terça-feira, 3 de junho de 2008

Madrugada

Quantas vezes eu não praguejei o T1, por ter que esperá-lo por mais do que 3 minutos na Ipiranga? Em quantas oportunidades me estressei com o motorista da Ouro e Prata, pois já havia passado mais de 5 minutos do horário de partida do ônibus?

Queria que os aviões tivessem tamanha pontualidade. Nos últimos 3 anos, tenho feito em torno de duas viagens aéreas por mês, o que me dá um bom conhecimento sobre o assunto. E não me lembro de mais de duas oportunidades em que o avião começou a taxiar no horário previsto quando da compra da passagem. Vinte, trinta minutos de atraso é a coisa mais comum para quem está habituado a uma rotina de aeroporto. E me apavoro que a as pessoas não se revoltam com uma coisa dessas. Imaginem um ônibus que comumente costuma atrasar 30 minutos. Por que o avião pode?

Mas nem tudo está demasiado ruim que não possa piorar, como diria o grande Murphy. No mês passado, fui vítima, tanto das condições meteorológicas quanto da ineficiência da Infraero. Ao chegar ao Aeroporto de Congonhas, que estava mais movimentado do que o normal (foto), descobri que o Salgado Filho, de Porto Alegre estava fechado desde à noite anterior, tanto pelo mau tempo quanto pela troca de um equipamento essencial para o pouso das aeronaves, o que fez com que nenhum avião pousasse em solo portoalegrense naquele dia. Queria saber quem foi o néscio que programou a manutenção deste equipamento justo no período de maior incidência de nevoeiros na capital gaúcha.

O fato é que antes do meu vôo, outros 6 tendo Porto Alegre como destino não haviam decolado, algo em torno de 800 pessoas, sendo que muitas destas ainda permaneciam no saguão do Aeroporto de Congonhas. Creio que esta cena tenha se repetido em diversos aeroportos.

Como o meu vôo seria evidentemente cancelado, tratei de trocar o seu horário, assim como os outros 800. Com tamanha procuro, logo já não havia mais lugares remanescentes nem para o próximo dia, mas consegui uma poltrona num vôo por Guarulhos, logo no outro dia... às 4:30.

Foi a quarta vez que tive a “felicidade” de passar uma madrugada num terminal de aeroporto. E digo com sinceridade: não é um programa muito agradável. É preciso muita paciência para ver o tempo passar com todo o seu vagar.

A primeira coisa a fazer é caminhar, caminhar muito. Guarulhos é um aeroporto que permite boas caminhadas, passando com calma por muitas lojas, apesar de que a maioria vai fechando com o andar do relógio. Entrar e olhar os produtos também é uma boa dica, mas os preços costumam ser proibitivos.

Existe a possibilidade de se fazer algum(s) lanche(s). Mas o problema dos preços proibitivos também se faz presente.

Há ainda as leituras, mas eu acho difícil manter a concentração e a atenção em plena madrugada, o que pesa contra os livros em favor de alguma revista.

Acho que o melhor programa para fazer o tempo passar em uma madrugada num aeroporto é a livraria: aproveito muitos minutos folhando diversos livros, descobrindo novidades, verificando preços e lendo. Programão.


Mas apesar das inúmeras alternativas, o tempo costuma não passar com a mesma velocidade do dia-a-dia quando se está em um aeroporto. Quem diz que a vida passa cada dia mais rápida, nunca passou uma madrugada num aeroporto.



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