domingo, 20 de julho de 2008

Vovô

Na minha infância, o dia das crianças sempre foi uma data especial. Exceto em 1985. Logo cedo, fomos informados que nossa vó paterna havia falecido, e que estávamos indo para Butiá, para o enterro. O meu irmão e eu até ganhamos os costumeiros presentes, só que rapidamente, sem cerimônia alguma. Lembro-me de que havia um avião em miniatura. Eu tinha apenas 6 anos na época, não entendia muita coisa.

Na quarta passada, apresentei minha monografia, com a qual fui aprovado com conceito A, obtendo o título de Especialista em Ortodontia. A noite foi de festa e comemoração. No final da madrugada, fui acordado com a notícia que o meu vô materno falecera.

Apesar de ser relativamente novo, já me pergunto se até que ponto vale a pena a pessoa se matar trabalhando, em detrimento daquilo que realmente lhe é importante. Tenho dado excessivo valor à minha atividade profissional mas deixado em segundo plano coisas das quais eu gosto e pessoas que amo. Com este pensamento, fui visitar meus avós na semana retrasada, pois a vovó não estava muito bem. Aproveitei para ficar um pouco com o vovô. Essa história foi uma das primeiras coisas que lembrei após receber a notícia, e o meu grande conforto.


Fica com Deus, vovô.

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