No mundo dos negócios não há lugar para sentimentalismos: afinal, quem irá bancar uma marca se esta não dá o almejado retorno financeiro, seja por incompetência administrativa, ou seja por qualquer outro motivo?
Bem, se civilizações, impérios e bandas de rock não são eternas, porque as marcas de automóveis seriam? Ontem li no jornal que a gigante porém atualmente cambaleante General Motors estaria retirando a marca Pontiac do seu vasto portfólio, encerando mais de 80 anos de produção de automóveis com o nome do chefe indígena que comandou uma revolta contra os colonizadores ingleses na região dos grande lagos.
Desde que Gottlieb Daimler colocou sua carruagem propulsionada por um motor à combustão interna a circular pelas estradas alemãs em 1886, diversos eventos obrigaram a indústria automobilística e se adequar ao mercado, como na introdução da linha de montagem, as Guerras Mundiais, a crise de 1929, o aumento no preço do petróleo, o crescimento das indústrias do extremo oriente, entre outros. Por causa destes e outros momentos conturbados, marcas como Auburn, Cord, Duesenberg, Hudson, Kaiser, Marmon, Studebaker, Graham-Page, Nash (além de outras fora dos Estados Unidos) desapareceram, mantendo-se vivas apenas nas memórias e garagens de antigomobilistas. A Wikipédia (sempre ela) tem uma lista bem interessante e ampla destas "fábricas de automóveis 'defuntas'". Até mesmo as grandes empresas não passaram imunes a estas turbulências, e marcas como La Salle, Oldsmobile (ambas da General Motors), DeSoto e Plymouth (Chrysler) hoje fazem parte desta lista.
A crise financeira que começou no ano passado também atingiu a indústria automobilística, afetando principalmente Chrysler e GM, ambas com a corda no pescoço, cada vez mais apertada. Dentre as medidas adotadas na tentativa de não sucumbir, a segunda resolver descontinuar a sua marca de esportivos, famosa pelo Pontiac GTO, o pioneiro dos muscle cars norte-americanos.
Deixará saudades, sentimento este que o mercado desconhece.
Foto: Wikipédia