segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Pausa
domingo, 28 de dezembro de 2008
Céu
Mas nesta semana tive uma grata surpresa: contaram-me a história dum homosexual que está sendo "curado" pela Deborah Secco. Finalmente algo decente sendo mostrado.
Nos últimos anos (antes que me contestem, não é preciso assistir para conhecer os enredos) era cada vez mais comum estas novelas mostrarem "casais" homosexuais como se isto fosse a coisa mais normal do mundo, numa irresponsabilidade imensa. Imaginem o que uma criança, sem a capacidade de dicernimento, pensa sobre isso? Vai pensar que é normal e aceitável homem com homem ou mulher com mulher, que família é algo relativo, que o que importa é o amor, mimimi e mimimi.
Mas pelo amor de Deus, a que ponto chegamos? As pessoas estão expostas a esta apologia homossexual a todo o momento, o que vai ser do núcleo familiar dentre alguns anos?
Por isso fico feliz com essa história da Céu. Pode ser que nem seja assim como eu entendi e estou aqui relatando, mas o simples fato da TV, com todo o seu alcance em território nacional, mostrar alguém "voltando" ao caminho normal, já é um alento.
Acho que o mundo não está todo perdido.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Identidade visual
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
A Terra é Azul
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Não pagar pra ver
Eu não gosto. Aliás, não sei de ninguém que goste. Conheço muitos que afirmam preferir pagar pedágios a trafegar por estradas esburacadas. O que até faz sentido. Mas gostar de pagar, isso não tem ninguém.
É inegável que o preço cobrado nas praças de pedágios gaúchas é exagerado. Dêem uma volta pela Argentina e o Uruguai só para comprovar. Logo, é compreensível que muita gente dê um jeito de escapar da cobrança.
Um dos desvios de pedágio mais conhecidos e utilizados é o da praça de Soledade, que pode ser observado na imagem de satélite abaixo, retirada do Wikimapia.
Bem, eu nunca tinha feito uso desta rota, mas na minha penúltima ida a Porto Alegre, como dispunha de tempo, decidi vivenciar esta experiência.
O trecho é muito ruim: muita pedra, irregular, poeira. Para aqueles que como eu costumam encher bastante os pneus quando pegam a estrada, o roteiro é um contínuo trepidar. Mas apesar dos riscos de furar um pneu e de soltar todas as peças do carro, o desvio é bastante utilizado. É raro passar por lá sem se deparar com algum motorista entrando ou saindo da estrada, dispostos a economizar os R$ 5,40 da tarifa.
Apesar de que a sensação de economizar me é bastante aprazível, confesso que não faço muita questão de repetir minha experiência. E nem é consciência pesada ou algo do gênero. Apenas acho que o risco de sofrer uma avaria no carro não compensa o valor economizado.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Frohe Weihnachten
Desde meados da década de 80 eu sou o responsável pela montagem do presépio aqui em casa, tão logo se aproxima o Natal.
Bem, o nosso parâmetro é o calendário litúrgico, ou seja, o período de Natal começa no primeiro domingo do Advento, apesar de já podermos ver motivos natalinos no comércio desde o final de outubro. Mas tudo bem, eles querem vender e tal...
Voltando ao presépio: como eu já escrevi, a incumbência de montá-lo é minha, assim como da árvore de Natal, sempre ao som de músicas natalinas (boa parte delas em alemão). E sempre foi assim, com exceção apenas do ano de 1995, quando fiz meu intercâmbio na Alemanha. E sempre com alegria. Tenho excelentes recordações dos Natais da minha infância, é um dos períodos do anos que sempre me deixou muito feliz, mesmo que aparentemente não tivesse motivo para tal.
Sei que isso pode desagradar 25% dos meus quatro leitores, mas tenho muito pena dos ateus nesta época: para eles, este período não passa de uma mera troca de presentes, tal qual os exploradores faziam com os índios, num sinal de confiança e amizade. E ai de nós se não presentearmos familiares, cônjuge, colegas de trabalho, a sogra... onde já se viu...
Já pensei seriamente em não dar nenhum presente para ninguém no Natal, apenas um abraço, um soriso e um "Feliz Natal". Mas nunca tive coragem.
Ainda está em tempo, não comprei nada para ninguém. Mas o presépio eu já montei, como podem ver:
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Solidariedade
E ainda uni o útil ao agradável: além da tríade areia-mar-sol, programei um roteiro de visitas a diversas micro-cervejarias catarinenses, principalmente na região do Vale do Itajaí.
Foram férias maravilhosas: passei 10 belos dias entre paisagens deslumbrantes e boas cervejas, e tanto estas como as outras não me saem da memória.
Especialmente depois do que aconteceu na semana passada. Muitas das cidade que eu percorri foram arrasadas por chuvas, alagamentos e deslizamentos de terras. Foi muito triste ver os lugares por onde passei alagados, cobertos de terra ou destruídos.
Não há como não ficar sensibilizado. O bom é que tão logo ocorreram as tragédias, um sem número de pessoas e entidades se mobilizou para ajudar os catarinenses com aquilo que eles tanto precisam. E o Rotary International, a maior entidade voltada à prestação de serviços no mundo, não ficou de fora, conforme o vídeo abaixo.
http://br.youtube.com/watch?v=WS_KK7fanns
Por atitudes como esta que eu me orgulham em fazer parte desta entidade. Ainda mais depois que nosso clube, o Rotary Club de Cerro Largo, decidiu na reunião de hoje contribuir com R$ 1000,00 para a campanha. Os catarinas precisam.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Vendem-se ilusões
Desde que o torneio passou a ser disputado pelo sistema de pontos corridos, duvidei que algum dia o tricolor lutasse novamente pela taça. Todas as nossas conquistas de maior expressão vieram na base da superação, com times limitados e, na maioria das vezes, nos valendo de alguma peculiaridade do regulamento. Algo totalmente impossível num campeonato tão longo, onde 20 times jogam todos contra todos e aquele que somar mais pontos é o vencedor. Não é à toa que no primeiro ano lutamos até o final para não cairmos e no segundo ano sucumbimos. Quando voltamos, até que não fomos tão mal, mas nunca vimos a taça de perto.
Neste 2008 vimos. Inclusive imaginamos que já estávamos encostando os dedos nela.
Ilusão, mais uma mera ilusão destas que somente o futebol é capaz de criar. Um time sem ataque, com severas limitações não conseguiria se superar por intermináveis 38 rodadas. No domingo passados acordamos para a realidade, ainda atordoados, mal e mal conseguindo ver um cada vez mais distante São Paulo. Apesar de que a matemática, de modo extremamente debochado, ainda nos contempla com uma remota possibilidade de título, o Campeonato Brasileiro de 2008 acabou para nós. Restou-nos assegurar a vaga para a Libertadores 2009 nas duas derradeiras rodadas.
É bem verdade de que nossas expectativas no início do campeonato eram muito piores, porém é frustrante e dói perder o campeonato deste jeito, depois de irmos tão longe, ainda mais porque não sei quando teremos novamente uma oportunidade como esta.
O que pode ser pior do que isso? Só uma improvável derrota sãopaulina em pleno Morumbi, aliada a uma vitória nossa no Ipatingão, reacendendo em nós a chama da imortalidade (aquela mesmo que luziu exatos 3 anos atrás em Recife, neste mesmo 26 de novembro) fazendo com que cheguemos a rodada final com condições de conquistar o título.
Mas do que adiantaria? Seria tão somente mais uma ilusão que o futebol criaria em nossas mentes apaixonadas.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Direito à vida
fonte: http://www.zenit.org/article-20093?l=portuguese
Organizações pró-família e pró-vida apóiam a iniciativa de C-FAM (Catholic Family and Human Rights Institute )
"MADRI, terça-feira, 18 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- Por ocasião do 60º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos no próximo dia 10 de dezembro, o «lobby» abortista propõe que o aborto seja declarado como direito humano pela ONU. Para impedir que a proposta seja aceita, a C-FAM organizou, junto a outras organizações pró-vida e pró-família, um abaixo-assinado internacional.
Em inglês já foram reunidas mais de 30 mil assinaturas. Em espanhol foram a 7 mil. Todas as assinaturas serão apresentadas na sede das Nações Unidas no dia 10 de dezembro e se espera que sejam mais de 100 mil. Elsa Yolanda Márquez Reyes, uma das promotoras, faz um convite: «Sejamos a voz dos que não têm voz».
A C-FAM, líder da campanha, é uma organização fundada em 1997 para acompanhar e promover a vida no debate sobre políticas sociais nas Nações Unidas e em outras instituições internacionais. Trata-se um instituto de pesquisa sem fins lucrativos, dedicado a restabelecer uma compreensão ajustada do direito internacional, proteger a soberania nacional e a dignidade da pessoa humana.
O abaixo-assinado, em numerosos idiomas, recorda que a Declaração Universal é a conquista de um padrão comum para todas as pessoas e todas as nações, e indica que se deve proteger o direito à vida de cada ser humano, a partir do qual cada criança tem o direito de nascer e ser educada dentro de sua família, baseada no casamento de um homem e uma mulher, sendo a família o grupo de unidade natural e fundamental da sociedade; o direito de cada criança de ser educada por seus pais implica que estes têm, por sua vez, o direito fundamental de escolher o tipo de educação que darão aos seus filhos.
Por isso, o assinante solicita a todos os governos que interpretem de maneira apropriada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, dado que: todas as pessoas têm o direito à vida, a liberdade e à segurança pessoal (artigo 3); os homens e mulheres em idade madura sem nenhuma limitação devido à sua raça, nacionalidade ou religião, têm direito a contrair matrimônio e a estabelecer uma família. (artigo 16); a família é o grupo de unidade natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção por parte da sociedade e do Estado (artigo 16); a maternidade e a infância dão direito à assistência e a cuidados especiais (artigo 25); os pais têm o direito prioritário de escolher o tipo de educação que darão aos seus filhos (artigo 26).
Para mais informação: http://www.c-fam.org/publications/id.97/default.asp "
Como disse Martin Luther King: "O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons."
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Sobre os trilhos
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Não fiz a feira
Em 2007 comprei 8, dos quais 3 ainda não li, assim com alguns adquiridos em 2006 e 2005. Tinha decidido não comprar mais nenhum enquanto não lesse o que já tinha em casa. E esse foi um dos motivos pelos quais passei em branco na edição deste ano da Feira.
Mas não tenho certeza de que fiz a coisa certa.
sábado, 15 de novembro de 2008
Vadiagem instuticionalizada.
Não gosto de feriado, creio que há muitos deles durante o ano. Fosse por mim, eliminaria a maioria deles, deixando apenas o Natal, a Sexta-feira Santa, o dia da pátria (no meu caso, 20 de setembro) e algum outro dia Santo, como Corpus Christi. E deu! Dia do trabalho, do município, finados, 1º de janeiro, Tiradentes, proclamação da república? Ah vão trabalhar seus vagabundos!
Um dos mais bizarros para mim é justamente o de hoje, 15 de novembro. A substituição do regime monárquico pela república não foi mais do que uma obrigação por parte dos brasileiros. Aliás, vergonhosamente a fizeram apenas 67 anos após a independência, muito tempo depois de nossos vizinhos atrasados.
É bem verdade de que o fato foi importante, mas fazer toda a cadeia produtiva do país parar somente para lembrar algo que de algum modo ou de outro acabaria acontecendo? Patrões pagando salários para funcionários que, ao invés de produzir, ficam o dia enchendo a cara, sem saber o motivo pelo qual não precisam ir trabalhar.
E tem gente que não sabe por que esse país não dá certo.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Blau Berg Bier III
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Blau Berg Bier II
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Blau Berg Bier
Estou escrevendo sentido o after taste da primeira Blau Berg Bier a dar o ar da graça e a ser consumida.
É óbvio, e já era esperado, que não ficou lá grandes coisas, mas confesso que me surpeendi positivamente. Ao engarrafá-la, o odor não era muito convidativo, e pus a maior parte da leva fora. Hoje, ao abrir a primeira garrafa, percebi que o (mau) odor permanecia. Tive receio em experimentá-la, mas fui em frente:
E eis a minha surpresa: a cerveja era "bebível". Já tomei muita cerveja "comercial" em pior estado. Tinha gosto de cerveja, não era uma Abadessa ou uma Schmitt, mas era cerveja. E isso me animou, pois esperava um resultado muito pior. Por se tratar da primeira leva, e devidos aos vários problemas na produção já detectados, o resultado foi bastante animador.
Só espero que amanhã me encontre em condições intestinais adequadas para levar o projeto adiante.
sábado, 8 de novembro de 2008
Engajados ou chatos
Mas o que nós aqui ao sul do rio Uruguai temos a ver com isso, cara pálida? Eu estou pouco me lixando para as eleições americanas. Vai e comemora no hotel ou com os teus machos, e não com o pessoal que não tem nada a ver com isso.
Se tem algo que eu não suporto são os tais artista engajados. Bota racinha chata. Se eu vou a um show de música estou afim de ouvir essas músicas das quais eu gosto, e não mensagens ideológicas ou aulas de política. Não entendo como não vaiam o também absurdamente chato Bono Vox quando ele começa com suas pregações. Pô, tu é músico, se quiser ser o salvador do mundo te candidata a alguma coisa. Cala a boca e canta.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Carro velho
Quando Carl Benz e Gottlieb Daimler desenvolveram suas primeira carroças motorizadas, creio que pretendiam apenas facilitar a movimentação das pessoas, até então dependentes de tração animal (fosse ele racional ou não) ou das estradas de ferro.
Acontece que os primeiros automóveis, produzidos manualmente, não eram nada acessíveis à imensa maioria da população, ficando restritos a uma elite. Isso até Henry Ford desenvolver a linha de montagem.
E o povão pode ter seu Ford modelo T.
Mas os Rockfellers da vida não precisavam usar os mesmos carros de seus jardineiros. Sempre houve fábricas cujo foco era a exclusividade.
Ou seja, desde o princípio o carro sempre foi muito mais do que um mero meio de transporte: além de um indicador sócio-econômico, ele representa um símbolo de status, de identificação e até de auto-afirmação. E por que não dizer um dos motores da economia? Se esta vai bem, produzem-se e vendem-se carros aos montes. Se vai mal, as fábricas diminuem a produção, demitem funcionários, é o caos.
Mas se sempre são produzidos mais e mais carros, o que fazer com os velhos? Fundição? Ferro-velho? Reciclagem?
Bem, para alguns os automóveis também podem ser obras-de-arte ou objetos de coleção. Pode não ser algo muito prático guardar carros em uma coleção, mas cada vez mais pessoas fazem isso. A história da indústria automobilística, e por conseqüência deste período da humanidade está sendo preservada.
E escrevo isso para dizer que agora um grande amigo meu (que pediu anonimato) pode dizer, com o peito inflado pelo orgulho, que também faz parte deste grupo de excêntricos: comprou um carro antigo, mais precisamente o Ford 41 da foto.
Vai ter bastante trabalho. Mas creio que será divertido. No mínimo terei bastante assunto para escrever aqui.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Emoções nas manhãs de domingo
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Secreto
A minha única objeção quanto à essa prática é o fato de ficarmos sem a possibilidade de assistirmos às belas jogados e aos gols de grandes jogadores, como é o colombiano Perea. Acredito que ele deva jogar muito nos treinos, empilhando gols e mais gols nos coletivos. Essa é a única razão dele continuar não somente sendo relacionado para os jogos do Grêmio, mas como também vinculado ao clube da Azenha.
domingo, 2 de novembro de 2008
Sr. Artesanalino & Sr. Ambeviano
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
SEMtenário
- Mas fica quieto! O que eu quero saber de barco? Tenho mais com o que me preocupar do que com barquinhos. E aquele merda do Adenor vai demorar muito ainda? Shirley, liga pro Adenor, diz que nós já estamos o esperando.
- Mas o que mesmo tu quer conversar com a gente?
- Tu sabe que eu não gosto de ficar repetindo as coisas. Espera o Adenor vir que eu vou contar tudo de uma só vez.
- Dr. Fernando, o Sr. Adenor já está aqui.
- Mande-o entrar.
- Bom dia senhores. Espero que a razão deste encontro suplante a oportunidade de assimilação de jogadas da qual estou abrindo mão.
- Poupe-me, Adenor, senta aí que eu tenho algo muito importante pra falar pra vocês dois. Tu também, Vitório, senta aí. É o seguinte: resolvi que vamos mudar nossos planos. Não vamos para a Libertadores no ano que vem.
- Mas doutor, é o ano do nosso centenário, o senhor mesmo semp...
- Sem mais nem menos, Vitório. Nós não vamos. Decidi e pronto.
- Eu não compreendo. Estamos vivenciando uma situação nítida e concreta de alcançarmos tal objetivo, tendo em vista o potencial humano do qual dispomos.
- O Adenor tem razão. Nós temos times para...
- Eu não quero saber. Já está decidido. Vamos abrir mão da nossa vaga para a Libertadores e nos concentrar na Sulamericana desse ano e na Recopa do ano que vem. Ganhar da LDU será tão fácil quanto daqueles mortos do Pachuca.
- Mas Fernando, nós temos condições de alcançar o G4. O nosso time é bom, somente precis...
- Vitório, não pedi tua opinião. Não quero que o time vá bem nesse campeonato. Por acaso vocês já deram uma olhada na tabela? Se chegarmos às últimas rodadas com chances de nos classificarmos, vamos ter que lutar para vencer o São Paulo e o Cruzeiro. E vocês vão querer dar o campeonato de lambuja pros gremistas. Eu não vou permitir que o meu time corra este risco. Não vou ajudar o Grêmio em hipótese alguma! O campeonato pra nós terminou, por mim podem até perder sábado pro Goiás.
- Eu não posso permitir que os meus comandados se eximam de almejar as vitórias por uma mera situação de rivalidade pueril.
- Mas tu é um mal-agradecido, Adenor. Se não fosse por mim, tu ia tá coçando o saco até hoje.
- E os empresários que bancaram os reforços? Contávamos com as cotas da Libertadores para pagarm...
- Tá, Vitório, chega. Até hoje a gente não pagou por esse terreno aqui. Prefiro ser inadimplente a ver o inimigo conquistando mais um troféu. Vai ser assim e deu. Adenor, pode voltar pro gramado. E Vitório, pede pra Shirley colocar de volta aqui atrás a minha mesa o pôster de 2006, porque 2009 terminou pra nós.
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Este diálogo é fictício. Ou não...
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Movimento “Quem é você que não sabe o que diz”
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Súper
Sei que sou um dos poucos que pensa assim e que não vêem o shopping como um programa de lazer, mas compreendo a atração que estas pessoas têm por um local assim, pois sinto o mesmo por um ambiente se não parecido ao menos com algumas semelhanças: supermercados, ou mais precisamente hipermercados.
Tenho um fascínio por este tipo de estabelecimento. É normal entrar numa loja, quanto maior melhor, e caminhar ao léu pelas gôndolas, ver os azeites, os vinhos, as bolachas. Paro diante da prateleira de erva-mate e olho pacote por pacote, marca por marca, assim como na do arroz, temperos, cereais...
E os queijos? Não vejo o tempo passar diante de camembers, bries, gorgonzolas, parmezões, goudas, grana padanos.
Acredito que este meu gosto seja pelo fato de que me criei freqüentando os pequenos mercados da minha cidade, e para a minha família a oportunidade de fazer compras em estabelecimentos maiores, em cidades também maiores, sempre era aproveitada. E eu me surpreendia com a variedade e quantidade de produto que encontrava nestas lojas, em oposição ao que eu tinha por aqui.
É por isso que na minha época de faculdade, caminhávamos todos os sábados em torno de 15 minutos para irmos até o Zaffari da Ipiranga, meu irmão eu, onde fazíamos nosso rancho. Na volta, percorríamos a Ipiranga carregando inúmeras sacolas plásticas. Isso quando não pegávamos o Ipiranga/PUC e íamos até o Carrefour da Bento.
Tudo mudou, e para melhor, quando o Bourbon Ipiranga foi inaugurado, a 50 metros do ap. Além de não precisarmos mais ver o hospital São Pedro e o Presídio Central da nossa sacada, tínhamos ao lado de casa um hipermercado à disposição, aberto das 8:00 à meia-noite.
Quantas tardes gastei percorrendo aqueles corredores, mesmo sem nada comprar. Era para mim tanto um lazer como uma espécie de terapia.
Na última quinta voltava Olímpico (gosto de dar uma boa caminhada pós-futebol, até o quanto minhas pernas agüentam, normalmente até o apartamento - quero ver como vou manter meu hábito quando a arena for no Humaitá) quando me deparei com o Zaffari Ipiranga, meu companheiro de tantos sábados. Resolvi entrar, como um nostálgico como eu resistiria? Percorri novamente seus corredores, mas infelizmente não tive aquela gostosa sensação de reminiscências, o que me frustrou profundamente. O mercado estava muito alterado desde a última vez que eu o visitara, provavelmente uns 9 anos atrás. Não tive aquela alegre sensação de reencontro, haviam mudado o meu mercado. Saí logo de lá, sem comprar nada, e nem comer uma mísera uva.
Por sorte, as minhas belas lembranças não podem ser alteradas, por mais estranhas que estas sejam.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Ponto Final.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
A internauta siberiana.
Mas o que um siberiano faria vendo mais um blog genérico entre milhões de outros, de um idioma que lhe é, teoricamente, estranho?
O mais sensato seria pensar ser alguém do Google responsável por verificar se eu estava cumprindo o termo de compromisso que afirmei ter lido e com ele concordado. Ou alguma brincadeira do contador de acessos, justamente para estimular minha imaginação.
Mas isso não teria muita graça, prefiro me perder nos meus devaneios. Prefiro pensar que foi um internauta, ou melhor, umA internauta russa, que numa noite de solidão em meio ao rigoroso frio siberiano, gastava seu tempo navegando pela internet.
Fico imaginando o semblante triste de Natasha, seus belos olhos azuis ora fitando a neve acumulada na janela, ora a tela de seu computador. O rubor de seu rosto e suas longas tranças loiras refletidos no fundo branco de algum site. Sua mão delicada a guiar o mouse. O que a deixou tão triste? Por que Natasha não sorri? Como ela chegou até mim? Por que busca consolo, ou distração, num blog de alguém distante e incompreensível?
Nunca saberei as respostas. Nem se ela novamente entrou no meu blog, ou se ainda está triste. Pobre Natasha. Talvez ficasse feliz ao saber que fora uma das pioneiras a ver esta página, que ontem atingiu a marca de 1000 acessos.
É evidente que isto me alegra. Afinal, qual blogueiro não quer ser lido. Mas por outro lado, isso me preocupa imensamente. Se antes podia ser mais descompromissado, crítico e preconceituoso, hoje já tenho que me auto-censurar. Não posso mais falar mal de tal candidato a prefeito e tenho até medo de dizer que vou à missa todos os domingo, que sou contra o casamento gay e o aborto, que gosto de Bon Jovi e programas de culinária. A repercussão poderia ser muito negativa.
Estou pensando seriamente em criar um outro blog, algo como ADHD Descontrolado, com acesso estritamente restrito, onde poderia livremente expor meus pensamentos e desabafar, sem me preocupar em ofender, desagradar ou insultar ninguém. Um blog com poucos ou nenhum leitor, talvez no máximo a Natasha. Ela, de algum modo, iria me compreender.
domingo, 19 de outubro de 2008
“O que tu me diz, Germano?”
Um dos principais problemas do mundo atual é o excesso de informações. Claro que também tem as guerras, a fome, a poluição, mas não quero escrever sobre isso agora. Aliás, e nem sobre o excesso de informação, isso receberá um texto inédito e exclusivo mais adiante. Estou apenas usando o tema como introdução
Não nos basta apenas termos uma noção dos tantos assuntos que surgem diariamente, temos que ter uma opinião sobre eles. O mundo exige que estejamos a par das eleições americanas, qual a situação do grupo de pessoas mantidas em cativeiro por um maluco num apartamento qualquer, quem é o atual namorado da Grazi, o desenrolar da CPI do momento no Congresso, o novo cd do Skank. E, como já escrevi, não nos basta saber do que se trata, temos que ter uma opinião formada.
E quando é algo que se relaciona com a nossa vida ou profissão, daí não nos basta apenas opinar, temos que ter fortes convicções. O mercado de trabalho nos exige tamanho preparo. Tenho que estar pronto para responder qualquer indagação sobre a nova escova da Oral B e do novo creme dental da Colgate, e não basta argumentar que pasta de dente é quase tudo a mesma coisa, e que os ângulos do cabo e das cerdas não têm tanta relevância numa boa escovação quanto o capricho de quem empunha a escova. Não basta, o paciente quer ouvir que tal escova é melhor, tal creme é melhor e pronto.
E nada pior para um profissional do que demonstrar falta de conhecimento na sua área de atuação.
Passei por esta situação embaraçosa ontem. Duas pessoas me ligaram, pedindo minha opinião, na condição de Cônsul do Grêmio, a respeito das eleições para a presidência do clube. E eu, vergonhosamente, não estava apto para responder o que me fora solicitado. Talvez por conhecer pouco a respeito dos candidatos, ou pelo fato da distância não permitir minha participação no pleito, acontece que não procurei me informar muito sobre tais eleições, apesar de diariamente receber e-mails sobre o assunto, sempre com críticas de um lado a respeito de quem apoiava o outro. E hoje vejo que isso foi um erro. Desapontei duas pessoas que se dignaram a fazer ligações de longa distância, de celular para celular, pois tinham em mente que eu poderia esclarecer suas dúvidas e fornecer-lhes uma opinião abalizada. Afinal, é o que se espera de um cônsul. Mas fui omisso. Ou pior, despreparado. E o mundo de hoje não tolera o despreparo.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Ponto Final.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Habemus Papam
Vista assim, esta frase não tem muito sentido e muito menos relevância. Mas dita por um Papa, contrariando a autoridade de uma ditadura comunista explicitamente atéia, daí a história já muda.
E como mudou. Uma das primeiras decisões tomadas por Karol Wojtila ao ser escolhido Papa foi que iria celebrar a Eucaristia em sua terra natal, que então estava do outro lado da Cortina de Ferro. Evidente que a primeira reação do Partido deve ter sido de contrariedade, mas não havia como ir contra o desejo de um povo que somente usufruiu de auto-determinação por poucas décadas nos últimos mil anos, e que utilizava a religião como instrumento de unidade, mesmo acossados pelos russos ortodoxos de um lado, e os protestantes da Prússia do outro. Não teve jeito o Papa foi à Polônia, onde foi recebido pelo primeiro-ministro Wojciech Jaruzelski (foto), o títere soviético de então.
Uma vez eu vi num documentário sobre a vida de João Paulo II uma cena onde Jaruzelski discursava diante do Papa. Suas pernas tremiam de modo nítido e constrangedor e ele ainda gaguejava. Também, apesar de ter lido e relido Marx, Engels, Trotsky, Gramsci entre outros, deve ter vindo-lhe à tona toda a formação cristã que recebera em sua casa, no seio da família. Para ele, aquela pessoa a sua frente não era mais um outro Chefe de Estado. Era o sucessor de Pedro, sobre o qual o próprio Cristo edificou a Igreja.
E a “ditadura do proletariado”, que de acordo com Marx seria o destino inevitável de todos os povos, começou a ruir. Dez anos depois o Muro da Vergonha era derrubado.
Hoje faz 30 anos que os cardeais, reunidos em Conclave no Vaticano, escolheram Karol Wojtila para suceder João Paulo I. Um dia para ser lembrado e comemorado.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Dificuldades.
Quando iniciei este blog, uma das idéias era relatar minha aventura no mundo das cervejas artesanais, não apenas no âmbito do consumo, mas também da produção.
Conforme o previsto, o projeto demorou, mas mesmo assim não segui o cronograma de textos que tinha imaginado. Já avancei bastante na parte prática, e já vou adiantando que as dificuldades são maiores do que eu imaginei.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Futebol Força.com
Está no ar o site Futebol Força, onde este humilde signatário está incumbido de colaborar com textos que exaltarão este esporte árduo, repleto de sofrimento, dificuldades e glórias, uma perfeita metáfora da vida.
Como aquele site tenciona ser algo sério, ao contrário deste aqui, totalmente descomprometido, evitarei comentários clubistas, serei obrigado a maneirar nos meus preconceitos e ter um cuidado um pouco maior na elaboração dos textos. Analisando o que já escrevi aqui, pouca coisa se aproveitaria para o novo site. Mas tudo bem, os textos ruins, clubistas e preconceituosos continuarão a ter seu espaço aqui no ADHD Controlado.
Mas Ok, acessem, leiam, comentem, critiquem, divulguem: http://www.futebolforca.com/
Inspiração
É dura a vida de um blogueiro amador. Quem tem um blog deve concordar, as idéias brotam, milhões de temas estão aí prontos para serem blogados, mas na hora de passar tudo isso pro pc... Bate aquele desânimo.
Bem, apesar de concordar, não fui eu que escrevi isso aí. Copiei ipsi literis do blog Porão do Salvador. Mas não pude deixar de citar este texto, com os respectivos créditos ao autor, quando me lembrei de que também passo por essa dificuldade: tenho idéias brilhantes, imagino textos fantásticos, frases de impacto, trocadilhos inteligentes, metáforas incríveis, mas sempre quando estou off-line.
No sábado fui a uma festa. Devo ter “escrito” uns 4 textos, sobre 4 assuntos diferentes no transcorrer da noite. Tenho uma imaginação bastante fértil, e como já estou acompanhado, não preciso ficar caçando, então faço várias análises interessantes. E todos eram ótimos textos, ficariam muito bem aqui no blog. E não me lembro de mais nenhum deles, tirando esparsas idéias.
O escritor Charles Kiefer, patrono da edição deste ano da Feira do Livro de Porto Alegre, disse que sempre que a inspiração lhe bate a porta, encontra-o trabalhando. Isso também acontece bastante comigo, mas enquanto que o trabalho dele é justamente escrever, o meu é corrigir apinhamentos, remover tecido cariado restaurando as estruturas dentárias danificadas, extrair dentes e coisas do tipo. E acredito que não ficaria muito bem se durante um procedimento eu falasse à secretária:
“- Franciele, lembra-me depois de que eu posso escrever sobre a influência da gravata no meu humor, na minha percepção das coisas e na acidez dos meus pensamentos.”
É provável que o paciente possa se sentir incomodado e desprestigiado, podendo até pensar (equivocadamente, diga-se de passagem) que não estou lhe dando a devida atenção e desviando minha concentração em fatos alheios à sua cavidade bucal.
Por isso, meus leitores, não pensem que eu escrevo mal. No momento que eu instalar wireless no meu cérebro, alguns textos bons aparecerão por aqui.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Aguardem
Inútil porque 75% dos meus leitores já sabem do que se trata.
Mas é inútil principalmente porque 50% deles não apenas sabem como também estão trabalhando diretamente no fato em questão.
Mas se eu começar a questionar a utilidade (ou sua falta) dos meus textos, chegarei a ponto de por em dúvida e utilidade do blog em si. E não quero correr este risco.
Mas vamos lá: dentre em breve iniciará uma revolução no modo como o futebol é apresentado na internet: um verdadeiro time está sendo formado para defender (palavra escolhida a dedo) com as travas e os cotovelos o verdadeiro futebol. Sem firulas e sem frescuras, mas sim em sua essência: o futebol força.
Pois como já disse o proto-historiador Eduardo "Peninha" Bueno, "futebol arte é coisa de viado".
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Oktoberfest
E são muitos. Os mais maldosos dizem que no norte tem índio e nordestino. Maledicência...
Mas é normal que um grupo populacional deslocado de sua origem busque preservar sua identidade. E foi o que fizeram os nordestinos do Pará: para manterem viva a lembrança do sertão, eles fundaram um CTG, onde dançam a chula, o pezinho e o vanerão. O CTG de Parauepebas é o ponto de encontro dos nordestinos que moram no Pará, onde eles podem matar a saudade de casa e lembrar dos tempos passados....
Você deve estar achando ridícula e idiota essa história, mas ela existe, somente os nomes dos personagens foram alterados. Mas eu vou revelá-la, mesmo que isso possa custar-me o ostracismo.
Na quinta-feira que vem começa na minha cidade a Oktoberfest-Missões. E não somos os únicos: Igrejinha, Santa Cruz, Santa Rosa e Blumenau, entre outras, também têm seus festejos de outubro, baseados no evento que ocorre anualmente em München, desde 1810.
Existe incongruência nisto? Bem é uma festa alemã, não é?
Não!!!
A Oktoberfest não é uma festa alemã. E quem me disse isso não foi a Wikipedia ou o Google. Quem me disse isso foi o Herr Krause, líder dos intercambistas alemães que visitaram nossa região em maio corrente. Quando mostramos-lhes o nosso parque de exposições, onde é realizada a nossa Oktoberfest, ele não escondeu sua perplexidade. A razão: Oktoberfest é tradição bávara e não alemã.
Mas os bávaros (ou bayern, no original), não são alemães???
São, são mesmo, assim como os gaúchos e os nordestinos são brasileiros.
É muito complicado tentar explicar as diferenças culturais entre os povos que formaram a atual Alemanha, mas posso adiantar que os do sul (bávaros) não gostam nem um pouco dos do norte (prussianos). E vice-e-versa. E razões não faltam: sul católico x norte protestante, sul unido e forte x norte desunido e forte, norte lutando contra Napoleão x sul construindo Neuschwanstein...
Em suma: os do norte não gostam dos do sul. E o contrário também é válido. Como diria a intercambista Janina Hinck “das ist nicht deutsch, das ist bayern” (isto não é alemão, isto é bávaro).
E a Oktoberfest? Bem, é uma festa que surgiu para comemorar o casamento de um príncipe da Baviera, e que hoje ocorre em diversas cidades do sul do Brasil. Há incoerência nisto?
Há! Claro que há!
A Unificação Alemã ocorreu, oficialmente, em 1871. Antes disto não havia uma identidade alemã, diversos reinos, ducados, cidades, principados, cada um com sua identidade e autonomia, formavam os então conhecidos Estados Alemãs. E foi nessa época que muitos buscaram novos horizontes em um continente distante. E partiram, da Saxônia, de Württenberg, de Hessen... houve migrantes da Baviera rumando para a América do Sul? Óbvio que houve, mas foi uma minoria insignificante...
Os alemães, ou seus descendentes, que hoje habitam o sul do Brasil, têm todo o direito de relembrar suas tradições de além-mar. Mas cultuar algo que lhes é estranho??? A Oktoberfest não é alemã, assim como o CTG não é nordestino. Há uma forte incoerência nisto, e a verdade não pode silenciar.
Sei que este blog tem só 4 leitores, e que todos moram em Porto Alegre, ou seja, não haveria tempo hábil para cancelar a festa na minha cidade ou provocar o meu desaparecimento antes da abertura do evento.
Então vou desabafar, mesmo que o meu Rotary Club fature com a venda dos bolinhos de carne que eu faço, mas a Oktoberfest não é coisa nossa, não é algo que veio com os nossos alemães. É bávaro, assim como o Bayern München e a Hoffbräuhaus.
E é errado que nós a comemoremos?
É e não é.
É porque é algo “importado”, nada a ver conosco (ou com nossos antepassados).
E não é porque que é algo que já possa ser considerado como uma tradição nossa. E porque é um alento financeiro imprescindível. No ano passado, nosso Rotary Club lucrou uns bons trocados com a venda dos meus bolinhos de carne. A primeira Oktober brasileira surgiu para reconstruir a Blumenau que fora arrasada pelas lamacentas águas do Itajaí-açu. E foi algo que deu certo.
Ou seja, este é um desabafo, mas peço a solidariedade dos meus leitores para que não me delatem e permitam que tais festas continuem a serem realizadas.
Tanto porque eu me divirto um bocado nelas.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Motorista
Tenho dois conhecidos que se prontificaram a ir. Nenhum me agrada muito, mas como tenho que ir deverei escolher um dos dois. Para mim não importa qual, os dois me levarão ao meu destino, no mesmo tempo, com o mesmo custo. A única diferença é que um gosta de parar no Italian's, em Soledade, e o outro numa padaria em Espumoso.
Bem, no dia escolho um deles...
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
As minhas (quase) 10 cenas mais marcantes da história do cinema.
8 – Tom Cruise, vendo Nicole Kidman dormindo em “De olhos bem fechados”
Ele tinha certeza que ela o traíra. Tentou se vingar, mas não conseguiu. Mesmo com tudo isso, ele não consegue ter raiva dela, olhando para aquele rosto angelical. Retrato fiel da fraqueza de um homem diante da mulher amada.
7- Kevin Spacey, com um porta-retratos nas mãos, em “Beleza Americana”, dando-se por conta de que é feliz, antes de levar um tiro na nuca.
Impressiona-me sua expressão de alegria e de satisfação. Pouco importa o desfecho, ele morre realizado.
6- A corrida de bigas, em Ben-hur.
Uma cena épica, memorável, numa época em que efeitos especiais eram coisas inimagináveis. Hoje em dia uma cena dessas passaria batida, mas naquela época...
5- O primata detonando tudo com um osso, em “2001 - uma Odisséia no Espaço”.
O homem, ou seu ancestral, descobre o poder das armas e sua importância para subjugar os outros. Uma aula de antropologia.
4- Massimo Troisi declara seu amor à sua musa, em “O Carteiro e o Poeta”.
É um alento para os tímidos e introvertidos ver o carteiro vencendo sua introspecção e conquista o coração da amada.
3- os companheiros de Kirk Douglas não deixam que ele se entregue para ser morto pelos romanos, em “Spartacus”.
Com a revolta dos escravos controlada pelos romanos, estes agora querem identificar e punir seu líder. Caso contrário, todos serão crucificados. Mas quando Spartacus vai se entregar, seu companheiro do lado brada “I’m Spartacus”, seguido de outro e mais outros, não deixando que os romanos descobrissem seu líder. Companheirismo e lealdade no nível máximo, raro de se encontrar hoje em dia.
2- Adrien Brody, escondido em um apartamento, desliza os dedos sobre o teclado de um piano, em “O Pianista”.
Escondido em um apartamento em Varsóvia, o músico depara-se com um piano, e toca uma música imaginária, passando os dedos a uma distância segura das teclas. Ao mesmo tempo tem um piano a disposição, mas não pode tocá-lo.
1- Malcolm McDowell “diverte-se” com duas mulheres ao som de “Wilhelm Tell”, em “Laranja Mecânica”.
Nunca uma trilha sonora combinou tão bem com uma cena.
E já deixo avisado que os próximos "memes" a respeito de cinema, botânica, fisiculturismo ou os que exija bom conhecimento da língua inglesa poderão demorar (e muito) para serem respondidos. Peço a compreensão de todos.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Mágoa
Como isso me fez mal. Juro que não foi essa a intenção, mas quando percebi, um par de lágrimas escorria, uma em cada lado do seu rosto. Demorei pra entender o que ocorrera. As minhas primeiras três perguntas não obtiveram resposta. Somente depois lembrei-me do que eu tinha dito.
Confesso que estava nervoso, nem sempre as coisas acontecem como gostaríamos, mas aquilo foi mais um desabafo, um extravasar. Não queria ofender, diminuir, magoar aquela pessoa.
Mas foi o que aconteceu.
Tentei contornar a situação. Expliquei-lhe que não fora essa minha vontade, que fora uma brincadeira, brincadeira de mal-gosto e que não funcionara, mas que em momento algum quis ser grosseiro. E pedi desculpas, duas, três vezes. Acho que até foram quatro.
Espero que ela tenha entendido. Tenho minhas dúvidas, mas acho que sim. Ao menos eu compreendi algo que minha professora de português do 3º ano já dizia: “as palavras são armas”.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Consolação
Alguns procurariam um culpado, outros tentariam entender as razões do ocorrido, uns desqualificariam o adversário, enquanto que outros, assim como eu, buscariam algum consolo.
Se perdemos, não somente o jogo, mas como também a liderança da competição, nos resta perceber que, aos poucos as coisas vão voltando aos seus lugares. O emergente time do inter está retomando o seu papel de coadjuvante no cenário futebolístico, cujo único objetivo é minar as pretensões maiores do Grêmio.
E isto me consola um pouco (ou será que me ilude?)
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Essa é pro santo.
“Elementar, meu caro Watson, os 3 são bebidas.”
Eu sei disso, pô, mas é algo mais profundo. Não são simples bebidas, são bebidas abençoadas.
Estou escrevendo pela manhã (o primeiro paciente cancelou sua consulta), e tomando um amargo, como de costume. Convém iniciar minha explanação com este legado guarani: estes índios tomam a caá-i há séculos, seja pelo poder revitalizante da cafeína contida nela, seja para atenuar o gosto ruim de certas águas, seja para enfrentarem o frio do vento Minuano, ou mesmo para passar o tempo. Bebida que invariavelmente causa estranheza a quem toma contato com ela pela primeira vez, não é de se estranhar a contrariedade inicial dos Jesuítas para com ela. Mas os Inacianos não só perceberam os benefícios advindos da infusão como também enxergaram o grande valor comercial do produto. A venda de erva-mate era uma das principais fontes de renda das Reduções Jesuítico-guaranis, e o pessoal de Buenos Aires cevava seus mates com erva produzida pelos missioneiros. Mas o problema é que esta era uma atividade exclusivamente extrativista, pois se desconhecia o modo de produzir mudas da Ilex paraguaiense. E aí que entram os soldados de Santo Inácio, que além de versados em teologia, arquitetura, música, letras, história, metalurgia, eram mestres em botânica, sendo que desenvolveram um método eficiente para a produção de mudas, possibilitando a multiplicação dos ervais. Se o produto hoje é tão popular e acessível a todos, isto se deve muito ao trabalho da Companhia de Jesus.
E o vinho? Bem, o vinho tem milênios de história, mas foi durante a Idade Média que os mosteiros europeus aprimoraram o cultivo das uvas e a produção de seu tão precioso sumo, tanto por sua importância canônica, como para a subsistência dos monastérios, pois muitos sobreviviam da venda deste vinho. E foi num mosteiro na região de Champagne, na França, que aconteceu uma revolução na enologia. Reza a lenda que o monge beneditino Don Pérignon, que mesmo sendo cego era responsável pela produção dos vinhos, provocou uma segunda fermentação em algumas garrafas, que acabaram estourando. Ao provar o líquido resultante, ele teria dito “parece que estou bebendo estrelas”. Pena que o fato seja bem mais sem graça do que a versão. Na verdade, Don Pérignon era um grande enólogo, cujo conhecimento foi fundamental na criação desta bebida refrescante e saborosa que é o espumante.
E a cerveja? Bem, quem lê o ADHD Controlado já sabe como ela surgiu, mas bebida é do jeito que bebemos hoje por causa, novamente, dos mosteiros europeus (eram os MIT’s ou CALTECH’s da época), que adicionaram o lúpulo à receita. E o que é a cerveja hoje? Basicamente, um fermentado de malte temperado com lúpulo. Como os monastérios primavam pela auto-suficiência, a maioria deles produzia cerveja, o que foi fundamental para o desenvolvimento da bebida. Se hoje existem cervejas como a Paulaner, Augustiner e a Franziskaner, é porque paulinos, augustinianos e franciscanos produziam tão precioso líquido. Existem casos emblemáticos, como a criação de uma cerveja especial, com um teor alcoólico maior, para saciar os monges durante os longos períodos de jejum da Quaresma, cerveja que hoje é conhecida por Doppel Bock.
Mas não há como associar cerveja com monges sem falar dos Monges Cistercienses ou Trapistas. Expulsos da França por Napoleão, fundaram mosteiros na Bélgica e na Holanda. Como as terras da região não eram propícias à produção de uvas, os mosteiros começaram a fazer cerveja para vender. E que cerveja! Hoje as cervejas trapistas possuem elevada reputação para com os entendidos, com destaque especial para a quase inacessível (e impronunciável) Westvleteren. Para bebê-la, ou vá ao bar ao lado do mosteiro, ou compre no próprio, após uma romaria que merece um texto exclusivo. O Xavier Depuydt tinha algumas para vender em sua antiga loja na Rua Normandia, a módicos R$ 99,00 a garrafa de 300 ml, mas hoje “só tenho umas parrra mim”, diz o belga, com seu sotaque de Olivier Anquier.
Na próxima vez que forem tomar um vinho, uma cerveja ou um chimarrão, dêem graças a Deus.
domingo, 21 de setembro de 2008
Ponto Final.
Ótimo livro.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Yo gusté
Após 9 dias e quase 2000 Km percorridos na Republica Oriental del Uruguay, eu acabara de acordar depois da minha última noite de sono em solo charrua. Que viagem maravilhosa, que momento maravilhoso! Tudo era perfeito, as cores, os sons, a inflexão da luz, os odores, os sorrisos, a comida, tudo... Mas como deixar de ser se eu estava concretizando algo almejado e planejado durante anos?
E foi neste momento mágico que eu ouvi pela primeira vez aquele som. Que melodias bonitas, que música bonita. Meio rock, meio pop, com certa influência de ska em alguns momentos. Quem canta isto?, perguntei ao garçom.
- No te va gustar – respondeu.
Como assim, se eu já tinha gostado? Repeti a pergunta. E ele a resposta. Este era mesmo o nome da banda.
No te va gustar. Um nome bem diferente mesmo. Mas pouco importava o nome. Antes de atravessar a fronteira, decidi procurar os discos desta banda uruguaia no comércio informal de Chuy. Comprei dois cd’s e até hoje escuto estes e outros trabalhos deles, tanto no carro quanto no consultório.
Mas uma coisa me intriga: será que o som deles é tão bom assim a ponto de me agradar logo na primeira vez? Será que o fato de eu tê-los escutado em um momento totalmente favorável em questão de bem-estar e satisfação não foi um fator preponderante? Se eu os tivesse ouvido em outra oportunidade, será que minha reação seria a mesma? Acredito que não.
Mas também, num ambiente como aquele, e na felicidade em que eu me encontrava, até Exaltasamba e Seu Jorge iriam me agradar.
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Neste sábado, dia 20, a banda uruguaia faz show em Porto Alegre.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Vale a pena tudo isso? II
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Vale a pena tudo isso?
Começo a trabalhar às 7:30, e dificilmente saio do consultório antes das 20:00 (isso quando não fico aqui até às 21:30), com muitas vezes não mais do que 60 minutos de intervalo ao meio-dia. É verdade que dou graças a Deus por ter a oportunidade de trabalhar, mas será que não estou deixando de fazer coisas que poderão talvez um dia me fazer falta? O dinheiro que eu ganho supre o tempo que eu deixo de estar com meus pais? Ficar junto das pessoas que eu amo, brincar um pouco com meus cachorros, cuidar de um canteiro da horta, ir à missa ao final do dia, comer uma fruta direto do pé, caminhar pela praça, respirar o ar ainda puro da minha cidade, ver o pôr-do-sol, será que estou fazendo bem em abrir mão de todas essas coisas por causa de umas restaurações e uns tratamentos de canal? Começo a pensar seriamente que não. Nossa passagem por esta terra é muito curta.
Pode ser que a pessoa com a qual conversamos trivialidades ontem a noite possa ser encontrada caída no banheiro na manhã seguinte. Mas aí talvez seja tarde demais...
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Meme
MEME???
Mas que diabos é um "meme"? Como eu, um cara simples, habitante de um longínquo rincão afastado de tudo, como eu posso saber o que é um "meme"?
Não adianta, quem não se atualiza fica pra trás. E não é só na Odontologia. O mundo moderno nos obrigou a desenvolver uma série de termos para coisas que não existiam há pouco tempo. Só pra ficar na web (o primeiro exemplo), cito chat, browser, blog, spam. ..
Até então eu achava que estava conseguindo acompanhar estas nomenclaturas. Mas agora alguém me vem com esse tal de "meme"...
As vezes admiro os índios Guaranis pela simplicidade do seu idoma: para eles, tudo o que for água/líquido é i. Rio é i, bebida é i, chá é i, lago é i. Acredito que eles utilizariam um único termo para designar internet e todas suas variantes, algo como neteê.
Mas voltando ao meu Meme, ao invés de utilizar o velho recurso do selvagem em um ambiente hostil (esperar, observar e imitar), expus minha ignorância perguntando o significado do termo. Imagino o pessoal derrubando suas xícaras de café sobre os teclados, de tanto rirem. Tomara que tenham estragado seus periféricos.
Azar, agora todo mundo já sabe que meu nível e-ntelectual não é dos mais elevados. Bem, neste Meme (espécie de corrente, alguma alma bondosa me esclareceu), devo citar 10 mulheres do cinema ou tv que me tiram o fôlego. Prometo que farei em breve, assim que alguém me explicar o que são gadgets.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Dores
Talvez este não é o dia mais propício para se fundar uma entidade.
Maria sofreu por seu Filho. Os torcedores de um certo clube fundado neste mesmo dia também são obrigados a sofrer as dores e os suplícios das vicissitudes do futebol.
São raros os títulos que o Grêmio conquistou com facilidade, sem causar sofrimento à sua torcida. Inferioridade numérica, gols nos minutos derradeiros, quando não na prorrogação, apreensão, angústia, esta tem sido a sina do Grêmio.
Pois é meus amigos torcedores deste Grêmio que hoje completa 105 anos, preparem seus corações para suportar as rodadas, os sofrimentos e as dores que hão de vir.
sábado, 13 de setembro de 2008
Cavalos de Bronze
Estátuas eqüestres são presença constante em países cuja história foi escrita sobre o lombo dos cavalos, com suas fronteiras demarcadas com os cascos destes, como é o caso dos hispano-americanos. Não é de se estranhar que figuras eqüinas sempre apareçam nos monumentos aos grandes heróis nacionais. Em eventos marcantes da história destes países, como lutas pela independência e outros conflitos bélicos, o cavalo sempre esteve presente e desempenhou papel crucial.
Bastante comum nos países vizinhos, este tipo de escultura é bastante raro no Brasil. Lembro-me de apenas quatro: as estátuas de Bento Golçalves e do General Osório, em Porto Alegre, a do Duque de Caxias em São Paulo e a do Beto Carreiro em frente ao parque homônimo. Na capital paulista, às margens plácidas do riacho Ipiranga, há um belo alto-relevo eqüestre, mas não uma estátua. Talvez os meus três leitores possam me ajudar citando outras.
Já nos países lindeiros elas aparecem inclusive em cidades de menor porte, como Paysandu, no Uruguai, e Posadas, na Argentina. E foi nesta, capital da província de Misiones, que tive uma grata surpresa nesta semana: assisti a um encontro de grupo de danças de diversos países. Não que eu goste de danças, muito pelo contrário, acho algo muito sem graça. Mas pouco dispendi da minha atenção com as mesmas, o que me interessou mesmo foi o clima cosmopolita, com hondurenhos, costariquenhos, paraguaios, bolivianos, mexicanos e muitos outros numa mesma praça, aos pés da estátua do General Libertador San Martin. Dele e de seu cavalo.
Era uma visão inusitada, numa pequena área, pessoas de diversas nacionalidades, com feições distintas e indumentárias das mais variadas, como um menino boliviano com inúmeras sinetas pendurados em sua calça. Coitado, seu andar era todo desengonçado. Judiaria fazer isso com uma criança, somente um povo que elege um Evo Morales da vida faria algo do tipo.
Com certeza, o palco das apresentações contribuiu para a beleza da cena. Se o evento tivesse sido realizado em algum outro lugar, como um teatro, um parque de eventos ou um lonão, talvez não tivesse me causado a mesma impressão. Aliás, eu nem me prestaria a ir ver. Mas nesta praça, tudo ficou mais belo. Acredito que San Martin e seu cavalo influenciaram positivamente para que eu saisse de lá tão satisfeito.
Essa é a função da arte, não apenas instigar a nossa imaginação e chamar atenção, mas nos trazer o belo, o agradável, o prazer.
Mas algo me inquieta sempre que me deparo com este tipo de escultura: o bronze das estátuas costuma ser fiel às feições dos heróis retratados. Mas será que esta fidelidade abrange também os heróis eqüínos? Será que houve algum cuidado em relação ao focinho, à crina, ao porte do cavalo em questão? E o nome deles? Se todos sabem que o cavalo do Zorro se chamava Silver, o do Alexandre, o Grande era o Bucéfalo e o do Pica-pau era Pé-de-Pano, por que o nome do cavalo do San Martin não consta em nenhum de seus monumentos?
E tem algo que eu considero ainda pior, o bronze nos omite uma informação de extrema importância a respeito de um cavalo: o seu pêlo. O companheiro de Artigas era um zaino ou um tordilho? Um alazão, ou um gateado?
A arte nunca deixará de ser polêmica
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
500
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Donde estás corazón?
Muito estranho, deve fazer uns três anos que não a escuto, mas do nada ela chega e se impregna nas minhas sinapses.
Estou começando a ficar um pouco preocupado.
On the road
Uma das maiores preciosidades na biblioteca da minha casa é uma coleção com inúmeros exemplares da revista Quatro Rodas, especialmente do final da década de 70 até meados da década de 80.
Cresci folhando, olhando e lendo estas revistas. Com elas tinha acesso aos novos lançamentos, como o campeoníssimo de vendas Gol (ainda hoje me lembro da capa, onde um indefectível Gol vermelho, “motor de geladeira”, andava numa praia, abaixo do título “Este é o Gol”), o hoje raro Fiat Oggi e a Chevrolet Marajó, igual a que o pai tem na garagem desde maio de 1981; assim como ficava sabendo de antemão quais seriam as novidades que viriam, como o Monza e Santana 2000, ou aquelas que provavelmente nunca virão, como a Brasília II e o Ford Sierra brasileiro. Também gostava dos testes comparativos: Corcel II x Passat X Dodge Polara, Chevette x Fiat 147...
Adorava acompanhar meu pai em ambientes automobilísticos, como oficinas e postos de gasolina: o cheiro de óleo, a sujeira, os motores (os pôsteres também, é claro), tudo me fascinava.
Comprei meu primeiro carro em 2002, um negócio de pai para filho, literalmente. Mas foi mais por uma hipótese profissional que acabou frustrada do que por uma necessidade. E é o mesmo carro que tenho até hoje. Acho que sou a única pessoa do meu círculo de amizades que tem um automóvel do século passado. Nada contra o meu carro, ele nunca me deixou na mão, mas penso que gosto mais de andar de carro do que do carro em sim.
Pegar a estrada é uma afirmação da liberdade, da individualidade, da onipotência, do vigor. Não é de se estranhar a tamanha identificação dos homens com o automóvel.
Como moro numa cidade pequena, dificilmente utilizo meu carro no dia-a-dia. Chego a deixá-lo a semana inteira na garagem. Gosto de utilizá-lo como uma válvula de escape, um divertimento, um prazer. Quando estou estressado, vou para a estrada: vejo o mundo passar ao meu redor, o passado pelo retrovisor, e vou seguindo o meu caminho, mesmo sem ter certeza do destino. Eu e meu carro, meu micro-cosmo particular, onde posso escutar a música que eu quero, com a pessoa que eu quero, parar quando oportuno, necessário ou mesmo desejado, regressar, prosseguir, acelerar, diminuir o ritmo. O carro é uma metáfora da vida que poderíamos e gostaríamos de ter se tantas liberdades não nos tivessem sido cerceadas.
domingo, 7 de setembro de 2008
Dos solos destes filhos da mãe, gentil...
Se um dia no porvir
Minha pátria eu for servir
Hei de honrar esta bandeira!
Este hai-kai tupiniquim é uma das lembranças que tenho desta época do ano nos meus primeiros tempos de colégio. A semana da pátria era um evento grandioso, com uma programação intensa: apresentações, jograis, poesias e ensaios, tudo exaltando as belezas e o amos a terra mãe, além dos exaustivos ensaios, para que tudo corresse bem no gran finale: o Desfile de 7 de Setembro.
E isso que já podia-se perceber uma certa decadência nestes desfiles. Ainda havia marcha, bandas, bumbos, trompetes, pratos, mas o espetáculo já deixava a desejar em relação ao que ocorria anos atrás. Era nítido o enfraquecimento das nossas instituições de ensino, que outrora foram responsáveis por dar à nossa cidade a alcunha de "berço regional da cultura", mas que estavam sendo assoladas pelas sucessivas crises econômicas, que culminariam com o fechamento de 2 das 3 das escolas particulares.
Mas voltando à minha época, ainda havia resquícios de um civismo forçado. Aliás, a minha geração foi a última a ter aulas de Educação Moral e Cívica (assim com a última a fazer curso de datilografia e a brincar com produtos não-chineses), herança dos tempos do governo militar. Mas como tudo que é imposto e onde não há espontaneidade, estas demonstrações de patriotismo forçados estavam fadadas a talvez não acabar, mas tornar-se uma mera formalidade.
Quando fui para Horizontina, vi que lá os desfiles ainda tinham força. O grande combustível, ao meu ver, era a rivalidade entre as escolas, bem mais forte do que em Cerro Largo, quando aproveitava-se esta oportunidade para uma instituição tentar demonstrar sua suposta e almejada superioridade perante a outra. O evento era bem organizado, com alunos uniformizados marchando e bandas exaustivamente ensaiadas.
Mas é claro que eu não gostava disso, e fazia de tudo para não participar da "festa", sempre dando um jeito de fugir na hora do desfile. Tínhamos (meus cúmplices e eu) até a cara de pau de ajudar a guardar os instumentos da banda, ao final do desfile, apesar de termos marchados em direções distintas.
Não sei como estão os desfiles em Horizontina nos idos de 2008. Aqui em Cerro Largo o espetáculo transformou-se numa mera caminhada, com alunos forçados a participar sob a ameça de sofrerem alguma pena caso se ausentem, e a platéia formada praticamente apenas pelos pais destes alunos. Não há nenhum sentimento de amor à pátria, civismo e tal, o que é compreensível para um país que, com exceção dos dias de Copa do Mundo, não consegue fazer com seus filhos tenham amor à sua bandeira.
Não pensem ser este um desabafo do signatário à falta de patriotismo dos brasileiro, especialmente cerrolarguenses. Sempre me considerei mais gaúcho do que brasileiro. Para mim, o Dia da Pátria não é o 7, mas sim o 20 de Setembro. Mas sou saudosista e lamento o fim de um espetáculo belo. Mas que também não faz mais sentido algum.