segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Breves Notas

Guerras, revoltas, catástrofes e outros fatos assombrosos no cenário mundial são uma excelente oportunidade para aprimorarmos nossos conhecimentos de geografia. A um custo muito elevado, descobrimos onde ficam cidades como Basra, Islamabad, Jalalabad e Grozni.
Mas desta vez a questão líbia não me pegou de surpresa: um dos palcos da revolta, a cidade litorânea de Benghazi, fora um centro logístico muito importante do Deutsches Afrikakorps. Quem se interessa pelo assunto e procura ler bastante sobre a Segunda Guerra Mundial deveria saber.
Quanto à provável deposição do ditador Kadafi, penso que está acontecendo com 40 anos de atraso.
Quanto ao futuro da Líbia... bem, aí nem o Tiririca pode afirmar que não ficará pior...

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Nunca li nenhum livro do Scliar, cuja morte me obrigou a editar o texto que escrevi sobre a insignificância e inexistência de razão de existir de seu time, e confesso que também não está entre minha prioridades literárias. Mas li vários artigos em jornais e revistas, e gostava bastante do modo como escrevia.


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 Ontem, o goleiro do Caxias defendeu 4 pênaltis dos 5 batidos. A série acabou em 2x1, algo raro nesse tipo de desempate. Já tinha visto algo assim, nas oitavas-de-final da Libertadores de 1997, quando após perder em Asunción por 2x1 para o Guarani, o Grêmio fez 1x0 no jogo de volta no final do jogo, permitiu o empate nos descontos, e ainda conseguiu desempatar. Nos pênaltis, um festivas de erros e a vitória Gremista por 2x1. Os paraguaios conseguiram acertar apenas 1 pênalti dos 5 cobrados. Foi o jogo mais emocionante que eu vi ao vivo.

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No domingo, os dois times desnecessários do Gauchão, São José e Cruzeiro, foram eliminados da Taça Piratini. O futebol agradece.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cruzeiro, São José e outros times desnecessários.

Eram pouco mais de 20 pessoas, além de outros tantos que iriam de carro. Reuniram-se no tradicional ponto de encontro e de lá o ônibus partiu com 30 minutos de atraso (culpa do Cônsul). Hora e meia percorrendo 110 km de estrada separavam estes torcedores de um simples jogo de futebol. Pouco importava se naquela quarta-feira eles não dormiriam antes das 2 da manhã. Para a imensa maioria seria a única oportunidade em 2, talvez 3 anos que teriam para ver de perto o time do coração. E isso não somente para meus conterrâneos, pois vi pessoas de cidades ainda mais distantes que viajaram para verem este jogo.

É claro que para um porto-alegrense pode ser difícil de entender esse tipo de emoção. Afinal, além de morar perto do estádio de seu time, pode acompanhá-lo nos jogos contra as várias equipes da capital e cercanias. As partidas contra Cruzeiro, São José, Porto Alegre estão a um, no máximo dois vales-transporte de distância. Com um bilhete integração do Trensurb dá pra colocar a Ulbra nesse bolo (ou sei lá qual é o nome que esse time utiliza atualmente).

Não se discute a bizarrice de times como Porto Alegre e Ulbra, mas temos que convir que além do fato da localização destes facilitar em muito a logística tanto Federação (analisando a parte administrativa, arbitragem, cobertura da imprensa, etc.), quanto da própria dupla Grenal, agradam em cheio aos torcedores da capital. Aqueles cerrolarguenses podem esperar até 2013 para verem seu time jogar novamente em Ijuí,  isso se o São Luiz não for rebaixado até lá, é claro.

É principalmente por tal motivo que eu repudio estes dois clubes, aliás, tão desnecessários para o futebol gaúcho quanto eles são os outros dois nanicos da capital: o São José e o Cruzeiro. Para a imensa maioria dos gaúchos, esses times não têm importância nenhuma e ninguém sentiria falta se amanhã eles fechassem as portas.

Ouço pessoas gritando: "mas são times tradicionais"! Tradicionais o quê? Que tradição tem o São José? É um clube social para se jogar bocha e fazer churrasco em seus quiosques. Se não fosse pela mão daquele astuto vendedor de CDs não-piratas já teria fechado seu departamento de futebol há muito tempo, sem deixar saudades. Vocês conhecem algum torcedor do São José?



Recorde de público no estádio Passo d'Areia.

E o Cruzeiro? "Foi campeão Gaúcho em 29, pô!, tem tradição sim senhor, tem história!" Sim, mas o Americano foi campeão em 28 e o Renner em 54. Não existem mais e hoje ninguém lamenta o sumiço deles. Tradição? História? A Prússia tinha tudo isso e cadê? O próprio Cruzeiro ficou mais de 20 anos sumido e ninguém sentia falta dele. Dizem que o clube tem 18 torcedores, mas citem um, SOMENTE UM torcedor além do Scliar. O São José nem ao menos um torcedor tem.
(editado em 28/12/2011 - três dias depois da publicação deste texto, o único torcedor do Cruzeiro faleceu. Agora as torcidas dos dois times desnecessário têm o mesmo tamanho.)

Mas eles estão aí, inclusive nas semi-finais da Taça Piratini, para a alegria da federação e dos empresários que bancam seus jogadores, podendo acompanhá-los de perto sem abrir mão de bons restaurantes e dos shopping centers, apesar de deixar órfãos de futebol praticamente a totalidade do interior, que apenas esporadicamente pode acompanhar de perto um jogo.

Imaginem se no lugar do Cruzeiro estivesse o São Paulo? O time tem feitos belas campanhas na Segundona, tem uma grande torcida e um belo estádio. O rival Rio Grande não iria querer ficar pra trás e certamente faria o possível para também subir. Talvez até o Riograndense saísse do ostracismo.

Que tal trocar o São José por algum time de Bagé ou de Livramento? Qual seria a alegria do sofrido pessoal da fronteira... Nem Obirici derramaria suas lágrimas pela ausência do Zequinha.

Nas vagas hoje ocupadas por Porto Alegre e Canoas, times que não levam ninguém aos estádios (bem que a média de público do mandante poderia ser critério para definir os rebaixados), como seria bom ver equipes da região das Missões, do Alto Uruguai ou do Planalto Central. Não teve um candidato a governador que prometeu que nenhum gaúcho andaria mais de 1 km para ir até um posto de saúde? Que ninguém percorra mais de 25 léguas para ver um jogo do Gauchão.

Continuando assim, o que ainda falta acontecer para termos um legítimo Campeonato Metropolitano? O Cerâmica ser promovido? Reativarem o Força e Luz?

Recolha-se novamente à sua insignificância, São José! Desapareça Cruzeiro, desta vez para sempre! Fora com todos esses times insignificantes, prescindíveis e desnecessários que privam os torcedores do interior do Gauchão!


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Mestre Seagal

Isso já faz muito tempo, mas houve uma época em que uma das diversões  preferidas dos adolescentes era alugar um filme (uma fita VHS, é óbvio) para assistir com os amigos. Com a minha turma não era diferente, fizemos isso inúmeras vezes. Lembrem-se de que naquela época não existia Playstation, jogo em rede, nem rede existia direito.

A locadora era ponto de encontro, e de divergências também. Afinal, enquanto que meus amigos queriam locar aquelas comédias idiotas, tipo "O Paizão" e "Vida de Solteiro" (é ou não é Felipe? Por acaso minto, Klé?), o Germano aqui já preferia algo mais profundo, como os filmes do Steven Seagal.

Confesso que não lembro de nenhum, NENHUM nome de filme que esse cara fez (não tinha um com algo a ver com "Nico"?). Mas assumo: eu gostava sim e assisti muitos. Os enredos eram sempre os mesmo, tão complexos como as regras do par-ou-ímpar: um cara fortão enfrentava um bando de marginais, vencendo-os um-por-um, sempre com muita porrada e braços quebrados. Nem lembro se tinha mocinha no filme.

O engraçado é que eu nunca pratiquei nenhum tipo de arte marcial e o mais perto que eu cheguei de uma briga de rua foi no SNES. Tanto é que tirando algum filme do Van Damme que eu acho zapeando, nunca  paro para assistir nenhum tipo de luta.

É por isso que eu só fiquei sabendo do tal de UFC 126 alguns dias depois da luta ter terminado. Não vou explicar com detalhes, mas era o Vitor Belfort, símbolo do carioca-brigador-cara-de-mau-bad-boy-jiu-jitsu-orelha-amassada, contra um tal de Anderson Silva, que eu nem sabia que existia. Resumindo a peleja, depois de uns três minutos em que os lutadores ficaram só se encarando, uns golpes de cada lado e de repente...

Anderson Silva "gruda-lhe um coice na fuça" do Belfort, derrubando o marrento e acabando com a luta. Procurem no YouTube, é divertido de ver. Claro que a luta não foi  tão agitada como se vê nos filme, mas justamente por não se tratar de um filme.

Mas tão legal quando a luta foi descobrir este outro vídeo:



É ele mesmo, o próprio Steven Seagal dando umas dicas pro Anderson Silva. Confesso que fiquei emocionado ao ver esta cena. Não emocionado no sentido lacrimejante da coisa, mas sim no sentido de 'pô, que legal'. Impossível não recordar as imagens do Senhor Miyagi colocando Daniel San para pintar a cerca  e polir automóveis, e de Obi-Wan Kenobi transmitindo os ensinamentos jedi para  Luke Skywalker: mestre ensinando parte de seu conhecimento a um pupilo, cena clássica em Hollywood mas sempre atual.

Parece que Anderson Silva aprendeu direitinho. Claro que eu preferiria que ele tivesse feito aquele famoso golpe quebrador de braços que seu professor tanto praticou em frente às câmeras. Aliás, ele próprio estava lá, inclusive entrou na arena junto com o aluno, usando um muito estranho óculos amarelo. Deve ter gostado do que viu, assim como eu gostei.

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Chamou-me a atenção o fato de que no calção do Belfort podia-se ler a palavra Jesus, que também aparecia no banner com seus patrocínios.

Posso estar desinformado, mas nunca ouvi falar que Ele utilize tais médotos de evangelização. É muito mais provável que se trate de mais uma manifestação desse neo-pentecostalismo caricato que está  se impregnando pelo Brasil. Coisa bem idiota, se alguém quer fazer "propaganda" pra Jesus, que o faça sendo um exemplo de vida cristã.
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