade. A razão: Oktoberfest é tradição bávara e não alemã.

Mas os bávaros (ou bayern, no original), não são alemães???

São, são mesmo, assim como os gaúchos e os nordestinos são brasileiros.

É muito complicado tentar explicar as diferenças culturais entre os povos que formaram a atual Alemanha, mas posso adiantar que os do sul (bávaros) não gostam nem um pouco dos do norte (prussianos). E vice-e-versa. E razões não faltam: sul católico x norte protestante, sul unido e forte x norte desunido e forte, norte lutando contra Napoleão x sul construindo Neuschwanstein...

Em suma: os do norte não gostam dos do sul. E o contrário também é válido. Como diria a intercambista Janina Hinck “das ist nicht deutsch, das ist bayern” (isto não é alemão, isto é bávaro).

E a Oktoberfest? Bem, é uma festa que surgiu para comemorar o casamento de um príncipe da Baviera, e que hoje ocorre em diversas cidades do sul do Brasil. Há incoerência nisto?

Há! Claro que há!

A Unificação Alemã ocorreu, oficialmente, em 1871. Antes disto não havia uma identidade alemã, diversos reinos, ducados, cidades, principados, cada um com sua identidade e autonomia, formavam os então conhecidos Estados Alemãs. E foi nessa época que muitos buscaram novos horizontes em um continente distante. E partiram, da Saxônia, de Württenberg, de Hessen... houve migrantes da Baviera rumando para a América do Sul? Óbvio que houve, mas foi uma minoria insignificante...

Os alemães, ou seus descendentes, que hoje habitam o sul do Brasil, têm todo o direito de relembrar suas tradições de além-mar. Mas cultuar algo que lhes é estranho??? A Oktoberfest não é alemã, assim como o CTG não é nordestino. Há uma forte incoerência nisto, e a verdade não pode silenciar.

Sei que este blog tem só 4 leitores, e que todos moram em Porto Alegre, ou seja, não haveria tempo hábil para cancelar a festa na minha cidade ou provocar o meu desaparecimento antes da abertura do evento.

Então vou desabafar, mesmo que o meu Rotary Club fature com a venda dos bolinhos de carne que eu faço, mas a Oktoberfest não é coisa nossa, não é algo que veio com os nossos alemães. É bávaro, assim como o Bayern München e a Hoffbräuhaus.

E é errado que nós a comemoremos?

É e não é.

É porque é algo “importado”, nada a ver conosco (ou com nossos antepassados).

E não é porque que é algo que já possa ser considerado como uma tradição nossa. E porque é um alento financeiro imprescindível. No ano passado, nosso Rotary Club lucrou uns bons trocados com a venda dos meus bolinhos de carne. A primeira Oktober brasileira surgiu para reconstruir a Blumenau que fora arrasada pelas lamacentas águas do Itajaí-açu. E foi algo que deu certo.

Ou seja, este é um desabafo, mas peço a solidariedade dos meus leitores para que não me delatem e permitam que tais festas continuem a serem realizadas.

Tanto porque eu me divirto um bocado nelas.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Motorista

Vou ter que ir domingo para Porto Alegre. Não queria, não mesmo, mas tenho que ir. E ainda por cima não poderei dirigir (sou um cidadão que respeita as leis). Então, terei que conseguir alguém para guiar meu carro para mim.

Tenho dois conhecidos que se prontificaram a ir. Nenhum me agrada muito, mas como tenho que ir deverei escolher um dos dois. Para mim não importa qual, os dois me levarão ao meu destino, no mesmo tempo, com o mesmo custo. A única diferença é que um gosta de parar no Italian's, em Soledade, e o outro numa padaria em Espumoso.

Bem, no dia escolho um deles...

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

As minhas (quase) 10 cenas mais marcantes da história do cinema.

Não sou muito apegado a listas, sempre acabo me esquecendo de alguém ou de algo quando já é tarde, mas tudo bem. O Guilherme “Amargo”, companheiro de blog da FAECV, expôs a sua com “As minhas (no caso, suas) 10 cenas mais marcantes da história do cinema.” , e desafiou-nos a fazermos as nossas. Rabisquei a minha no Jardim Ipê, indo para o meu curso. Hoje, transcrevo-a na íntegra. É nítido o meu pouco conhecimento sobre o tema, tanto por não ter conseguido atingir o número de dez cenas, quanto pelo fato de que 50% delas são de um mesmo diretor. Se já é difícil para mim escrever sobre temas sobre os quais tenho conhecimentos razoáveis, imaginem versar sobre algo com o qual tenho pouca afinidade, como é o caso da sétima arte. Mas vamos lá:

8 – Tom Cruise, vendo Nicole Kidman dormindo em “De olhos bem fechados”
Ele tinha certeza que ela o traíra. Tentou se vingar, mas não conseguiu. Mesmo com tudo isso, ele não consegue ter raiva dela, olhando para aquele rosto angelical. Retrato fiel da fraqueza de um homem diante da mulher amada.

7- Kevin Spacey, com um porta-retratos nas mãos, em “Beleza Americana”, dando-se por conta de que é feliz, antes de levar um tiro na nuca.
Impressiona-me sua expressão de alegria e de satisfação. Pouco importa o desfecho, ele morre realizado.

6- A corrida de bigas, em Ben-hur.
Uma cena épica, memorável, numa época em que efeitos especiais eram coisas inimagináveis. Hoje em dia uma cena dessas passaria batida, mas naquela época...

5- O primata detonando tudo com um osso, em “2001 - uma Odisséia no Espaço”.
O homem, ou seu ancestral, descobre o poder das armas e sua importância para subjugar os outros. Uma aula de antropologia.

4- Massimo Troisi declara seu amor à sua musa, em “O Carteiro e o Poeta”.
É um alento para os tímidos e introvertidos ver o carteiro vencendo sua introspecção e conquista o coração da amada.

3- os companheiros de Kirk Douglas não deixam que ele se entregue para ser morto pelos romanos, em “Spartacus”.
Com a revolta dos escravos controlada pelos romanos, estes agora querem identificar e punir seu líder. Caso contrário, todos serão crucificados. Mas quando Spartacus vai se entregar, seu companheiro do lado brada “I’m Spartacus”, seguido de outro e mais outros, não deixando que os romanos descobrissem seu líder. Companheirismo e lealdade no nível máximo, raro de se encontrar hoje em dia.

2- Adrien Brody, escondido em um apartamento, desliza os dedos sobre o teclado de um piano, em “O Pianista”.
Escondido em um apartamento em Varsóvia, o músico depara-se com um piano, e toca uma música imaginária, passando os dedos a uma distância segura das teclas. Ao mesmo tempo tem um piano a disposição, mas não pode tocá-lo.

1- Malcolm McDowell “diverte-se” com duas mulheres ao som de “Wilhelm Tell”, em “Laranja Mecânica”.
Nunca uma trilha sonora combinou tão bem com uma cena.


E já deixo avisado que os próximos "memes" a respeito de cinema, botânica, fisiculturismo ou os que exija bom conhecimento da língua inglesa poderão demorar (e muito) para serem respondidos. Peço a compreensão de todos.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Mágoa

Hoje magoei uma pessoa.

Como isso me fez mal. Juro que não foi essa a intenção, mas quando percebi, um par de lágrimas escorria, uma em cada lado do seu rosto. Demorei pra entender o que ocorrera. As minhas primeiras três perguntas não obtiveram resposta. Somente depois lembrei-me do que eu tinha dito.

Confesso que estava nervoso, nem sempre as coisas acontecem como gostaríamos, mas aquilo foi mais um desabafo, um extravasar. Não queria ofender, diminuir, magoar aquela pessoa.

Mas foi o que aconteceu.

Tentei contornar a situação. Expliquei-lhe que não fora essa minha vontade, que fora uma brincadeira, brincadeira de mal-gosto e que não funcionara, mas que em momento algum quis ser grosseiro. E pedi desculpas, duas, três vezes. Acho que até foram quatro.

Espero que ela tenha entendido. Tenho minhas dúvidas, mas acho que sim. Ao menos eu compreendi algo que minha professora de português do 3º ano já dizia: “as palavras são armas”.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Consolação

O que dizer após um domingo desses, quando presenciei a derrota do meu Grêmio frente ao seu tradicional rival, em pleno terreno inimigo, com nítidos contornos de humilhação?

Alguns procurariam um culpado, outros tentariam entender as razões do ocorrido, uns desqualificariam o adversário, enquanto que outros, assim como eu, buscariam algum consolo.

Se perdemos, não somente o jogo, mas como também a liderança da competição, nos resta perceber que, aos poucos as coisas vão voltando aos seus lugares. O emergente time do inter está retomando o seu papel de coadjuvante no cenário futebolístico, cujo único objetivo é minar as pretensões maiores do Grêmio.

E isto me consola um pouco (ou será que me ilude?)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Essa é pro santo.

Constatação minha de alguns dias atrás: encontrei uma forte relação entre o chimarrão, o vinho e a cerveja.

“Elementar, meu caro Watson, os 3 são bebidas.”

Eu sei disso, pô, mas é algo mais profundo. Não são simples bebidas, são bebidas abençoadas.

Estou escrevendo pela manhã (o primeiro paciente cancelou sua consulta), e tomando um amargo, como de costume. Convém iniciar minha explanação com este legado guarani: estes índios tomam a caá-i há séculos, seja pelo poder revitalizante da cafeína contida nela, seja para atenuar o gosto ruim de certas águas, seja para enfrentarem o frio do vento Minuano, ou mesmo para passar o tempo. Bebida que invariavelmente causa estranheza a quem toma contato com ela pela primeira vez, não é de se estranhar a contrariedade inicial dos Jesuítas para com ela. Mas os Inacianos não só perceberam os benefícios advindos da infusão como também enxergaram o grande valor comercial do produto. A venda de erva-mate era uma das principais fontes de renda das Reduções Jesuítico-guaranis, e o pessoal de Buenos Aires cevava seus mates com erva produzida pelos missioneiros. Mas o problema é que esta era uma atividade exclusivamente extrativista, pois se desconhecia o modo de produzir mudas da Ilex paraguaiense. E aí que entram os soldados de Santo Inácio, que além de versados em teologia, arquitetura, música, letras, história, metalurgia, eram mestres em botânica, sendo que desenvolveram um método eficiente para a produção de mudas, possibilitando a multiplicação dos ervais. Se o produto hoje é tão popular e acessível a todos, isto se deve muito ao trabalho da Companhia de Jesus.

E o vinho? Bem, o vinho tem milênios de história, mas foi durante a Idade Média que os mosteiros europeus aprimoraram o cultivo das uvas e a produção de seu tão precioso sumo, tanto por sua importância canônica, como para a subsistência dos monastérios, pois muitos sobreviviam da venda deste vinho. E foi num mosteiro na região de Champagne, na França, que aconteceu uma revolução na enologia. Reza a lenda que o monge beneditino Don Pérignon, que mesmo sendo cego era responsável pela produção dos vinhos, provocou uma segunda fermentação em algumas garrafas, que acabaram estourando. Ao provar o líquido resultante, ele teria dito “parece que estou bebendo estrelas”. Pena que o fato seja bem mais sem graça do que a versão. Na verdade, Don Pérignon era um grande enólogo, cujo conhecimento foi fundamental na criação desta bebida refrescante e saborosa que é o espumante.

E a cerveja? Bem, quem lê o ADHD Controlado já sabe como ela surgiu, mas bebida é do jeito que bebemos hoje por causa, novamente, dos mosteiros europeus (eram os MIT’s ou CALTECH’s da época), que adicionaram o lúpulo à receita. E o que é a cerveja hoje? Basicamente, um fermentado de malte temperado com lúpulo. Como os monastérios primavam pela auto-suficiência, a maioria deles produzia cerveja, o que foi fundamental para o desenvolvimento da bebida. Se hoje existem cervejas como a Paulaner, Augustiner e a Franziskaner, é porque paulinos, augustinianos e franciscanos produziam tão precioso líquido. Existem casos emblemáticos, como a criação de uma cerveja especial, com um teor alcoólico maior, para saciar os monges durante os longos períodos de jejum da Quaresma, cerveja que hoje é conhecida por Doppel Bock.

Mas não há como associar cerveja com monges sem falar dos Monges Cistercienses ou Trapistas. Expulsos da França por Napoleão, fundaram mosteiros na Bélgica e na Holanda. Como as terras da região não eram propícias à produção de uvas, os mosteiros começaram a fazer cerveja para vender. E que cerveja! Hoje as cervejas trapistas possuem elevada reputação para com os entendidos, com destaque especial para a quase inacessível (e impronunciável) Westvleteren. Para bebê-la, ou vá ao bar ao lado do mosteiro, ou compre no próprio, após uma romaria que merece um texto exclusivo. O Xavier Depuydt tinha algumas para vender em sua antiga loja na Rua Normandia, a módicos R$ 99,00 a garrafa de 300 ml, mas hoje “só tenho umas parrra mim”, diz o belga, com seu sotaque de Olivier Anquier.


Na próxima vez que forem tomar um vinho, uma cerveja ou um chimarrão, dêem graças a Deus.

domingo, 21 de setembro de 2008

Ponto Final.

Ando meio relapso em relação às minhas leituras. Mas continuo, devagar e sempre. Finalizei El nacimiento de uma pasión, de Alejandro Fabbri, que um grande amigo me trouxe direto de Buenos Aires. Como já havia comentado aqui, o livro versa sobre a fundação dos principais clubes de futebol da Argentina. Uma ótima leitura pra quem gosta do assunto. Chama a atenção o fato de muitos clubes terem ligação com ingleses ou com ferroviários (o que muitas vezes era a mesma coisa), de muitos clubes terem sido fundados por adolescentes e as histórias das mudanças das canchas dos clubes. Destaque para o River, fundado no bairro da Boca, e para o Independiente, fundado em Buenos Aires e cuja primeira camisa era branca (como a usada no jogo contra o Estudiantes na Sulamericana deste ano).

Ótimo livro.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Yo gusté

Medialunas, dulce de leche, mantequilla, duraznos, ciruelas, pomelos, estava tudo lá. Era um desayuno digno de um rei, mas eu merecia, sim senhor. Após cinco longos anos de trabalho, sofrimento, dúvidas, incertezas, espera e alegrias, finalmente estavam chegando ao fim as minhas primeiras férias após o inicio da minha atividade profissional.

Após 9 dias e quase 2000 Km percorridos na Republica Oriental del Uruguay, eu acabara de acordar depois da minha última noite de sono em solo charrua. Que viagem maravilhosa, que momento maravilhoso! Tudo era perfeito, as cores, os sons, a inflexão da luz, os odores, os sorrisos, a comida, tudo... Mas como deixar de ser se eu estava concretizando algo almejado e planejado durante anos?

E foi neste momento mágico que eu ouvi pela primeira vez aquele som. Que melodias bonitas, que música bonita. Meio rock, meio pop, com certa influência de ska em alguns momentos. Quem canta isto?, perguntei ao garçom.

- No te va gustar – respondeu.

Como assim, se eu já tinha gostado? Repeti a pergunta. E ele a resposta. Este era mesmo o nome da banda.

No te va gustar. Um nome bem diferente mesmo. Mas pouco importava o nome. Antes de atravessar a fronteira, decidi procurar os discos desta banda uruguaia no comércio informal de Chuy. Comprei dois cd’s e até hoje escuto estes e outros trabalhos deles, tanto no carro quanto no consultório.

Mas uma coisa me intriga: será que o som deles é tão bom assim a ponto de me agradar logo na primeira vez? Será que o fato de eu tê-los escutado em um momento totalmente favorável em questão de bem-estar e satisfação não foi um fator preponderante? Se eu os tivesse ouvido em outra oportunidade, será que minha reação seria a mesma? Acredito que não.

Mas também, num ambiente como aquele, e na felicidade em que eu me encontrava, até Exaltasamba e Seu Jorge iriam me agradar.

..............................


Neste sábado, dia 20, a banda uruguaia faz show em Porto Alegre.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Vale a pena tudo isso? II

Acho que já estou começando a ver as coisas de outro modo: ontem cancelei o paciente das 20:30.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Vale a pena tudo isso?

Trabalhar é bom, principalmente quando se faz o que se gosta e nos sentimos realizados. E necessário também. Na finada União Soviética, os comunistas diziam que "quem não trabalha não come" (hoje esses mesmos comunistas dizem que "quem não trabalha recebe "Bolsa Família"). Agora, isso tem um porém: até que ponto vale a pena sacrificar longas horas de um breve dia em nome do trabalho? Será que não estamos dando demasiado valor a coisas como retorno financeiro, status, projeção profissional? Será que já paramos para pensar que muitas outras coisas, extremamente mais importante do que estas citadas acima, podem estar sendo deixadas de lado?

Começo a trabalhar às 7:30, e dificilmente saio do consultório antes das 20:00 (isso quando não fico aqui até às 21:30), com muitas vezes não mais do que 60 minutos de intervalo ao meio-dia. É verdade que dou graças a Deus por ter a oportunidade de trabalhar, mas será que não estou deixando de fazer coisas que poderão talvez um dia me fazer falta? O dinheiro que eu ganho supre o tempo que eu deixo de estar com meus pais? Ficar junto das pessoas que eu amo, brincar um pouco com meus cachorros, cuidar de um canteiro da horta, ir à missa ao final do dia, comer uma fruta direto do pé, caminhar pela praça, respirar o ar ainda puro da minha cidade, ver o pôr-do-sol, será que estou fazendo bem em abrir mão de todas essas coisas por causa de umas restaurações e uns tratamentos de canal? Começo a pensar seriamente que não. Nossa passagem por esta terra é muito curta.

Pode ser que a pessoa com a qual conversamos trivialidades ontem a noite possa ser encontrada caída no banheiro na manhã seguinte. Mas aí talvez seja tarde demais...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Meme

Ontem recebi um Meme.

MEME???

Mas que diabos é um "meme"? Como eu, um cara simples, habitante de um longínquo rincão afastado de tudo, como eu posso saber o que é um "meme"?

Não adianta, quem não se atualiza fica pra trás. E não é só na Odontologia. O mundo moderno nos obrigou a desenvolver uma série de termos para coisas que não existiam há pouco tempo. Só pra ficar na web (o primeiro exemplo), cito chat, browser, blog, spam. ..

Até então eu achava que estava conseguindo acompanhar estas nomenclaturas. Mas agora alguém me vem com esse tal de "meme"...

As vezes admiro os índios Guaranis pela simplicidade do seu idoma: para eles, tudo o que for água/líquido é i. Rio é i, bebida é i, chá é i, lago é i. Acredito que eles utilizariam um único termo para designar internet e todas suas variantes, algo como neteê.

Mas voltando ao meu Meme, ao invés de utilizar o velho recurso do selvagem em um ambiente hostil (esperar, observar e imitar), expus minha ignorância perguntando o significado do termo. Imagino o pessoal derrubando suas xícaras de café sobre os teclados, de tanto rirem. Tomara que tenham estragado seus periféricos.

Azar, agora todo mundo já sabe que meu nível e-ntelectual não é dos mais elevados. Bem, neste Meme (espécie de corrente, alguma alma bondosa me esclareceu), devo citar 10 mulheres do cinema ou tv que me tiram o fôlego. Prometo que farei em breve, assim que alguém me explicar o que são gadgets.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Dores


Hoje, 15 de Setembro, é dia de Nossa Senhora das Dores, título concedido à nossa mãe do céu para lembrar suas "sete dores".

Talvez este não é o dia mais propício para se fundar uma entidade.
Maria sofreu por seu Filho. Os torcedores de um certo clube fundado neste mesmo dia também são obrigados a sofrer as dores e os suplícios das vicissitudes do futebol.

São raros os títulos que o Grêmio conquistou com facilidade, sem causar sofrimento à sua torcida. Inferioridade numérica, gols nos minutos derradeiros, quando não na prorrogação, apreensão, angústia, esta tem sido a sina do Grêmio.
E não seria diferente neste 2008. Apesar da pinta de favorito ao título do Campeonato Brasileiro, o Grêmio não irá conquistá-lo de maneira fácil, com rodadas de antecedência e sem impingir sofrimento e dor à nação Gremista. A derrota neste sábado, em casa, contra o pequeno goiás, é só uma mostra do terror que há de vir.

Pois é meus amigos torcedores deste Grêmio que hoje completa 105 anos, preparem seus corações para suportar as rodadas, os sofrimentos e as dores que hão de vir.

sábado, 13 de setembro de 2008

Cavalos de Bronze

Rivera, Lavalleja, Zabala, Aparicio Saravia e, é óbvio José Artigas. Estão todos lá, firmes, impávidos, altivos, irredutíveis e... oxidando, nas praças de Montevideo. Eles e seus cavalos.

Estátuas eqüestres são presença constante em países cuja história foi escrita sobre o lombo dos cavalos, com suas fronteiras demarcadas com os cascos destes, como é o caso dos hispano-americanos. Não é de se estranhar que figuras eqüinas sempre apareçam nos monumentos aos grandes heróis nacionais. Em eventos marcantes da história destes países, como lutas pela independência e outros conflitos bélicos, o cavalo sempre esteve presente e desempenhou papel crucial.

Bastante comum nos países vizinhos, este tipo de escultura é bastante raro no Brasil. Lembro-me de apenas quatro: as estátuas de Bento Golçalves e do General Osório, em Porto Alegre, a do Duque de Caxias em São Paulo e a do Beto Carreiro em frente ao parque homônimo. Na capital paulista, às margens plácidas do riacho Ipiranga, há um belo alto-relevo eqüestre, mas não uma estátua. Talvez os meus três leitores possam me ajudar citando outras.

Já nos países lindeiros elas aparecem inclusive em cidades de menor porte, como Paysandu, no Uruguai, e Posadas, na Argentina. E foi nesta, capital da província de Misiones, que tive uma grata surpresa nesta semana: assisti a um encontro de grupo de danças de diversos países. Não que eu goste de danças, muito pelo contrário, acho algo muito sem graça. Mas pouco dispendi da minha atenção com as mesmas, o que me interessou mesmo foi o clima cosmopolita, com hondurenhos, costariquenhos, paraguaios, bolivianos, mexicanos e muitos outros numa mesma praça, aos pés da estátua do General Libertador San Martin. Dele e de seu cavalo.

Era uma visão inusitada, numa pequena área, pessoas de diversas nacionalidades, com feições distintas e indumentárias das mais variadas, como um menino boliviano com inúmeras sinetas pendurados em sua calça. Coitado, seu andar era todo desengonçado. Judiaria fazer isso com uma criança, somente um povo que elege um Evo Morales da vida faria algo do tipo.
Com certeza, o palco das apresentações contribuiu para a beleza da cena. Se o evento tivesse sido realizado em algum outro lugar, como um teatro, um parque de eventos ou um lonão, talvez não tivesse me causado a mesma impressão. Aliás, eu nem me prestaria a ir ver. Mas nesta praça, tudo ficou mais belo. Acredito que San Martin e seu cavalo influenciaram positivamente para que eu saisse de lá tão satisfeito.

Essa é a função da arte, não apenas instigar a nossa imaginação e chamar atenção, mas nos trazer o belo, o agradável, o prazer.

Mas algo me inquieta sempre que me deparo com este tipo de escultura: o bronze das estátuas costuma ser fiel às feições dos heróis retratados. Mas será que esta fidelidade abrange também os heróis eqüínos? Será que houve algum cuidado em relação ao focinho, à crina, ao porte do cavalo em questão? E o nome deles? Se todos sabem que o cavalo do Zorro se chamava Silver, o do Alexandre, o Grande era o Bucéfalo e o do Pica-pau era Pé-de-Pano, por que o nome do cavalo do San Martin não consta em nenhum de seus monumentos?

E tem algo que eu considero ainda pior, o bronze nos omite uma informação de extrema importância a respeito de um cavalo: o seu pêlo. O companheiro de Artigas era um zaino ou um tordilho? Um alazão, ou um gateado?

A arte nunca deixará de ser polêmica

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

500

Este blog atingiu a inacreditável merca de 500 acessos, número modesto, é verdade, mas impensável para algo que fora criado de modo totalmente despretencioso. E mesmo que deste total, uns 150 sejam de minha responsabilidade, o número significa que existem pessoas que se dão o trabalho de abrir esta página. Já identifiquei, inclusive, 3 (três) leitores.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Donde estás corazón?

Há uns quatro dias que a música "Donde estás corazón", da colombiana Shakira, não sai da minha cabeça.

Muito estranho, deve fazer uns três anos que não a escuto, mas do nada ela chega e se impregna nas minhas sinapses.

Estou começando a ficar um pouco preocupado.

On the road

(Fechando a trilogia dos blogueiros da FAECV, iniciada aqui e continuada acá.)

Uma das maiores preciosidades na biblioteca da minha casa é uma coleção com inúmeros exemplares da revista Quatro Rodas, especialmente do final da década de 70 até meados da década de 80.

Cresci folhando, olhando e lendo estas revistas. Com elas tinha acesso aos novos lançamentos, como o campeoníssimo de vendas Gol (ainda hoje me lembro da capa, onde um indefectível Gol vermelho, “motor de geladeira”, andava numa praia, abaixo do título “Este é o Gol”), o hoje raro Fiat Oggi e a Chevrolet Marajó, igual a que o pai tem na garagem desde maio de 1981; assim como ficava sabendo de antemão quais seriam as novidades que viriam, como o Monza e Santana 2000, ou aquelas que provavelmente nunca virão, como a Brasília II e o Ford Sierra brasileiro. Também gostava dos testes comparativos: Corcel II x Passat X Dodge Polara, Chevette x Fiat 147...

Adorava acompanhar meu pai em ambientes automobilísticos, como oficinas e postos de gasolina: o cheiro de óleo, a sujeira, os motores (os pôsteres também, é claro), tudo me fascinava.

Comprei meu primeiro carro em 2002, um negócio de pai para filho, literalmente. Mas foi mais por uma hipótese profissional que acabou frustrada do que por uma necessidade. E é o mesmo carro que tenho até hoje. Acho que sou a única pessoa do meu círculo de amizades que tem um automóvel do século passado. Nada contra o meu carro, ele nunca me deixou na mão, mas penso que gosto mais de andar de carro do que do carro em sim.

Pegar a estrada é uma afirmação da liberdade, da individualidade, da onipotência, do vigor. Não é de se estranhar a tamanha identificação dos homens com o automóvel.



Como moro numa cidade pequena, dificilmente utilizo meu carro no dia-a-dia. Chego a deixá-lo a semana inteira na garagem. Gosto de utilizá-lo como uma válvula de escape, um divertimento, um prazer. Quando estou estressado, vou para a estrada: vejo o mundo passar ao meu redor, o passado pelo retrovisor, e vou seguindo o meu caminho, mesmo sem ter certeza do destino. Eu e meu carro, meu micro-cosmo particular, onde posso escutar a música que eu quero, com a pessoa que eu quero, parar quando oportuno, necessário ou mesmo desejado, regressar, prosseguir, acelerar, diminuir o ritmo. O carro é uma metáfora da vida que poderíamos e gostaríamos de ter se tantas liberdades não nos tivessem sido cerceadas.

domingo, 7 de setembro de 2008

Dos solos destes filhos da mãe, gentil...




Se um dia no porvir
Minha pátria eu for servir
Hei de honrar esta bandeira!


Este hai-kai tupiniquim é uma das lembranças que tenho desta época do ano nos meus primeiros tempos de colégio. A semana da pátria era um evento grandioso, com uma programação intensa: apresentações, jograis, poesias e ensaios, tudo exaltando as belezas e o amos a terra mãe, além dos exaustivos ensaios, para que tudo corresse bem no gran finale: o Desfile de 7 de Setembro.

E isso que já podia-se perceber uma certa decadência nestes desfiles. Ainda havia marcha, bandas, bumbos, trompetes, pratos, mas o espetáculo já deixava a desejar em relação ao que ocorria anos atrás. Era nítido o enfraquecimento das nossas instituições de ensino, que outrora foram responsáveis por dar à nossa cidade a alcunha de "berço regional da cultura", mas que estavam sendo assoladas pelas sucessivas crises econômicas, que culminariam com o fechamento de 2 das 3 das escolas particulares.

Mas voltando à minha época, ainda havia resquícios de um civismo forçado. Aliás, a minha geração foi a última a ter aulas de Educação Moral e Cívica (assim com a última a fazer curso de datilografia e a brincar com produtos não-chineses), herança dos tempos do governo militar. Mas como tudo que é imposto e onde não há espontaneidade, estas demonstrações de patriotismo forçados estavam fadadas a talvez não acabar, mas tornar-se uma mera formalidade.

Quando fui para Horizontina, vi que lá os desfiles ainda tinham força. O grande combustível, ao meu ver, era a rivalidade entre as escolas, bem mais forte do que em Cerro Largo, quando aproveitava-se esta oportunidade para uma instituição tentar demonstrar sua suposta e almejada superioridade perante a outra. O evento era bem organizado, com alunos uniformizados marchando e bandas exaustivamente ensaiadas.

Mas é claro que eu não gostava disso, e fazia de tudo para não participar da "festa", sempre dando um jeito de fugir na hora do desfile. Tínhamos (meus cúmplices e eu) até a cara de pau de ajudar a guardar os instumentos da banda, ao final do desfile, apesar de termos marchados em direções distintas.

Não sei como estão os desfiles em Horizontina nos idos de 2008. Aqui em Cerro Largo o espetáculo transformou-se numa mera caminhada, com alunos forçados a participar sob a ameça de sofrerem alguma pena caso se ausentem, e a platéia formada praticamente apenas pelos pais destes alunos. Não há nenhum sentimento de amor à pátria, civismo e tal, o que é compreensível para um país que, com exceção dos dias de Copa do Mundo, não consegue fazer com seus filhos tenham amor à sua bandeira.



Não pensem ser este um desabafo do signatário à falta de patriotismo dos brasileiro, especialmente cerrolarguenses. Sempre me considerei mais gaúcho do que brasileiro. Para mim, o Dia da Pátria não é o 7, mas sim o 20 de Setembro. Mas sou saudosista e lamento o fim de um espetáculo belo. Mas que também não faz mais sentido algum.
Related Posts with Thumbnails