"...porque não somos e não queremos ser uma empresa que comercializa o ensino visando ao lucro econômico. O lucro é um meio para um fim maior."
Muito bonita esta frase. Comovente, eu diria até. Mas também cômica, desde que se busque a origem dela.
Um pesquisada no Gugou nos mostra que ela está no sétimo parágrafo do texto onde consta a "Filosofia da Ulbra", universidade que ficou nacionalmente conhecida por seus problemas financeiros, concomitantes com as excentricidades de seu reitor, cujo principal símbolo era o Museu de Tecnologia, famosa por seu extraordinário acervo de automóveis antigos.
Este museu era o que havia de mais expressivo em termos de antigomobilismo nacional. Nunca foram reunidos em um único lugar aberto à visitação pública tantos automóveis antigos tão impecavelmente restaurados.
Pode parecer estranho, mas eu que sou apaixonado por carros antigos (que volta e meia viajo 500 Km para assistir a um jogo de futebol) nunca fui ver este museu. Tenho meus motivos, algo relacionado com a instituição Ulbra, mas sobre isso escreverei em outro texto. Mas meu pai esteve lá, e trouxe o livro Museu de Tecnologia Ulbra, que é na verdade um registro fotográfico de alguns dos automóveis do acervo (no final da publicação, todos os modelos estão listados), com um pequeno texto a respeito do modelo em questão. Leitura rápida, fiz em uma noite de outubro, acompanhado de dois cálices de um bom cabernet sauvignon do Valle del Maipo.
Não esperem encontrar automóveis "comuns", como Ford 29 ou 41: todos os carros têm, ou melhor, tinham algo que o tornavam raros ou especiais, o que ficava bem claro nos textos, que também continham alguns auto-elogios, principalmente em referência ao resultado final da restauração, que era feita por uma equipe da própria universidade. Algo do tipo "era uma restauração muito difícil, mas vejam como ficou perfeito nosso trabalho...".
Tirando alguns erros no texto (alguns não correspondiam ao carro mostrado), o livro vale pelas belas fotos, ou melhor, pelos belos automóveis que fizeram parte deste museu que, para a tristeza de muitos antigomobilistas, se fragmentou em inúmeras coleções particulares, onde muitos destes carros dificilmente serão vistos novamente, ficando guardados em algum galpão no interior de São Paulo, à disposição apenas dos donos e de poucos privilegiados.
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