sábado, 28 de junho de 2008

Tolerância zero (mas só quando convém)

Li na Zero Hora que mais de 120 pessoas foram presas no Estado desde que a lei que proíbe de dirigir aqueles que tenham ingerido qualquer quantidade de álcool, por menor que seja esta quantidade.

Fico aqui pensando: nesses intervalo de alguns dias, quando dos envolvidos com o escândalo do Detran foram presos? E o pessoal do Mensalão? E do escândalo dos selos?...

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Tristeza em Berlin.

A seleção turca era a sensação desta UEFA Euro 2008. Jogando bravamente, sem nunca desistir, e revertendo placares nos segundos derradeiros, conseguiram avançar mais sobre a Europa do que seus antepassados Otomanos, que chegaram às portas de Viena, mas foram repelidos em Lepanto.

Mas no caminho deles estava a Alemanha.

Seleção pragmática, extremamente aplicada em termos táticos e com ênfase no coletivo, os alemães colecionam vitórias sobre equipes tidas como sensações, como a Hungria de 54 e a Holanda de 74.

Assim como os Cavaleiros Teutônicos travaram sangrentas batalhas contra os muçulmanos, os alemães lutaram bravamente contra um adversário igualmente bravo. Os turcos ameaçaram mais, mas os alemães foram mais eficazes, desempatando um jogo que se encaminhava para os torturantes 30 minutos de prorrogação. As bandeiras vermelhas com a crescente voltam para a Ásia.


O clima deve ser de tristeza em Berlin, maior cidade turca na Europa.



Mas costumam dizer: os outros jogam, a Alemanha vence.

Sensação de impot..., digo, equipamento-dependência.

O pulso ainda pulsa (pulsa)
O pulso ainda pulsa (pulsa)
Hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia
Úlcera, trombose, coqueluche, hipocondria
Sífilis, ciúmes, asma, cleptomania
E o corpo ainda é pouco
E o corpo ainda é pouco


Não sou fã do Arnaldo Antunes, mas os versos de sua música Pulso registram algumas das doenças (em negrito) que podem ser adquiridas através do contato com fluidos corporais contaminados. E não estou me referindo apenas ao sêmen, mas principalmente à saliva, ao sangue, ao pus e a outras “melecas” que fazem parte do cotidiano da odontologia. Por isso a importância da adoção de medidas de assepsia num ambiente tão passível de contaminação quanto um consultório dentário.

Após a realização de um procedimento odontológico, muitos objetos acabam sendo descartados, como é o caso das luvas, máscaras, e objetos pérfuro-cortantes, como lâminas de bisturi e agulhas. Porém, a grande maioria dos instrumentos é reutilizada, como espelhos, pinças, sondas, cabos de bisturis. Mas como eles tiveram contato com a cavidade bucal de algum paciente, é necessário que passem por um processo que elimine todos os microorganismos provenientes deste contato, evitando que o próximo paciente acabe se contaminando. A este processo dá-se o nome de esterilização.

Tempos atrás, o equipamento utilizado para esterilizar o material odontológico era a estufa, que não passa de um forno que mata os microorganismos presentes nos instrumentos ao submetê-los a uma temperatura elevada por determinado período de tempo. Atualmente, há um equipamento mais eficaz, a autoclave, que consiste num tipo de panela de pressão, que além do calor, cria um ambiente cuja pressão é maior do que a atmosférica, eliminando estes organismos patogênicos. E ainda por cima, não é tão prejudicial à durabilidade dos instrumentos.

Hoje em dia, nenhum dentista trabalha sem uma autoclave. É por isso que estou desde ontem de manhã sem poder atender, pois a minha me deixou na mão.

Quase utilizei o termo “sensação de impotência” para descrever minha decepção, mas achei a expressão inapropriada e forte de mais (sai pra lá!). Mas uma situação deste tipo revela o quanto a minha profissão é dependente de fatores extra-profissionais. Só o conhecimento não nos basta.

Enquanto isso, vou atualizando meu blog...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Ponto Final.

Dias atrás comecei a sentir um pouco de dor de cabeça, algo estranho e atípico para mim. Desconfiei que fosse devido ao estresse por trabalhar em um ambiente relativamente barulhento.

Como estava me preparando para ir a São Paulo e necessitava de um livro para me entreter durante a longa viagem, lembrei-me de um que tinha dado ao meu pai, num Natal, de autoria do Dr. Iván Izquierdo. Se não me falhava a memória, o título era "Silêncio, por favor", assunto que viria extremamente bem a calhar para mim.

Procurei na biblioteca, e nada. No quarto do pai, e também nada. Perguntei para ele: não lembrava onde poderia estar. Perguntei para a mãe: também não tinha idéia onde poderia encontrá-lo. Quando eu já estava quase desistindo, ela me trouxe outro livro: "por que tu não lê este?"

Não é que minha memória falhara! O livro que mamãe me trouxe era "Questões sobre memória", também do Dr. Izquierdo. Acontece que este era justamente o livro com o qual eu presenteara meu pais tempos atrás, e por um lapso de memória, confundi com outro do mesmo autor.

Terminei-o ontem, quando o Ouro e Prata recém saíra de Guarani, quase chegando em casa.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A Batalha de Lepanto

Após conquistarem Constantinopla, os turcos-otomanos avançavam impiedosamente em direção ao coração da Europa. Menos de 30 anos após tomar a capital do Império Romano do Oriente, os seguidores de alá avançavam pelos Balcãs, cimitarras em punho, chegando às portas de Viena.

Para impedir o avanço da esquadra turca, diversos reinos cristãos europeus uniram suas forças e rechaçaram o invasores, nesta que ficou conhecida como a Batalha de Lepanto.


Com o fim do domínio turco no Mediterrâneo, os cristãos puderam expulsá-los também do continente, onde deixaram poucos focos de influência, nas hoje "prósperas" regiões da Albânia, Kosovo e Bósnia-Herzegovina. Os sérvios e croatas formaram uma barreira por onde a ameaça da crescente não penetrou.

Passados 500 anos, na mesma Viena, as seleções Croata e Turca se enfrentaram, pela UEFA Euro 2008, repetindo o embate ocorrido nas águas de Lepanto. Mas desta vez, os turcos se deram melhor, e conseguiram avançar um pouco mais em direção ao domínio da Europa.

Restou aos Alemães a difícil tarefa de novamente, passados cinco séculos, sobrepujar o crescente que ameaça a Europa e mandar os turcos de volta para o lugar deles.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Show de futebol

Estava assistindo ontem ao jogo Brasil x Argentina (jogo este muito chato e ruim, diga-se de passagem), quando que durante o intervalo, o pessoal da tv anuncia que estava começando o show do Skank, em pleno Mineirão.

Muita coisa pode ser feita nestes 15 minutos entre o final do primeiro e o início do segundo tempo: ir ao banheiro, comprar algo para comer ou beber, conversar. E por que um show de música se o próprio futebol é o espetáculo: a rivalidade, as torcidas, o embate em si, todos estes elementos formam um verdadeiro show. Quem vai ao estádio para torcer não quer e não precisa de música ao vivo.

Mas infelizmente, a tendência é esta: estão querendo transformar o futebol num objeto de consumo, num simples programa de lazer, como ir ao shopping ou ao Cirque du Soleil.

O que estão fazendo com a nossa paixão?

domingo, 15 de junho de 2008

Civilizações fermentando

Cerveja artesanal - a saga II

A humanidade conhece e utiliza a cevado como alimento há milhares de anos. Num belo dia, em algum lugar entre o Nilo e a Mesopotâmia, um tanto de cevada permaneceu por um tempo em meio à água, e acabou fermentando. E não é que alguém bebeu a água onde a cevada fermentou?

Essa cena deve ter acontecido diversas vezes. Muitos devem ter cuspido o líquido. Outros devem ter gostado. E outros, além de gostar, vislumbraram a possibilidade de aprimorar este fermentado.

O que se sabe ao certo é que os povos que viviam nesta região bebiam algo que pode ser chamado de cerveja primitiva, o que pôde ser comprovado através de escavações arqueológicas, testes microbiológicos e interpretação de “textos” entalhados em pedra.

Alguns historiadores chegam a afirmar que a procura cada vez maior pela cerveja fez com que esses povos passassem a cultivar a cevada ao invés de simplesmente colhê-la, o que originou a agricultura e o florescimento das civilizações.

Mas talvez isso não passe de história de boteco.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Monografia

Terminei minha monografia.

Bem, terminei em termos, falta o orientador aprovar, fazer a apresentação e, obviamente, apresentá-la (nem cogito reprovação).

Mas só digo uma coisa: Ufa...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sobriedade

Dias atrás, um amigo me questionou se eu não temia que o meu interesse por cervejas artesanais pudesse prejudicar a boa imagem que tenho perante a população da minha cidade, abrindo brecha para uma equivocada associação entre produção e consumo desmedido.

Confesso que a pergunta trouxe-me incertezas: afinal, sobriedade e uma boa imagem perante o público são requisitos básicos para a prática da odontologia, e mesmo que a primeira permaneça impecável, a segunda pode ficar bastante abalada em decorrência de calúnias, difamações e maledicências provenientes da inveja alheia.

Lutei muito para conquistar meu espaço no mercado de trabalho, e se hoje colho os frutos do meu esforço e da minha dedicação, não posso deixar que comentários mal intencionados venham a prejudicar o meu sucesso profissional.

Mas vamos deixar as coisas bem claras: a minha intenção de fazer cerveja não se justifica pela vontade de beber mais, mas sim por hobby e para ter acesso a produtos de qualidade que somente estão disponíveis nos grandes centros.

Eu poderia argumentar fazendo um paralelo com os produtores de vinho: há muitas pessoas que fazem vinho, tanto para comercialização quanto para consumo próprio, inclusive aqui na minha região, onde se busca a matéria-prima, no caso, as uvas, da serra gaúcha. E desses tantos produtores de vinho, sei de muito poucos que são dependentes da bebidas ou que cujo consumo atrapalha seus afazeres do dia-a-dia. Mas acho que este argumento não teria muito impacto, porque se por um lado a fabricação de vinho é tratada como mais uma rotina ou alternativa para os pequenos produtores rurais, a cultura da fabricação artesanal de cerveja foi totalmente esquecida.

Então posso usar o argumento de que o consumo de uma cerveja de qualidade tem todo um rito que o difere do simples hábito de beber cerveja. É mais uma degustação, uma busca por prazeres e sensações ao mesmo tempo fugazes mas também duradouras. Se por um lado um simples bebedor de cerveja escolhe logo a mais gelada e começa a beber, o apreciador de uma boa cerveja leva em consideração uma série de outros fatores, como qual o tipo mais apropriado para aquela ocasião, o copo mais adequado para uma melhor apreciação da bebida, a temperatura ideal para o consumo, o barulho ao abrir a garrafa, o aroma expelido por ela, a cor da bebida, sua translucidez, seu aroma no copo, as bolhas que se formam, a cor e a quantidade de espuma (nesse momento, um simples bebedor já terá terminado a sua garrafa), para então recém levar a bebida à boca, onde irá percorrer as papilas gustativas, na busca dos mais variados sabores, para então somente degluti-la, afim de sentir o after-taste e lembrar-se de toda a sensação vivenciada (enquanto que o bebedor estará terminando sua segunda garrafa).

Beber uma cerveja de qualidade como se toma uma ceva num boteco é uma indecência. No mínimo, é jogar fora uma quantidade considerável de dinheiro.

Mas, infelizmente, a grande maioria das pessoas não tem esse conhecimento, o que torna inócua esta minha explicação. E é a este grupo que direciono meus próximos argumentos:

Há sete anos que a população de Cerro Largo conhece e reconhece a qualidade e a seriedade do meu trabalho, tanto no âmbito profissional quanto no âmbito comunitário. Não será o fato de eu beber uma cerveja que eu mesmo tenha fabricado que diminuirá a minha dedicação à atividade profissional. Tenho a seriedade, o profissionalismo, o discernimento e o bom senso para tanto.

A maledicência que poderá surgir não me preocupa. Meu advogado é o meu trabalho. As testemunhas, os meus pacientes.

terça-feira, 10 de junho de 2008

A América do Sul não é um continente sério

Perguntaram pro Herr Krause, líder dos intercambistas alemães que visitaram Cerro Largo em maio último, como que a Alemanha, após ser destruída em duas guerras, conseguiu se reerguer, e o Brasil, que nunca sofreu as agruras de um conflito militar em todo o país, vive nessa situação. Após sua explicação sobre seu país (plano Marshall, educação, indústrias, etc,), e completou dizendo que a segunda parte da pergunta (sobre o porquê do Brasil ser assim), ele não poderia responder.

Tá certo: por que o alemão tem que buscar explicações para a nossa incompetência e a nossa mediocridade?

Que nem o futebol: nesse mês está sendo realizada a Eurocopa, competição disputada por seleções do velho continente, todas extremamente bem preparadas e ávidas para conquistar o troféu Henri Delauney. Comparem com a nossa Copa América, o torneio entre seleções mais antigo do mundo: total desinteresse, países enviando seus times reservas... Por que a Eurocopa é um sucesso (de público, comercial, técnico...) e a Copa América fica relegada a um segundo plano?

O mesmo ocorre com os torneios entre clubes. Por sorte, a Libertadores ainda tem o seu valor, mas a Sulamericana...

Criada simplesmente para arrecadar dinheiro, este torneio bem que poderia ser para a Libertadores o que a Copa da UEFA é para a Champions Leage: praticamente uma segunda divisão, mas um torneio continental valorizado e bem organizado: custava a Conmebol se espelhar na UEFA e colocar suas duas competições continentais na mesma época, ambas com uma fase de grupos, onde times de diferente países se enfrentariam, e com alguns incentivos, como os melhores terceiros lugares da fase de grupos da Libertadores entrando na segunda fase da Sulamericana, o campeão desta, além de disputar a Recopa, podendo fazer um jogo contra o vencedor da Copa da UEFA e se classificando para Libertadores do ano seguinte. Algo assim.

Mas não, eles fazem de tudo para desvalorizar o torneio:

- primeiro, convidam um monte de brasileiros e argentinos (interesses econômicos óbvios)

- depois, colocam os times do mesmo país para jogarem entre si. Puxa vida, eu quero jogar contra uruguaios, chilenos, peruanos, e não contra o Atlético Paranaense, ou o Botafogo;

- terceiro: convidam, sem critério algum, times com grande torcida (olha os interesse econômicos aí, minha gente). Pior de tudo, colocam-os diretamente na segunda fase;

- ainda por cima, convidam times da América do Norte para disputarem uma competição da América do Sul. Queria ver esses mexicas disputando as eliminatórias da Copa do Mundo pela Conmebol...

Acho que o único alento será o Grenal que irá acontecer, conforme o resultado do sorteio realizado hoje. Sinceramente, preferiria um clássico mais para frente, certamente a emoção seria melhor. Mas acho que não adianta querer entender o pessoal da Conmebol. E nem pensar que algum dia as coisas serão diferentes.


Não é à toa que sua sede fica no Paraguai.


sexta-feira, 6 de junho de 2008

Cesta

Um dia alguém disse que jogar basquete era legal. Era início da década de noventa, e os meus conterrâneos de Cerro Largo viraram, do dia para a noite, fãs da bola ao cesto. Inclusive este que cá escreve. Alguém deve ter trazido esta novidade de Porto Alegre, ou de Santa Maria. Os cerrolarguenses sempre gostaram de seguir os costumes dos "grandes centros", como foi o caso dos bermudões grunge.

Jogávamos basquete no intervalo do colégio, à tarde, nos finais de semana. Todos jogavam basquete. Se havia uma grupo maior, formávamos dois times. Entre poucos, jogávamos o popular 21, utilizando apenas uma tabela, onde duas duplas se enfrentavam. Sempre que alguém alcançava uma pontuação par, tinha direito a um arremesso. Com 21 pontos, a partida terminava.

Eu, devido ao meu peso elevado e estatura diminuta, não era um grande jogador. Faltava-me impulsão e fôlego. Mas sobrava-me vontade, tanto que fiz uma tabela de basquete, com tábuas de madeira e arame, para treinar arremesso em casa. E eu treinava.... passava tardes arremessando. A mãe devia ter um pavor daquela bola batendo contra a grade da sacada, todos os dias, inúmeras vezes. Mas ela e o pai foram compreensíveis, tanto que me deram de presente uma tabela de basquete.

Infelizmente não tive oportunidade de utilizar meu brinquedo novo, pois meu pai foi transferido para Horizontina.

Sem amigos, sem conhecidos, e sem lugar para colocar minha tabela nova, pois fomos morar num prédio de apartamentos. Mas meu gosto pelo esporte não esmoreceu. Tanto que insistia com o professor de educação física (não lembro seu nome, mas o apelido era Shazam), para jogarmos basquete algumas vezes, ao invés de sempre futebol.

Acho que eu era muito chato, pois durante o ano letivo de 1993 consegui que minha turma jogasse basquete em três oportunidades. Um marco, pois ninguém, ninguém mesmo entre os 17.000 habitante de Horizontina jogava basquete. Logo em Horizontina, uma cidade tão cosmopolita e com tanta possibilidade de contato com os Estados Unidos, não havia fãs do basquete.

Mas eu tenho um teoria: Horizontina sempre teve uma divisão social muito mais forte do que Cerro Largo. Certamente havia pessoas passíveis de influência americana, mas era uma elite mais fechada. Tais modismos acabavam não popularizando. E como eu não freqüentava os mesmos círculos de amizade....

Lá eu era mais um chinelo...

Mas voltando ao assunto, eu era tão chato, mas tão chato e insistente que o professor me apelidou de bASqueteiro. E era tão gritante a diferença técnica entre eu, que já jogara, e meus colegas que eu sempre era o melhor. Tanto que numa oportunidade fizeram um jogo gurias + eu contra os outros guris, e ganhamos.

Mas isso foi no Colégio Cristo Rei. Nos dois anos seguintes, quando estudei no Comercial, o colégio nem tinha tabelas de basquete. O negócio deles era vôlei. Até o futsal ficava em segundo plano. Eu até fui conversar com o diretor, o Sedelmo, cogitando a possibilidade de se instalar as tais tabelas, mas o assunto ficou de ser estudado. Minha conversar fora em vão...

Em resumo: nos três anos em que morei em Horizontina, pude jogar basquete apenas três vezes...

Mas depois deste hiato, minha família voltou a Cerro Largo. Eram outros tempos, e o futebol voltou a ser o esporte praticado pela maioria, onde incluia-me. Não que o basquete tivesse sido abandonado, ele ainda era praticado, mas não de modo tão intenso. Mas ainda tinha sua importância, tanto que até houve um torneio de arremessos num daqueles dias em que os professores faziam suas reuniões (os famosos Conselhos de Classe), e os alunos passavam o tempo nas Inter-séries. E eu participei deste torneio. E mesmo ficando praticamente 3 anos sem jogar basquete, conquistei o terceiro lugar.

É por isso que eu fico indignado com os jogadores de futebol que erram um passe ou um cruzamento: puxa vida, os cara não fazem outra coisa na vida, como é que ele ainda erram o básico? Como é que esse loucos não treinam? Se eu, que era um zero a esquerda no basquete, depois de treinar tanto, dificilmente errava um arremesso, como que eles não se prestam pra isso? Eu me revolto...

Bem, pra não mentir, eu até joguei mais vezes basquete quando morei em Horizontina, mas não em quadras, mas sim no computador: passei horas diante do Lakers vs. Celtics, simulador de jogos da NBA. Meu time sempre era o Phoenix Suns, do Charles Barkley. Eu só não sabia porque esse tal de Boston Celtics aparecia no nome do jogo se o grande time então era o Chicago Bulls, do Michael Jordan.

Somente muito tempo depois (salve a internet), descobri que tanto o Los Angeles Lakers quando o Boston Celtics são os maiores vencedores da NBA, só que como o segundo andava meio em baixa, este duelo estava perdendo o vigor.

Mas isto até este ano. Após mais de 20 anos, Lakers e Celtics voltam a disputar a final da NBA. Tão logo fiquei sabendo disto, lembrei-me do meu velho jogo de computador, companheiro de longas tardes. É claro que não vou assistir aos play-offs, como fiz em 93, quando meu Phoenix perdeu para o Bulls. Mas minha torcida fica para o Celtics.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Presentes

Em menos de duas semanas, ganhei dois livros de presente: primeiro o do meu vizinho, já lido e comentado. Agora, o meu primeiro professor de violão, Adão "Aley" Klein, trouxe-me o seu Dança das Letras - crônicas & poemas acetinados.

Espero continuar sendo presenteado por escritores.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

La Copa no se mira(ba)!


Foi uma noite triste para nostálgicos como eu: O que fizeram com a nossa Libertadores da América???


Essa taça, que já foi erguida por gigantes como o Manya, o Bolso, o Rojo, o Pincha, o Boca, o Grêmio... agora será entregue a um qualquer...


É triste o futebol moderno. Mas, infelizmente, a tendência é esta. Tirando 2007, quando houve uma final "huevuda", deparamo-nos com equipes pequenas ou sem tradição do (baixo) nível de Once Caldas, São Caetano, Atlético Paranaense, inter, LDU e Fluminense disputando este que é o principal torneio de futebol desde que Deus descansou no sétimo dia.

Pior que isso, só um mexicano ganhando um torneio sulamericano...

terça-feira, 3 de junho de 2008

Madrugada

Quantas vezes eu não praguejei o T1, por ter que esperá-lo por mais do que 3 minutos na Ipiranga? Em quantas oportunidades me estressei com o motorista da Ouro e Prata, pois já havia passado mais de 5 minutos do horário de partida do ônibus?

Queria que os aviões tivessem tamanha pontualidade. Nos últimos 3 anos, tenho feito em torno de duas viagens aéreas por mês, o que me dá um bom conhecimento sobre o assunto. E não me lembro de mais de duas oportunidades em que o avião começou a taxiar no horário previsto quando da compra da passagem. Vinte, trinta minutos de atraso é a coisa mais comum para quem está habituado a uma rotina de aeroporto. E me apavoro que a as pessoas não se revoltam com uma coisa dessas. Imaginem um ônibus que comumente costuma atrasar 30 minutos. Por que o avião pode?

Mas nem tudo está demasiado ruim que não possa piorar, como diria o grande Murphy. No mês passado, fui vítima, tanto das condições meteorológicas quanto da ineficiência da Infraero. Ao chegar ao Aeroporto de Congonhas, que estava mais movimentado do que o normal (foto), descobri que o Salgado Filho, de Porto Alegre estava fechado desde à noite anterior, tanto pelo mau tempo quanto pela troca de um equipamento essencial para o pouso das aeronaves, o que fez com que nenhum avião pousasse em solo portoalegrense naquele dia. Queria saber quem foi o néscio que programou a manutenção deste equipamento justo no período de maior incidência de nevoeiros na capital gaúcha.

O fato é que antes do meu vôo, outros 6 tendo Porto Alegre como destino não haviam decolado, algo em torno de 800 pessoas, sendo que muitas destas ainda permaneciam no saguão do Aeroporto de Congonhas. Creio que esta cena tenha se repetido em diversos aeroportos.

Como o meu vôo seria evidentemente cancelado, tratei de trocar o seu horário, assim como os outros 800. Com tamanha procuro, logo já não havia mais lugares remanescentes nem para o próximo dia, mas consegui uma poltrona num vôo por Guarulhos, logo no outro dia... às 4:30.

Foi a quarta vez que tive a “felicidade” de passar uma madrugada num terminal de aeroporto. E digo com sinceridade: não é um programa muito agradável. É preciso muita paciência para ver o tempo passar com todo o seu vagar.

A primeira coisa a fazer é caminhar, caminhar muito. Guarulhos é um aeroporto que permite boas caminhadas, passando com calma por muitas lojas, apesar de que a maioria vai fechando com o andar do relógio. Entrar e olhar os produtos também é uma boa dica, mas os preços costumam ser proibitivos.

Existe a possibilidade de se fazer algum(s) lanche(s). Mas o problema dos preços proibitivos também se faz presente.

Há ainda as leituras, mas eu acho difícil manter a concentração e a atenção em plena madrugada, o que pesa contra os livros em favor de alguma revista.

Acho que o melhor programa para fazer o tempo passar em uma madrugada num aeroporto é a livraria: aproveito muitos minutos folhando diversos livros, descobrindo novidades, verificando preços e lendo. Programão.


Mas apesar das inúmeras alternativas, o tempo costuma não passar com a mesma velocidade do dia-a-dia quando se está em um aeroporto. Quem diz que a vida passa cada dia mais rápida, nunca passou uma madrugada num aeroporto.



domingo, 1 de junho de 2008

Ponto Final.

Dias de apenas 24 horas, semanas com somente 7 dias, feriados, tudo conspira contra as minhas leituras. Ainda bem que existem as longas viagens de ônibus e os problemas no setor aéreo. Li em tempo recorde Ergo Sum - Monólogo de Amor e da Morte, do escritor, médico, deputado federal constituinte, vizinho e amigo Ruy Nedel.

No livro, o autor relata em versos o seu sofrimento nos dias que se passaram à morte de sua esposa Ione.

Confesso que não gosto de poesia, mas acho que é porque não aprendi como apreciá-la. Mas gostei do livro, apesar de ser em versos e de não concordar com algumas de suas opiniões a respeito da Igreja.

Mas como Ruy mesmo escreveu em sua dedicatória, tenho "...todo o direito à crítica ao autor, todavia não ao amigo..."
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