sábado, 24 de março de 2012

A maldição do Pink Floyd

Em 17 de julho de 2001, o Grêmio venceu seu último título importante, a Copa do Brasil. Desde então conquistou tão somente três míseros Gauchões, competição da qual não disputou as finais pelos quatro anos seguintes, foi rebaixado para a Série B do Brasileirão e participou apenas quatro vezes da Libertadores. 

Muitos alegam que problemas administrativos no início do século comprometeram seriamente as finanças do clube, que por muitos anos penou para sair deste atoleiro. Mas eu acho essa justificativa simples demais. Penso, ou melhor, tenho certeza que por trás destes longos anos de vacas magras está algo muito mais forte, que assim como a kryptonita age com o Superman, sugou todas as forças do Grêmio, que até hoje não conseguiu reerguer-se com altivez.

O problema do Grêmio chama-se Pink Floyd.

Eu considero a superstição uma das maiores demonstrações de ignorância. Relacionar eventos e desfechos totalmente aleatórios desafia qualquer parâmetro de sanidade mental. Por que motivos um pessoa teria anos de infortúnio apenas por quebrar um espelho? Ter a pata de um animal é a solução para nossos problemas profissionais, afetivos ou sociais? O fato de eu estar usando uma cueca azul fará com que o André Lima jogue bem? Muito imbecilidade crer em algo assim. Agora, esta relação entre a banda britânica e as mazelas do Grêmio é real, praticamente palpável, e só não está fartamente documentada porque até então ninguém havia se dado por conta disso.

A primeira vez que constatei essa cruel e nefasta associação foi na época da faculdade: para chegar à quadra onde faríamos o nosso tradicional jogo semanal, peguei carona com um colega que estava ouvindo Wish You Were Here (era na época do CD). Foi, sem dúvida, a pior atuação da minha vitoriosa carreira de goleiro. Claro que o fato de eu estar voltado de férias, após ficar muitas semanas sem jogar futebol, não podia ter nenhuma interferência na minha péssima performance, muito menos termos jogado em uma quadra diferente da habitual, com um piso emborrachado que segurava os meus tênis e me prendia no chão, dificultando a minha movimentação. As minhas qualidades superariam pequenos detalhes como esses. A causa era mesmo a música.

Mas até então era apenas a banda agindo negativamente sobre um gremista, um jogador amador, de muito qualidade mas tão somente amador. O clube da Azenha ainda não tinha sido afetado, tanto que continuou a conquistar títulos. Isso até a fatídica noite de 12 de março de 2002, quando tive a suposta alegria de presenciar o próprio Roger Waters em seu show In the Flesh em pleno estádio Olímpico. Foi o estopim. O que foi o futebol do Grêmio a partir desta noite? Um fracasso, este desempenho pífio que eu citei no primeiro parágrafo. Enquanto isso, aproveitando o vácuo deixado pelo tricolor, seu rival finalmente conseguiu sair das sombras e começou a levantar taças.

Pois é, Gremistas, eis a causa de todas as desgraças que atingiram o nosso tricolor no últimos anos: Pink Floyd. Foi a presença de seu ex-vocalista no Olímpico Monumental que desencadeou toda essa série de infortúnios que atingiu mortalmente o nosso imortal Tricolor. É algo real, baseado em evidências e não mera crendice. Tanto que sempre que eu escuto uma música da banda em dia de jogo o Grêmio se dá mal. Sempre. Tanto que nesses dias eu já evito de ouvir rádios onde corro este "risco", tipo a Kiss ou a Ipanema. Não se pode brincar com uma força tão poderosa e nefasta.

Mas felizmente isso vai acabar em breve: neste domingo o mesmo Roger Waters irá se apresentar em Porto Alegre, só que desta vez no aterro da beira do lago Guaíba. Se isto não for o suficiente para transferir a maldição para o lado deles, de qualquer forma o nosso Olímpico está com os dias contados e já no ano que vem o nosso Grêmio estará jogando em um lugar onde nenhum Pink Floyd jamais pisou.

Não foi fácil de suportar estes anos tão difíceis mas já está terminando. Tudo vai passar. A maldição do Pink Floyd vai chegar ao fim, graças a Deus! Que não abram nunca as portas da Arena para estes músicos malditos.

2 comentários:

  1. Será que a Madonna poderá mudar esta sina?

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  2. estava pensando em escrever algo mais ou menos assim sobre a Ponte, agora animei e durante essa semana devo publicar algo

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