terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Ei de ir: Quebrada de Humahuaca

Um dos meus passatempos prediletos é elaborar roteiros de viagens. Já planejei tantas e tantas viagens que tenho certeza que não poderei realizar a maioria delas até minha morte. E não me venham com essas bobagens de reencarnação.


Mas alguns desses lugares não quero deixar de conhecer. Por isso, fazem parte de um seleto grupo, que eu começo a enumerar desde agora (e que provavelmente não ou pouco continuarei) :


Um dos locais que mais me fascina é a Quebrada de Humahuaca. Não só o local em si, mas todo o noroeste da Argentina. Primeiro pelo aspecto cultural, que põem por terra a esteriotipata dicotomia “portenho – gaucho”, que muita gente acredita serem os dois únicos modelos culturais presentes no país vizinho. Aliás, a Argentina tem uma diversidade cultural bastante significativa, obviamente não tão grande quanto à brasileira, mas as diferenças são bastante gritantes. Por exemplo, caso alguém caia de paraquedas em algum vilarejo das províncias de Jujuy ou de Salta, pensará que está na Bolívia. Ao menos até ver a primeira propaganda da Quilmes…

 



Isso se deve ao fato de que a maioria dos habitantes do local são de orígem quíchua ou aimará, tal qual na Bolívia. Muitos não se dão por conta, mas uma das músicas que mais está associada ao país de Evo Morales, o Carnavalito, na verdade retrata esta região da Argentina.


Llegando está el carnaval

Quebradeño mi cholitay

Llegando está el carnaval

Quebradeño mi cholitay


Fiesta de la quebrada Humahuaqueña para cantar

Erke, charango y bombo Carnavalito para bailar


Quebradeño Humahuaqueñito

Quebradeño Humahuaqueñito


Outro atrativo: a arquitetura. Como acontece em toda região que passou por um significativo desenvolvimento, mas que por algum motivo viu sua economia definhar, encontram-se preservadas diversas construções do período colonial, como é o caso do Cabildo de Salta, na foto abaixo. Além, é claro, dos pequenos vilarejos no interior.




Ainda em Salta está o ponto de partida do Tren de las Nubes, cujo trajeto em direção à Cordilheira dos Andes atinge incríveis 4200 metros acima do nível do mar. Nada que um chazinho não atenue...



Mais ao norte, já na povincia de Jujuy, se encontra a Quebrada propriamente dita, uma formação rochosa majestosa, e que em alguns lugares apresentas diversas tonalidades de cor, pontilhada por uma infinidade de cactus.





É um roteiro pouco divulgado por aqui, exceto entre os famosos mochileiros, aquela gente estranha e corajosa que sai pelo mundo afora com uma mochila nas costas, andam em ônibus caindo os pedaços e dormem em qualquer canto. Eu, na senilidade dos meus quase 31 anos, costumo confrontar economia com um relativo conforto, e acabo não abrindo mão de um hotel razoável com um bom café-da-manhã. Ainda não sei de que modo farei o trajeto, mas estou tentado a ir de carro. Em todo o caso, o certo é que ei de ir.

Imagens: como ainda não fui pra lá, peguei as fotos no site www.welcomeargentina.com, exceto a última que foi no www.quebradadehumuahuaca.com
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