sábado, 20 de março de 2010

Movimento aquém do esperado frusta comércio de Rivera.

Decepção. Essa é a palavra que melhor define o sentimento dos comerciantes da cidade uruguaia de Rivera, em especial nos Free shops. Aquele que muitos pensavam que seria um dos dias de maior movimento nas lojas da fronteira, causado pela invasão de milhares de torcedores do Internacional que vieram à cidade para assistirem ao jogo contra o Cerro pela Libertadores, acabou se revelando decepcionante em volume de vendas.

- Realmente esperávamos muito mais. Foi criada uma expectativa exagerada que infelizmente acabou não se concretizando – relata Pedro Barreto, presidente da Associación Comercial e Industrial de Rivera. Segundo ele, as lojas de cidade se precaveram, acumulando uma considerável quantidade de aparelhos de ar-condicionados, whisky, vinhos, TV’s de LCD e perfumes: – Penso que até julho não precisaremos repor nossos estoques.

O movimento foi intenso, conforme o esperado: centenas de veículos das mais diversas partes do estado atravessaram a fronteira da paz, em direção ao estádio Atílio Paiva. Mas o volume de visitantes não refletiu no volume de compras.

- Compraram muito pouco. Olhavam, perguntavam o preço, e colocavam a mercadoria de volta. Tivemos até algumas situações engraçadas: certo momento entrou um grupo de torcedores, uns 7 ou 8 deles, e começaram a tirar umas cédulas amassadas dos bolsos. Percebendo que não tinham dinheiro para comprar uma garrafa de whisky, foram embora. Meia hora depois eles voltaram, colocaram o dinheiro e mais algumas moedas no balcão, e conseguiram levar seu litro de bebida – conta Aguirre Muñoz, gerente do free shop Barão, em frente uma pilha de ar-condicionados esperando por compradores.

Já Oscar Martinez, do Neutral, acredita que um dos impecilhos tenha sido as opções de pagamento: – Muitos dos brasileiros queriam pagar suas compras com cartões de bandeiras com as quais não trabalhamos, como Banricompras e o Quero-quero. Caso contrário as vendas poderiam ter sido um pouco melhor.

Um dos poucos ítens que tiveram boas vendas foram os receptores de satélite, utilizados para assistir a canal por assinatura sem a necessidade de pagar por isso.

Além de comprarem pouco, os brasileiros ainda causaram alguns transtornos nas lojas do país vizinho: – Fomos obrigados a reforçar nossa vigilância. Muitos brasileiros tentaram sair da loja com produtos escondidos nas roupas, sem pagar por eles, obrigando nossos seguranças a interceptá-los na saída, tão logo o alarme disparava. Será que estas pessoas fazem isto também no Brasil? – pergunta José Siñeriz, dono de um dos maiores estabelecimentos comerciais da cidade, não escondendo sua idignação.

Nos restaurantes uruguaios a situações foi idêntica: a tradicional parrillada (carne assada em uma grelha) foi preterida pelos panchos, como é chamado o cachorro-quente. Mas a grande maioria dos visitantes trouxe sua própria comida.

Na cidade de Santana do Livramento, no lado brasileiro, os visitantes também não deixaram muitas divisas. Com exceção das auto-peças e das oficinas mecânicas, o comércio local não teve motivos para comemorar.

terça-feira, 16 de março de 2010

Revolvers n’ Tulips

Conhece a Loiara?

O quê? Não conhece? Como assim? A vocalista da Indústria Musical. Como que não vai saber?

Bem, se tu não conhece, então pula dois parágrafos.

Imaginem a Loiara convidando alguns músicos por aí, sei lá, tipo o Térbio Hilgert pra tocar bateria, o Alex Becker pro guitarra, o Rodrigo Mentges pro baixo, e saíssem por aí fazendo shows. Shows da Indústria Musical.

Totalmente impensável, porque a Loiara não é o Indústria. É a vocalista, é a estrela a da banda, mas tem o Daian, o Diony, o Maninho, e não sei mais quem, tem um monte de gente, e a reunião deles que faz o Indústria Musical.

Agora imaginem o Anthony Kiedis mandando o Flea e o Chad Smith às favas, chamando alguns músicos, e continuando ele o Red Hot Chili Peppers. Sem fundamento…

Existem algumas figuras do meio artístico que conseguem personificar a própria banda, mas são poucos. Lembro-me agora do Lemi do Mothörhead, e só. O normal é que depois de uma debandada geral, só o frontman não tenha carisma ou até mesmo competência para preencher a lacuna que os antigos membros deixaram. Se praticamente toda a banda abandonou o barco, paciência, foi bom enquanto durou. O resto é história ou mau-caratismo.

É por isso que nesta noite não vou para Porto Alegre assitir ao show anunciado como sendo do Guns n’ Roses. Sim, eu sei que o Axl Rose subirá ao palco (bastante atrasado, certamente), mas e o Slash?, com sua cartola e a bituca de cigarro no canto da boca? E o Duff? Quem são esses caras que tocam nesta que foi uma das melhores bandas do final do século passado?

O Guns terminou. Acabou. Fim. Esqueçam, restou apenas um vocalista em frangalhos, tentando viver às custas de um passado que não existe mais. Não conte com meus centavos.

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