terça-feira, 31 de março de 2009

31 de março

Há 45 anos, o Brasil começava a viver um dos momentos mais conturbados de sua história: inconformados com assumida afinidade ideológica do presidente Jango com o movimento comunista e temerosos com os rumos que o governo estava tomando, os militares resolveram depor o presidente e assumir as rédeas do poder. Era o início da Revolução de 64.
Pode parecer estranho, mas naquela época havia muita gente, inclusive pessoas esclarecidas e formadoras de opinião, que achavam que o comunismo era algo bom e que a União Soviética e Cuba eram exemplos a serem seguidos. O nosso presidente de então era um deles. É difícil afirmar que a continuidade de seu governo levaria o Brasil invariavelmente à (malfadada) aventura comunista, mas este risco existia e era real.
O governo militar teve muitos defeitos e exageros, mas é um alento saber que nos salvaram de algo muito pior.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Como deixar de ganhar um jogo fácil.

-Seja displicente;
-Perca gols fáceis, em sequência;
-Demonstre toda sua inexperiência e imaturidade;
-Não faça alterações no elenco, deixando em campo os jogadores cansados e no banco os motivados e descansados;
-Caso faça alguma alterção, que seja por lesão, colocando um volante em campo;

Ou...

Contrate o Celso Roth para treinar seu time.

Editado, dois minutos depois:
-Não conte com a sorte, ou com a falha do goleiro.

terça-feira, 24 de março de 2009

Todas as Histórias.

Um dos maiores problemas da internet é que a medida que o volume de informações interessantes que ela disponibiliza aumenta numa progressão geométrica, o tempo que dispomos para desfrutar de tudo isto continua a diminuir.

Só pra citar mais um caso destes, ontem recebi um e-mail informando que a revista Aventuras na História, da Editora Abril, disponibilizou em seu site o conteúdo de todas as edições já publicadas. Não sei se a novidade ainda está em fase de implantação, mas por enquanto somente os textos pode ser acessados, sem o conteúdo gráfico.

Mas já é uma ótima notícia (desde que vocês administre bem o tempo e não fique lendo as belas reportagens publicadas na revista até altas horas, como eu fiz ontem à noite), pois ela oferece um conteúdo bastante interessante e variado a respeito do tema do qual se propõem a tratar.

Aventuras na História surgiu como uma publicação ligada a revista Superinteressante, mas direcionada exclusivamente ao tema do título, mas ela acabou crescendo e se desvinculando da "mãe". Apesar de já ter visto em anúncios, efetivamente tomei conhecimento dela quando recebi alguns exemplares de cortesia, por ser assintante da própria Superinteressante. Eu dividia a assinatura com o meu irmão, mas o endereço de entrega era o daqui de casa. Na época, a Super não era tão eco-chata e anti-eclesial como é hoje, eu inclusive conseguia lê-la de "cabo-a-rabo", contrastando com a situação de agora, quando mal e mal consigo dar uma rápida passada em poucas reportagens. Meu irmão mantém sua assinatura, mas recebe direto lá em Porto Alegre. Digamos que, na minha opinião, a revista já foi bem mais interessante...

Mas voltando a revista em destaque: recebi, durante três meses três edições da Aventuras na História. Na condição de apaixonado pelo tema, de pronto me agradei pela linha editorial, pelo conteúdo e seu trabalho gráfico. Tão logo recebi o boleto propondo a assinatura aceitei a proposta. Apesar do pouco tempo para o crescente número de leituras que tenho a disposição, faço questão de continuar lendo esta bela revista, mantendo bem guardada minha coleção, que foi sendo incrementada com a compra de edições antigas.

Agora tenho todas as suas reportagens à disposição. Informação, diversão, cultura e entretenimento por um longo e agradável tempo.
Imagem: site da Aventuras na História

segunda-feira, 23 de março de 2009

Momento Twitter

Alguns minutos de sesta antes do trabalho é presença certo no Top 5 Melhores Coisas da Vida.

domingo, 22 de março de 2009

Leitores de fotos

A frase é do mestre Millôr Fernandes: “Uma imagem vale mais do que mil palavras. Agora tente dizer isso com uma imagem”.

Lembrei-me dela hoje pela manhã, quando estava cumprindo meu dever mensal de abrir e cuidar do Museu 25 de Julho, na minha Cerro Largo, tarefa esta que executo um domingo de manhã em cada mês, na condição de secretário do Centro Cultural 25 de Julho, entidade mantenedora do museu.

Como o fluxo de visitantes hoje estava meio baixo, aproveitei para usufruir da riqueza cultural que o acervo do museu oferece ao seu público. Comecei a folhear edições antigas do jornal Folha da Produção, especialmente do ano de 1982, buscando informações adicionais a respeito da conquista do Campeonato Estadual de Futebol Amador daquela ano, vencido pelo Aurora de Cerro Largo, e sobre o que escrevi neste último sábado no FutebolForça.com.

Mas o que realmente me chamou a atenção foram as diferenças entre os jornais locais daquela época para com o que temos hoje: é gritante a maior ênfase dada na atualidade ao aspecto visual, principalmente em relação aos fotografias, em detrimento ao conteúdo escrito.

É inegável que a enorme facilidade que temos na atualidade para capturar, editar e publicar imagens fotográficas contribui para esta significativa mudança, além do quê, uma reportagem ilustrada pode ser muito mais elucidativa, esclarecedora, didática e visualmente agradável. Mas a imagem devem ser um complemento ao conteúdo, e não a matéria por si só.

As edições de 20 e poucos anos atrás eram ricas em matérias, comentários e informações. Nomes de peso na cultura cerrolarguense, com Dr. Marcelino Kuntz, Almiro Spies, Pe. Roque Schneider, SJ, Max Dewes eram presença constante com belos e elaborados textos. Nas edições atuais dos dois jornais aqui da cidade, além do conteúdo informativo, ficamos sabendo quem estava em determidado baile e como foi a festa de aniversário de fulana, ou o chá de fralda de cicrana. Há muito menos conteúdo escrito do que há anos atrás, e eu não acredito que hoje haja menos assuntos para serem tratados ou noticiados do que naquela época.

Mas se a tendência é esta, os prováveis culpados são mais os próprios leitores do que a imprensa em si, pois esta tão somente age do modo a agradar os seus leitores, se é que ainda merecem serem chamados assim. Penso que definitivamente a alcunha que nossa cidade recebera de Berço Regional da Cultura perde cada dia mais a sua validade.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Caos

Parece que eu não fui o único a tomar cerveja estragada no St. Patrick's Day, ontem: pelos comentários que eu li na grupo de e-mails Cerveja Artesanal - Porto Alegre a reclamação de quem saiu para tomar uns pins de Guiness foi geral: bares extremamente lotados, com o mesmo número de garçons de dias normais, sem condições de atender os clientes de modo aceitável, filas, clientes mal servidos...

Não sabia que havia tantos devotos de São Patrício na capital gaúcha.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Caos

Parece que eu não fui o único a tomar cerveja estragada no St. Patrick's Day, ontem: pelos comentários que eu li na lista de e-mais da

Blau Berg Bier IV

Decepção...
Em pleno St. Patrick's Day abri a primeira Blau Berg Bier da segunda leva. Que decepção.
Logo ao abrir a garrafa, achei estranho o estouro um tanto quanto discreto. O aroma era praticamente idêntico ao da primeira leva, mas quando enchi o copo verifiquei que não formou espuma. Carbonação próxima a zero. Ou seja, falha no processo de fabricação.
O gosto ficou ruim, pior do que a primeira. É horrível este sentimento de ter regredido. E o pior que tenho um frigobar cheio de garrafas desta cerveja condenada.
Mas São Patrício não merecia tamanho desapontamento. Em memória ao santo que evangelizou toda a Irlanda (e aos meus amigos Everton, Mentges e Bley que foram no Shamrock tomar umas Guinness), apelei para a minha invejável adega. Como já tinha dito, estou sem stout, porter ou similares, então a escolhida da vez foi a Colorado Red Ale, que degusto agora. Que bela cerveja...
Pra mim, a cerveja tem que produzir uma bela, densa, saborosa, aromática e duradoura espuma. Ei de produzir eu mesmo uma cerveja assim. E aqui proponho-me um desafio: no St. Patrick's Day de 2010 estarei consumindo uma cerveja decente, por mim produzida.
Ou estarei com meus amigos, tomando umas Guinness...

terça-feira, 17 de março de 2009

St. Patrick's Day

Hoje é kerb na Irlanda: dia de São Patrício, ou St. Patrick, o santo padroeiro do país.

Patrick (cujo nome pagão era Maewyn), era um galês que se corverteu ao Cristianismo e cuja missão foi pregar a Palavra de Deus na Irlanda. Utilizando como estratégia principal e fundação de inúmeros mosteiros, atingiu o êxito em sua empreitada, e a Irlanda antiga tornou-se toda Católica, do empregado ao rei.

Os emigrantes irlandeses disseminaram a festa em diversos países, principalmente nos Estados Unidos, onde o dia é lembrado com a alegria e os excessos alcoólicos típicos dos habitantes do país.

Não terei nenhuma Guiness, ou qualquer outra stout ou porter para marcar a data. Terei que me contentar com uma red ale e com a primeira garrafa da segunda "panelada" da Blau Berg Bier.

domingo, 15 de março de 2009

Tatanka

Qual é a melhor cerveja?

Se esta pergunta me fosse feita alguns anos atrás poderia responder Brahma, ou Brahma Extra, ou até mesmo Serramalte, dependendo do quanto voltássemos no tempo, mas hoje teria dificuldade de respondê-la. Não só pela evolução do meu paladar, mas por hoje crer que também deve-se levar em consideração mais fatores, como o momento, o local, a companhia, dentre tantos outros, para que possamos avaliar o quanto algo nos é prazeiroso. Teria dificuldade em dizer se uma La Trappe Triple é melhor do que Colorado Demoiselle, as duas podem me proporcionar enorme satisfação, não poderia dizer, em definitivo, que uma é melhor do que a outra. Não consigo escolher uma para ser a melhor, mas posso citar quais cervejas me agradam muito e em cuja degustação não me decepcionam. E as três primeiras citadas neste parágrafo não fazem parte deste grupo.


O mesmo vale para comida. Não posso dizer que um churrasco sempre será a melhor comida entre todas, mas também não posso menosprezá-lo. Há ocasiões em que nada melhor do que um churrasco como prato principal, mas num jantar a dois não seria a melhor escolha.

Por isso que sempre que alguém me pergunta "qual é o/a melhor...?" sempre procuro responder com algumas reserva, principalmente para não correr o risco de me arrepender do que disse.


Vejam o caso do cinema: eu praticamente nunca assisto filmes. Creio que no ano passado não devo ter olhado nem cinco. Também por isso,acho difícil dizer qual é o meu filme preferido. Já foram muitos, e sempre perderam o seu posto de liderança. Um dos que frequentou o topo da lista foi Dança com Lobos (Dance with Wolves). Talvez tenha sido por este motivo que eu tenha resolvido assistí-lo ontem com minha família, mesmo que já tivesse visto-o mais de uma vez.

Como o filme é muito bom, não me decepcionei e nem me arrependi de ter ficado mais de três horas em frente à TV, apesar de ter dado algumas cochiladas. Recomendo-o e até posso assistí-lo novamente daqui muitos anos. Mas definitivamente não posso dizer que é o melhor filme que assisti na vida.



Foto: www.cinemaevideo.com.br

sexta-feira, 13 de março de 2009

Não matem as vítimas!

Sempre que vejo algo em jornal/revista/tv sobre odonto, torço para que nenhum paciente venha comentar ou perguntar algo sobre o fato. Por serem reportagens escritas, em sua grande maioria, por jornalistas e não por dentistas, muitas informações acabam sendo distorcidas da realidade. Nada contra os jornalistas, muito pelo contrário, mas não se pode negar que eles não têm os conhecimentos técnicos necessários para dissertar sobre o assunto.

Quando o assunto é Igreja, o meu receio é o mesmo, senão até maior. Toda e qualquer notícia sobre o assunto (em geral críticas ásperas) em tv ou jornal não católico devem ser vistas com precaução. E com o agravante que o problema no caso não é somente falta de conhecimento sobre o assunto, mas um forte e generalizado pensamento anti-eclesial nos meios de informação, como foi o caso do bispo pernambucano que teria excomungado uma criança de nove anos que, após ter sido estuprada pelo padrasto, engravidara de gêmeos (com quatro meses de gestação, assim como o exemplo da foto no final do texto, que acabaram abortados. Além da menina, o bispo também teria excumungado a mãe e os médicos que fizeram o procedimento.


Antes de apedrejarem os padres e as igrejas, sugiro que nos aprofundemos um pouco mais no assunto. Há excelentes sites católicos para tal: Zenit, ACI Digital, Cleofas, Canção Nova, além do próprio site do Vaticano.


O primeiro e necessário esclarecimento: o bispo não excomungou ninguém! Ele apenas lembrou o que o Código de Direito Canônico prevê para quem pratica ou ajuda a consumar um aborto: a excomunhão da Igreja, ou seja, o afastamento do estado de graça que inicia no batismo. É uma pena moral para nós Católicos, totalmente reversível após o arrependimento e a confissão. E quem garante que os médicos e a família eram Católicos?




Outra coisa: a menina realmente corria algum risco? Li na Zero Hora de hoje que uma criança de 11 anos deu a luz a uma menina nesta quarta-feira. Mãe e filha passam bem. Li também sobre uma caso ainda mais chocante, publicado na revista Época, onde uma menina peruana de apenas 5 anos também deu à luz. Será que não houve precipitação?


Resumindo: das três vítimas da história, resolveram que duas delas, justamente as mais indefesas, deveriam ser executadas. Triste o mundo em que vivemos…


quarta-feira, 11 de março de 2009

Cansaço

Estranho, não sei por que motivo me senti muito cansado no final da tarde de hoje. Estranho mesmo, pois ainda teria que ficar no consultório até perto das 20:00, como de rotina, e dificilmente o cansaço me atinge tão cedo.
Fiquei pensando qual seria o motivo: ontem dormi à meia-noite, o que é normal. Consegui ter uns 15 minutos de sesta após o meio-dia, o que é raro, mas teoricamente traria o efeito contrário, e não mais cansaço.
Seria nervosismo por causa do jogo do Grêmio que agora assisto? Afinal, estamos no dilema: precisamos vencer, mas com a vitória nosso técnico permanecer por mais tempo nos importunando. Claro que eu quero a vitória, mas também quer ver o meu Grêmio livre do Roth.
Bem, está dando certo, pois estamos vencendo. Mas o texto é sobre meu cansaço e não sobre futebol.
De repente me dou conta da razão: pela enésima vez estou recomeçando meu projeto permanente de reeducação alimentar (leia-se dieta, regime ou fome). Também, se até meu amigo Pe. Kiko disse ontem que eu havia engordado, acho que novamente cheguei a um patamar insustentável.
Mas desta vez é pra valer, assim como deveriam ter sido todas as outras. Estava cansado por ter comido muito pouco durante o dia. Sei que esta é, segundo os nutricionistas, a pior forma de se perder peso, mas é a única que funciona comigo.
Pelo menos faço meu jejum de Quaresma.

segunda-feira, 9 de março de 2009

High Fidelity é o K7

Nossa família sempre teve uma relação ambígua com as novas tecnologia: em alguns casos éramos precursores, em outros estávamos muito defasados.

Exemplos? Quem é que tinha um projetor de Super-8? Aqui em Cerro Largo sei de três apenas. No início da década de 80 éramos dos únicos a ter um “cinema em casa”. E quanto mais eu via mais eu gostava daqueles filminhos de pouco mais de sete minutos, em sua grande maioria desenhos animados: tínhamos do Pato Donald nos Andes, Branca de Neve, do Robin Hood. Que eu me lembro, o único que não era de animação era o “Se meu Fusca falasse”, sucesso entre os Jaeschke-Schneider. E se havia poucos projetores de Super-8, imaginem filmadoras neste formato? Papai tinha uma… Precisávamos ir até Santo Ângelo, deixar lá o rolo, e buscar o filme revelado alguns dias depois. Mas graças a ela que hoje temos o registro da nossa família em 1985.

Em contrapartida, o nosso primeiro aparelho de DVD foi adquirido há uns 4 anos, quando todo mundo já tinha o seu.

E o som: o pai tinha (e tem ainda) um toca-discos bem antigo, da Philips, provavelmente da década de 70. E dois toca-fitas: um também da Philips, com um microfone, e outro com rádio, da CCE, ambos “mono-deck”. Mas nunca tivemos o famoso “3 em 1”, com toca-discos, toca-fitas e rádio em um mesmo aparelho, que também todo mundo tinha. E eu nem conseguia ligar nossa “vitrola” nos toca-fitas pois era um outro padrão de plug. Ou seja, não tinha como gravar um disco em uma fita ou duplicá-las. Tanto que minha primeira fita de “Rock n’ Roll” (“O Papa é pop”, dos Engenheiros do Hawaii) foi gravada de modo mais viking possível: peguei nossos dois toca-fitas, coloquei a original no CCE e deixei o microfone do Philips ao lado dos auto-falante do primeiro. Ficou uma “maravilha”, mas escutei muito “Era uma garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones” nela.



Um dos problemas da idade, ao menos no meu caso, é que a gente vai ficando mais exigente, ou até mais enjoado, quando não os dois juntos. Uma das coisas mais legais que eu instalei no meu consultório (de onde escrevo agora), foi umas caixinhas de som que comprei na Santa Efigênia, em São Paulo. O som fica ótimo, uma qualidade incrível, e bem distribuído pela sala. E além de poder finalmente escutar os gigas e gigas de música que a internet nos disponibiliza, consegui me ver livre das rádios. Ligo o Winamp e esqueço…

E aí está o problema em estar mal acostumado. Domingo passado, consegui queimar o meu som. Não vou explicar como, pois neste blog até posso me expor ao ridículo, mas tudo tem seus limites. O que importa que queimei e pronto.

E agora, como iria trabalhar sem música? Putz, desde a época da faculdade, quando levava um radinho, passando por meu período em postos de saúde, com o o velho radinho sempre junto, juro que imaginei não ser possível trabalhar sem um fundo musical. Cheguei a pensar em pedir para a Franciele desmarcar os pacientes daquele dia. Mas não, levantei a cabeça e enfrentei a adversidade, sem cogitar a hipótese de ter que apelar para alguma rádio. Onde fica o meu orgulho?

Em alguns momentos, usei o som do notebook, pois precisava extrair alguns dentes de um paciente que estava muito nervoso, e caso alguém não saiba, música em ambiente odontológico não é só para agradar o profissional (o que já seria um motivo mais do que suficiente por si só), mas também para diminuir a tensão que invariavelmente o paciente acumula na cadeira do dentista. E como sabia que este gosta de música clássica (inclusive é pianista nas horas vagas), não arisquei: Nona Sinfonia de Beethoven.

Mas acredito que contribuí para aumentar o já visível nervosismo do meu paciente, pois a qualidade do som que esse tipo de autofalante produz é horrível. Pelo amor de Deus, ainda mais numa música trabalhada e cheia de arranjos com esta em questão. Foi quando me dei por conta: como poderia eu estar sendo tão exigente sendo que o meu início no mundo da música foi o pior possível em termos de qualidade sonora? Passei anos escutando fitas K7 pessimamente gravadas, com músicas pela metade, algumas vezes tendo que esperar horas com o rádio ligado e o toca-fita no REC+PAUSE, esperando a música desejando, que invariavelmente ficava registrada com a voz do locutor nos segundos finas… Puxa vida, eu passava por isso e muito mais e era feliz. Como posso ter me tornado assim chato?

Mas, graças a Deus, o som ficou pronto na quarta…

Foto: Vagalume

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