segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Blog: pra que te quero?

Faz muito tempo que eu queria escrever sobre isso aqui. Aliás, faz muito tempo que eu queria escrever sobre qualquer coisa aqui.

Enfim, mas por que ter, ou manter um blog? O que leva alguém a fazer algo assim, quais são as motivações, os interesses por trás disso?

Para muitos, um blog é uma maneira simples de expor suas idéias, possibilitando com muitas pessoas tenha acesso a elas. É o caso de gente como o Juca Kfouri, do Reinaldo Azeredo…

Mas blog é uma ferramenta tão simples quanto banal. Qualquer um pode ter. Há blogs sobre tudo o que se possa imaginar, sobre os mais diversos assuntos, como política, futebol, música, culinária, viagens, alguns até bastante específicos, algo como sobre fazer uma horta, fabricar cerveja artesanal, uma pessoa que vai se formar, as mudanças na vida de alguém que casou, a vida de um estrangeiro em Buenos Aires, uma viagem para a Patagônia a bordo de uma Rural, tem até gente que publica fotos de carros abandonados. Ou seja, há blogs sobre tudo, bons e ruins. Em sua imensa maioria, ruins.

E sempre tem alguém que vê ou lê essas coisas…

Acho que o pior tipo de blog é aquele que se propõem a tratar de tudo, como é o caso deste que você está lendo. Mas poderia ser pior, quando o blog atinge as profundezas da mediocridade e da falta de assunto e se torna uma espécie de diário on-line. Preocupo-me muito para não chegar a este ponto. Se eu fizesse, só com alguma qualidade literária, algo que absolutamente não possuo. É por isso que me policio e evito escrever qualquer besteira, e talvez seja por isso que o ADHD é assim, digamos, monótono.

Talvez eu devesse ter assumido uma postura mais focada, assuntos não me faltariam: poderia escrever sobre os preparativos para o meu casamento. Foi algo que deu bastante trabalho, resultaria em vários textos e que seria do interesse e útil para muita gente. Ou eu poderia escrever sobre a difícil convivência entre uma pessoa que se recusa a ter um cachorro em casa e o seu Shi Tzu, contando como este foi ganhando o seu espaço.

Revendo os primeiros textos, vejo que havia uma tendência a contar sobre a minha produção de cerveja artesanal, mas como não passei (por enquanto) de uma segunda e mal sucedida leva, a idéia não vingou. Também tinha a idéia do carro antigo, que eu poderia contar meus passos da compra até a restauração, mas ele já está há um ano parado na garagem, e ainda sem previsões para sair de lá.

Então sigo, tentando escrever sobre tudo, e talvez por este motivo, não escrevendo sobre nada. E me pergunto novamente: por que ainda estou aqui? Muitos do meu círculo de amizades, que assim como eu resolveram se aventurar na blogosfera, acabaram desistindo. Quando eu nem sabia o que era um blog, o Mentges já tinha o (hoje finado) Cadê meu Gardenal. O Everton começou bastante específico, mas não passou de muitos textos(?). O André também começou bem com o seu Porão do Salvador, que de modo abrupto e sem aviso prévio, encerrou as atividades. O Marcus abandonou seu Caminhante Noturno (apesar de continuar contribuindo para o Dr. Frame…). O Alex está bastante parado, talvez muito ocupado com a faculdade e as atrizes globais (quando escrevia este texto, vi que ele tinha publicado algo). Quem ainda mantém uma certa regularidade é o Guilherme, apesar de que, estranhamente, não consigo acessar o seu Pensamentos Randômicos desde ontem. E eu nem vou falar do coitado do FF.com.

Eu não quero desistir, ao menos essa idéia não me passa pela cabeça. Pelo contrário, gostaria de escrever mais e, principalmente, melhor. Mas não vou prometer nada disso, nem para mim mesmo, pois sei que talvez não possa cumprir, especialmente a segunda.

Acho que cheguei a uma conclusão: escrevo por vaidade. Não almejo fama, holofotes e aplausos para o ADHD, mas me envaidesse pensar que tenho um lugar onde posso deixar a minha opinião ao alcance de quem quiser conhecê-la, mesmo que ninguém a queira.

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