segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Aventuras Gastronômicas em Salvador II, ou o dia em que comi lagosta

Considero um desafio escrever sobre comer lagosta sem parecer esnobe. Mesmo assim, sei que se algum militante do PSTU ler isto irá me chamar de burguês. Mas como estatisticamente é muito improvável que entre os poucos leitores do blog haja um dos pouquíssimos militantes do PSTU, minha tarefa se torna mais fácil. Mas é inegável que este crustáceo está intimamente associado a refeições refinadas, restritas a uma pequena e afortunada parcela da população. Mas começarei meus relatos por esta experiência, e no final explicarei o porquê.
Apesar de gostar muito de frutos do mar, ainda não tinha provado esta iguaria. Não somente por questões financeiras, mas até por falta de oportunidade. Afinal, lembro-me de apenas uma vez em que vi seu nome no cardápio do restaurante ao escolher meu prato, no Donde Augusto, no Chile. Mas se por um lado seu preço atinge cifras exorbitantes e até proibitivas em restaurantes, é possível economizar uns bons trocados indo direto à fonte.

 Enfim, como estávamos hospedados na Barra (só pra lembrar, estou, ou melhor, estava em Salvador, na Bahia, com minha esposa), resolvemos aproveitar a praia junto ao forte. Era junho, então havia poucos turistas e as areias eram praticamente só nossas e dos vendedores. Um deles, um "nativo", abordou-nos com um isopor, mostrando-nos duas lagostas vivas, uma bem grande e outra menorzinha. Após uma não tão ferrenha negociação, combinamos o valor de 4o pila pelos dois bichinhos. E ele correu para um dos quiosques perto do forte, para prepará-las, não nos dando oportunidade de mudar de ideia. Se fôssemos provar o prato em algum restaurante, com certeza o valor atingiria os 3 dígitos.

Não vou descrever aqui o modo como elas são mortas. Tenho medo de represálias do lobby natureba.
Um tempo depois o rapaz chega com nosso prato, caprichando na apresentação. E nos deliciamos, em frente ao mar, sob o sol da Bahia (mentira, estava nublado e até chuviscando um pouco. Só não fomos embora porque estávamos esperando pela comida).

Não sei se foi o excesso de expectativa por finalmente provar tão famoso prato, ou as condições pouco favoráveis de preparo, ou a imperícia do "chef du quiosque", só sei que esperava muito mais da tal da lagosta. Não que fosse ruim, mas sei lá, posso até mudar de opinião se tiver uma segunda oportunidade de prová-la, mas a princípio confesso que fiquei um pouco decepcionado.
Mas deixa de frescura, Germano. Logo tu querendo fazer pouco caso de comida. Tava bom sim, muito bom. Recomendo.

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